Cantando a vitória

O corrupião e o presidente Lula

12 de dezembro de 2003

Johan Conta Dalgas Frisch conta uma história interessante em seu livro “Os Doze Cantos do Brasil”. Quem compra o livro ganha um relógio sonoro que a cada hora canta uma ave brasileira. Na cidade de João Pessoa PB, existia um inglês chamado Herbert Summer, que possuía um corrupião. Com paciência britânica, mr. Summer ensinou o pássaro… Ver artigo

Johan Conta Dalgas Frisch conta uma história interessante em seu livro “Os Doze Cantos do Brasil”. Quem compra o livro ganha um relógio sonoro que a cada hora canta uma ave brasileira. Na cidade de João Pessoa PB, existia um inglês chamado Herbert Summer, que possuía um corrupião. Com paciência britânica, mr. Summer ensinou o pássaro a assobiar o Hino da Inglaterra “God save the King”. Para não ferir o brio nordestino, ele também ensinou o corrupião uma canção regional chamada Maria Rosa.







CORRUPIÃO
Nome científico:
Icterus jamacaii
(Icterus é amarelo e jamaicaii é um nome indígena dado à pequena ave preta e amarela)
Nome popular: Corrupião, Sofrê e Concriz

Apesar do brio nordestino estar defendido, um sargento do Exército, sediado no Recife, achou que deveria ir além: defender o brio nacional. Aí o sargento saiu em campo e procurou provar que o corrupião também seria capaz de cantar o Hino Nacional Brasileiro. E conseguiu. Dalgas Frisch, nesta altura já numa luta sem igual para gravar os cantos das aves brasileiras, foi informado da proeza do corrupião pernambucano e se mandou para Recife.


Localizou o sargento e gravou as cantorias. Mas a história não terminou.


Em 1968, ao tentar incorporar nos seus discos o canto do Hino Nacional assoviado pelo corrupião, para estudo dos pássaros canoros, Dalgas foi impedido pela censura militar. Evidente que o motivo não era político e sim porque a Constituição brasileira impedia que o Hino Nacional fosse executado fora dos rígidos padrões constitucionais.


Dalgas não teve dúvida: marcou uma audiência com o ministro do Exército, general Lyra Tavares, para solicitar a autorização de incorporar o canto do corrupião nos seus discos. Foi prontamente atendido.


Ao conseguir na Agência Estado esta foto tirada por Mônica Maia e enviá-la para a Folha do Meio Ambiente, Johan Dalgas Frisch mandou o seguinte recado:


“Os leitores da Folha do Meio Ambiente sabem que o corrupião é a ave mais nacionalista que existe. É capaz da proeza de cantar o Hino Nacional Brasileiro. Pois, ao pousar na mão de Luiz Inácio Lula da Silva, em 1989, o futuro de Lula foi selado nas estrelas: da condição de humilde trabalhador nordestino, Lula seria alçado ao vôo máximo de sua vida, a Presidência do Brasil.


Mas com uma missão: decretar a tão necessária Fome Zero para os pássaros….”