Ecoturismo & Preservação Ambiental

Parque Nacional do Caparaó: mais melhorias pela conservação

30 de janeiro de 2004

Ministro José Carlos Carvalho, do MMA, e Rômulo Mello, presidente do Ibama, inauguraram obras no valor de quase dois milhões no Caparaó

SUMMARY


 



O Pico da Bandeira, terceiro mais alto do Brasil,
é um dos principais atrativos do Parque

Sob a beleza e pujança do Pico da Bandeira, que reina majestoso com seus 2.890 metros de altitude, na divisa de Minas Gerais e Espírito Santo, o Parque Nacional do Caparaó recebeu agora em novembro um novo Centro de Visitantes, na entrada pela Portaria de Pedra Menina. Além do ministro José Carlos Carvalho e do presidente do Ibama, Rômulo Mello, estiveram presentes outras autoridades como o secretário de Meio Ambiente de Minas Gerais, Celso Castilho, os gerentes executivos do Ibama em Minas Gerais, Jader Figueiredo, e no Espírito Santo, José Pedrosa. Localizado na divisa dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, o Parque do Caparaó abrange uma superfície de 31.800 hectares. Fica distante 372 km de Belo Horizonte (MG); 221 km de Vitória (ES) e 450 km do Rio de Janeiro. Destaca-se a presença do Pico da Bandeira, com 2.890 metros – o terceiro mais alto do Brasil. Nas partes mais baixas, a Mata Atlântica domina a paisagem, mas vai cedendo espaço à formação de campos rupestres, conforme a altitude se eleva.


O Pico da Bandeira hoje é o atrativo principal turístico para a região. Para descentralizar o crescente fluxo de turistas, o parque, em parceria com vários segmentos da sociedade civil, tem trabalhado para o desenvolvimento das comunidades do entorno. Segundo o chefe do parque, Estevão Marchesini Fonseca, o parque mostra às comunidades os ecossistemas protegidos numa unidade de conservação de uso indireto, trazendo para o entorno o desenvolvimento sustentável com o melhoramento do agro e ecoturismo na região, gerando fonte alternativa de renda e emprego para as comunidades.


Turismo Cama e Café – Diversos projetos vêm sendo desenvolvidos em parceria pelo Ibama na região. Como exemplo, o Projeto Cama e Café que completou dois anos de implantação. Pequenos proprietários do entorno foram capacitados para receber em suas residências turistas que freqüentam o parque. Eles vivem o dia-a-dia da família que os hospedam. Pernoitam, fazem as refeições e participam de tarefas da propriedade, como colher café, fazer rapadura, doces e andar a cavalo. Podem adquirir produtos artesanais produzidos pelos proprietários ou pelos próprios turistas. Todas as propriedades participantes do projeto são sinalizadas, bem como existem placas indicativas espalhadas nas estradas, facilitando o acesso. Quem quiser experimentar é só ligar para Cláudia, da Secretaria de Educação e Turismo do município de Dores do Rio Preto: (28) 3559.1102.



No contorno das montanhas do Caparaó, a face de Cristo deitado


Caparaó ganha infra-estrutura de apoio ao turismo
As obras de construção dos centros de visitantes, de um camping para 150 pessoas, de calçamentos e os trabalhos de educação ambiental com os moradores do entorno do parque significam mais conservação e melhor atendimento aos turistas.


Projeto Doces Matas – Dentro do Projeto Doces Matas/GTZ, desenvolvido pelo Parque Nacional do Caparaó e comunidades, foram adquiridos e doados maquinário para o município de Dores do Rio Preto e o distrito de Galiléia, pertencente ao município de Caparaó. Foram capacitadas vinte pessoas em cada oficina, para transformar o bambu em diversos artigos de artesanato, como cadeira, mesa, colheres, abajur, porta-guardanapo, porta-retrato.
Ainda dentro do Projeto Doces Matas existe um trabalho de educação ambiental nas escolas do entorno, denominado “Nós Somos Vizinhos de um Parque Nacional”. Desenvolvido desde o início de 2001, o projeto identificou a pouca percepção da comunidade da finalidade do parque. O objetivo inicial é divulgar a unidade de conservação e o seu propósito. Dezenove escolas do ensino fundamental, no entorno imediato da unidade, são alvo de ação ambiental. No momento, trabalham com o tema Lixo – problema comum às comunidades.


As águas do Zé Pedro
Projeto de Recuperação Ambiental do córrego do Bonfim – município de Manhumirim. O rio Zé Pedro nasce dentro do parque e divide Minas e Espírito Santo. Na primeira comunidade, após o rio sair do parque, que joga todo o seu esgoto no rio, estão sendo construídas fossas sépticas em todas as casas – 180 – além de ações de educação ambiental. Posteriormente trabalharão com a recuperação de áreas degradadas. Parceria: Parque Nacional de Caparaó, Prefeitura de Manhumirim, Emater, Ministério do Meio Ambiente, Associação Comunitária do Bonfim.
Parceria entre o IEF, a Emater, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais e a Pastoral da Juventude capacitou os agricultores do entorno e difundiu novas técnicas de cultivo e manejo do solo.
O conjunto de obras ficou em um milhão e cem mil reais, dotando o parque de infra-estrutura de apoio ao turismo.


Centro de Visitantes
Construído a 80 metros da portaria de Pedra Menina (ES), é um local apropriado para o turista ter todas as informações sobre o parque. Com posto ambulatorial, sanitários femininos, masculinos e para deficientes físicos; lanchonete, cozinha, área de serviço, escritório administrativo, área para exposição, loja para venda de recordações, sala multiuso e estacionamentos.


b) Macieira – área de camping: Capacidade 150 pessoas. Com lava-pratos e sanitários feminino e masculino, com aquecedor a gás para água. Posto de guarda, com dois quartos, cozinha, banheiro, sala e área de serviço. Oito churrasqueiras, com pia individual e mesas para até dez pessoas. Toda iluminação das instalações utiliza o moderno sistema fotovoltáico – que capta não só a luz solar, mas também qualquer luminosidade – ou seja, durante o dia, mesmo com o tempo nublado as baterias automaticamente são recarregadas, permitindo a utilização de lâmpadas e eletrodomésticos.


c) Calçamento – Da portaria Pedra Menina até a área de camping denominada Casa Queimada são 8km de estrada, sendo que foi realizado o calçamento de trechos críticos intermitentes, num total de 4km, com canaletas e bueiros, utilizando todas as técnicas de escoamento de água.


Centro de Visitantes – As novas obras, já iniciadas em outubro, estão orçadas em 720 mil reais: Centro de Visitantes (Portaria Alto Caparaó) – reforma e ampliação; construção de alojamento para brigadistas, com dois andares, quatro apartamentos, refeitório e depósito; reforma dos postos de guardas das áreas de camping Tronqueira, Santa Marta e Pedra Roxa; além de calçamento de quatro mil m2. Segundo o presidente do Ibama, Rômulo Mello, as melhorias de infra-estrutura somadas ao trabalho de educação ambiental e ao atendimento aos moradores para criarem condições de receber turistas em sua casa significam mais conservação e muito mais melhorias para os ecoturistas.