Ecovoluntários

A solidariedade com a natureza

18 de novembro de 2003

Ecovoluntários ajudam e buscam mais experiência de vida e paz

O serviço civil voluntário é uma realidade hoje no Brasil, principalmente na área social, mas embora muito
difundido no resto do mundo, ainda é pouco conhecido no Brasil. O ecovoluntário é um entusiasta da natureza, que doa dinheiro e força de trabalho a projetos de pesquisa e conservação da vida selvagem. Em troca ganha experiência de vida, novos amigos (seja de sua espécie ou de espécies diferentes) e umas férias, no mínimo,
inusitadas. O principal objetivo do programa é possibilitar que pessoas comuns atuem diretamente nas atividades dos pesquisadores em diversos projetos. Participar de um projeto de pesquisa em qualquer lugar do mundo e ainda ajudar o meio ambiente, é muito mais que tirar férias! Um ecovoluntário não deve esperar luxo ou entretenimento, pois neste caso, as pesquisas para conservação da vida selvagem vêm em primeiro lugar.


Trabalhos práticos como educação ambiental com as comunidades ou turistas, tratar os animais, serviços de manutenção de um centro de resgate de vida selvagem, ajudar os pesquisadores no registro do comportamento animal e serviços de limpeza, são apenas algumas das atividades do dia a dia que podem ser desenvolvidas dentro de um projeto. Mais do que uma habilidade especial, o que precisa mesmo é ter boa vontade e muita solidariedade. Todavia, alguns projetos se preocupam em saber se a pessoa tem algum conhecimento em biologia, ecologia ou fotografia. É claro que cada projeto tem seus pré-requisitos, como tolerância ao calor ou ao frio intenso, saber nadar, caminhar longas distâncias, escalar etc.


Este tipo de programa é a oportunidade de associar a força de trabalho que os projetos de conservação precisam com a oportunidade dos voluntários se tornarem mais ativos em prol do meio ambiente. Pelo menos assim o trabalho é por uma causa justa. Afinal conhecer um mundo diferente, caminhos inexplorados, centros de conservação da vida selvagem, conviver com culturas diferentes, remar por rios e mares, ver a vida por um outro ângulo, não é para qualquer um. É para quem acredita no trabalho em equipe, na força das ações sobre as palavras, na luta pelo meio ambiente e pela vida no nosso planeta.


Projeto baleia – Um dos exemplos que tem dado certo no Brasil é o do “Projeto Baleia Jubarte”. Neste programa o ecovoluntário pode optar por uma ou duas semanas junto à equipe do projeto. Ele se sentirá gratificado por participar e auxiliar na preservação das baleias doando seu tempo, sua dedicação e sua contribuição financeira. Durante o período que fica em alto mar, são realizadas coletas de imagens para fotoidentificação, sons e amostras de DNA que vão orientar os trabalhos de pesquisa de vocalização, deslocamento, padrão genético e comportamento das baleias que freqüentam Abrolhos.


Durante esses cruzeiros marítimos, os participantes recebem toda a orientação sobre observação de baleias, noções de navegação em águas com recifes de corais, utilizando cartas náuticas e GPS. Os únicos pré-requisitos para se tornar um ecovoluntário neste projeto são: ter entre 18 e 50 anos com boa saúde, ser apto a nadar e caminhar longas distâncias, ser comprometido com a proteção ambiental, gostar de trabalhar em equipe, ser curioso e querer aprender.


A experiência mostra que, no início, a maior procura era de estrangeiros. Mas, hoje, o número de brasileiros interessados tem aumentado a cada ano. O turismo de conservação une cultura, aventura e ajuda a preservação da natureza. Os chamados “Ecovoluntários” têm a oportunidade de trabalhar em prol da pesquisa, ajudando também financeiramente. Pois 77% do que se paga pela viagem é revertido para o projeto que foi escolhido. No caso da escolha ser por um projeto internacional, é necessário o conhecimento da língua inglesa.


summary


Solidarity with Nature
Eco-volunteers help out and search for life experience and peace


Each day in life we come to realize, that it is much easer to donate a basket of food than it is to give our time and money. Donating work and lending solidarity is much more noble and effective than giving money. Obviously, donating money or a food basket or even giving alms to beggars at a traffic light is a lot simpler. Nevertheless in the end, it could signify one more act toward helping solve the immediate problem and relieving our conscience than a true act of solidarity.


The civil volunteer service is alive and well in Brazil, especially in the social sphere. However, the eco-volunteer program, although highly recognized throughout the rest of the world is relatively unknown in Brazil. The eco-volunteer is a nature buff, who not only donates money, but also takes part in the work force in wild life research and conservation projects. In exchange, the volunteer gains life experience, new friends (either of his/her own species or a different species) and at the very least an unusual vacation.


The main objective of the program is to make it possible for the common man to work directly in research activities on a number of projects. Taking part in a research project anywhere in the world and working to save the environment however is much more than just taking a vacation. An eco-volunteer should not expect any luxury or entertainment since, in this case, wild life conservation comes in first place.


Practical work such as environmental education among communities or tourists, working with animals, maintenance services at a wild life rescue center, assisting researchers record animal behavior and cleaning services are just some of the day-to-day activities which might be involved in a project. More than any special skills, what is really needed is willingness and a good deal of solidarity. Nevertheless, some projects are concerned with knowing whether the person has any knowledge of biology, ecology or photography. Of course each project has its own prerequisites, such as capacity to withstand intense heat or cold, ability to swim, hike long distances or climb, etc. This type of program is an opportunity to associate group work that the conservation projects require with the opportunity the volunteers have to become more active in support of the environment.