Ecovoluntários

Fogo-Apagou acendeu a chama da cidadania

18 de novembro de 2003

A força do exemplo: Luiz Eduardo Alves de Carvalho foi semeador e semente de solidariedade

Outra ONG em que os integrantes se tornaram especialistas para conseguirem trabalhar na organização é a Associação de Voluntários Patrulha Ecológica.


Uma das entidades ambientais mais antigas de Brasília, a ONG foi fundada em 1980 pelo adolescente Luiz Eduardo Alves de Carvalho com o objetivo de preservar as áreas verdes da capital. Com um pequeno grupo de amigos, ele apagou focos de incêndios, retirou lixo das cachoeiras e plantou árvores do cerrado nos canteiros da cidade.


Apesar da morte do fundador em 1996, o grupo manteve a idéia inicial e atualmente desenvolve sete programas. O mais conhecido e antigo é o Fogo-Apagou, formado por uma brigada de nove pessoas que previne e combate incêndios florestais. No período de seca, elas passam as tardes de sábados apagando de três a cinco focos de incêndio. Mas além dele, a organização tem projetos de implementação de hortas com aproveitamento de lixo orgânico, despoluição de águas, educação ambiental, recuperação de nascentes, plantio e criação de um viveiro de mudas do cerrado em áreas degradadas.


A Associação de Voluntários Patrulha Ecológica e o Espeleo Grupo de Brasília são exemplos de ONGs em que os integrantes se tornaram técnicos dos assuntos, mas atuam apenas nas horas vagas.


Funatura
Entretanto, existem algumas organizações em que os participantes transformaram o trabalho na entidade em profissão. É o caso da Funatura.


Criada em 1986 por um grupo de especialistas formado por geógrafos, engenheiros florestais e biólogos, a fundação tem como objetivo a conservação dos recursos naturais renováveis no país, em especial, no Cerrado e Pantanal. Um dos principais projetos desenvolvidos pela entidade foi a criação de reservas particulares do patrimônio natural no Cerrado e do Parque Nacional Grande Sertão Veredas, além da execução do plano de desenvolvimento sustentável do entorno do parque.


Como foi mostrado, há ONGs de todos os tipos em Brasília. E para os interessados em se filiar não ficarem perdidos entre as várias opções, a presidente do Fórum das ONGs Ambientalistas do Distrito Federal e Entorno, Mara Moscoso, aconselha a pensar no próprio perfil profissional e no tipo de ação que deseja desempenhar.


A presidente do Centro de Voluntariado do Distrito Federal, Olívia Völker Rauter, recomenda reservar um tempo para o trabalho na entidade. “Além disso, apesar de não receber salário, ele deve ter consciência que se comprometeu com uma organização e atuar profissionalmente.” Mas quem não se encaixar no estilo de nenhuma delas, pode criar uma que se adeqüe.



Luiz Eduardo Alves de Carvalho
SEMEADOR E SEMENTE

Luiz Eduardo Alves de Carvalho foi semeador. Inconformado com as queimadas que destruíam o Cerrado, Luiz Eduardo, um adolescente cheio de vida, protetor ferrenho da natureza, não esperou por uma atitude do governo. Em 1980, semeou uma consciência ecológica na juventude candanga e, com um grupo de amigos, fundou a Associação de Voluntários Patrulha Ecológica, uma das entidades ambientais mais antigas de Brasília.
Luiz Eduardo Alves de Carvalho foi semente. Morto ainda jovem num acidente de carro, fez germinar seguidores e ações que deram frutos fantásticos em sete projetos todos na área ambiental. Seu exemplo foi semente que brota, rebrota e torna a brotar. A Patrulha Ecológica agrega hoje mais de 200 jovens que replantam suas idéias e seus sonhos e fazem uma colheita farta de solidariedade e de paz.