Retratos do Brasil
12 de dezembro de 2003Uma exposição que é a cara do Brasil: exuberante, cheia de mistérios e de uma diversidade riquíssima
| Paula Saldanha – Entrevista Paula Saldanha é jornalista, formada em Pedagogia pela UFRJ, escritora, ilustradora e presidente da ONG Instituto Terra Azul, que desenvolve projetos na área de meio ambiente e educação. Paula Saldanha entrou no jornalismo pela telinha da TV Globo, em 1974, como apresentadora do Fantástico. A paixão inicial pela educação, acabou se estendendo ao jornalismo. Ainda na TV Globo, em 1976, começou a produzir matérias sobre educação e literatura para o jornal Hoje. Em 1977, Paula Saldanha passou apresentar o Telejornal Globinho, enquanto seu marido, Roberto Werneck, biólogo e documentarista, já produzia médias-metragens científicos por todo o Brasil. Daí, em 1986, Paula Saldanha se casou pela segunda vez com Roberto Werneck: desta vez profissionalmente, viajando juntos e fazendo do trabalho uma grande lua-de-mel com a natureza. Começava uma fantástica produção independente que está representada nesta mostra Retratos do Brasil. Folha do Meio – A partir da idéia da criação do projeto, quanto tempo levou a elaboração da exposição? Paula Saldanha – “Retratos do Brasil” é um antigo projeto nosso que obteve, em 2002, o patrocínio da Petrobras, com incentivos da Lei Rouanet. A exposição multimídia levou um ano para ser elaborada, tanto na parte de conteúdo como nos painéis de fotos e projeção de vídeos. Mas nunca deixamos de viajar ou interromper a produção de nosso programa de TV “Expedições”. FMA – Como foi a itinerância da exposição? PS – Em outubro de 2002 inauguramos a primeira etapa, na Casa França-Brasil, no Rio de Janeiro. Em maio e junho deste ano, foi a vez do Sesc-Pompéia, em São Paulo. Agora, em agosto de 2003, encerramos a itinerância no Palácio do Itamaraty, em Brasília. Concluímos, assim, esse projeto que é uma homenagem nossa ao povo brasileiro. FMA – As montagens das exposições foram diferentes? PS – Cada montagem foi feita de acordo com o espaço. Na construção neo-clássica da Casa França-Brasil, usamos mais luzes e mais projeções de vídeo. No Sesc-Pompéia, os painéis se destacaram e o público teve acesso a terminais de computadores. No Palácio do Itamaraty, a montagem ficou mais sóbria e aberta, respeitando o projeto de Oscar Niemeyer. FMA – Onde termina o projeto? Depois do encerramento da exposição no Itamaraty, o que vai acontecer? PS- Após a desmontagem em Brasília, no final de agosto, estaremos doando a exposição para o governo brasileiro mostrar a imagem do Brasil aqui e no exterior. A idéia é o Itamaraty mandar verter os textos dos painéis fotográficos e dos vídeos para outros idiomas, promovendo a itinerância por vários países. Estamos procurando um espaço cultural em Brasília para “adotar” a exposição com suas estruturas e painéis atuais de forma permanente. FMA – O que é mais difícil: produzir a exposição ou captar imagens em campo? PS – Foi muito difícil cuidar da qualidade das imagens da exposição, desde a programação visual, feita por Gabriela Werneck, até a impressão. Mas, sem dúvida, a captação fotográfica e em vídeo, feita em regiões distantes, é muito mais complexa e difícil.
FMA – Qual o próximo passo? PS – Nossa produção independente já gerou mais de 90 mil fotografias, centenas de vídeos e milhares de reportagens – tudo isso tem sido transformado em programas de TV, como o “Expedições”, vídeos, livros, sites e exposições. Em 2004, pretendemos lançar uma coleção de livros com nossas aventuras, transformar os programas em DVDs e acompanhar a exposição nos diversos países, ajudando a divulgar os vários brasis que já estão dando certo. |