Pelas ondas do rádio

Educação ambiental perde um forte aliado

29 de janeiro de 2004

Programa de rádio que ajuda a promover preservação ambiental está com os dias contados


 


O programa é patrocinado pelo Fundo de Fortalecimento da Escola – Fundescola, do Ministério da Educação, que já anunciou não ter condições de renovar o contrato para mantê-lo no ar. O contrato com o Fundescola vence agora no final de setembro. Se não surgirem novos parceiros, uma gigantesca audiência de milhões de ouvintes nas três maiores e mais carentes regiões brasileiras (onde a televisão é privilégio de quem pode ter uma parabólica e os jornais e revistas são artigos de luxo) vão perder um grande amigo na busca de solução para problemas de educação e na divulgação de informes, cursos, seminários e projetos capazes de ser adaptados ou incentivarem outras iniciativas.


Educação com bom humor
A fórmula de sucesso do “Escola Brasil” – que o levou a ser finalista dos prêmios Ayrton Senna de Jornalismo, Criança da Fundação Abrinq, Líbero Badaró de Jornalismo, Ibero-americano pelos Direitos da Infância e da Juventude (Unicef) e deu a seu coordenador, radialista Aírton Medeiros, o título de jornalista Amigo da Criança – é muito simples. “A gente trata a educação com bom humor, solta a criatividade e dá toda a atenção ao ouvinte, nosso bem mais precioso”, sintetiza a editora Heloísa d’Arcanchy. O resultado é um programa ágil e divertido, com tipos inesquecíveis como o matuto Luiz Alberto e seu jegue Helicóptero. Os redatores exploram a linguagem caipira para que a mensagem do programa seja entendida nos pontos mais recônditos do território nacional. “É lá que é necessária a informação que mobiliza e impulsiona as ações em favor da educação”, explica Aírton Medeiros, coordenador do projeto.
O “Escola Brasil” também transmite orientações básicas em todas as áreas, inclusive nos direitos da cidadania e nos cuidados com o meio-ambiente. Aliás, na área ambiental, o programa tem colecionado recordes de resposta de público. Nesses quatro anos, o programa já realizou sete promoções voltadas para a consciência ecológica com distribuição de prêmios aos participantes. Foram elas: “O Lugar Onde eu Moro”, “Árvores do Brasil”, “Rios do Brasil”, “É o Bicho!”, “Amigo da Natureza” e “Terra das Águas”. Somadas, as cartas enviadas a essas promoções chegam perto de 40 mil. “São nosso maior tesouro e nosso maior orgulho”, envaidece-se o editor-chefe, Paulo José Cunha. Na maioria, essas cartas são desenhadas, pintadas e até bordadas a mão, prova do carinho com que a audiência trata os apresentadores Carlos Eduardo e Sandra Bacelar, bem como o corpo de repórteres e editores do programa. Segundo o jornalista Paulo José Cunha, a “Folha do Meio Ambiente” já pautou várias reportagens do programa, como, por exemplo, a que tratou da ave-nacional do Brasil.


Ponto de venda
A professora Nélia Del Bianco, professora de Radiojornalismo da Universidade de Brasília, fez uma avaliação externa do programa em 2000. O “Escola Brasil” foi aprovado com louvor. Segundo ela, o caminho encontrado pelo programa para não cair no populismo foi estabelecer a intermediação crítica: “O Escola Brasil procura a autoridade, o responsável pela solução do problema e ao mesmo tempo capacita a audiência para exercer seu direito. E o faz a medida que informa, por exemplo, sobre como recorrer ao promotor de justiça local para garantir o exercício de um direito; como se dirigir a um órgão público responsável pela solução de um problema; e, ainda, incentiva a participação de pais na vida da escola como instrumento fundamental de fiscalização e acompanhamento da educação dos seus filhos”.
Segundo Paulo José Cunha, que forma com Heloísa d’Arcanchy e Aírton Medeiros o núcleo de criação e formatação do programa desde sua estréia em dezembro de 1997, o parceiro que decidir patrocinar ou adquirir cotas de participação vai contar com um veículo de alta voltagem para consolidação ou reforço de sua imagem institucional. “O ‘Escola Brasil’ nunca recebeu uma crítica séria ou sequer um reparo por erro de informação ou por distorção de enfoque em suas reportagens e entrevistas”, orgulha-se Cunha. E reforça: “Nunca tivemos de nos retratar no ar”. Só pelo imenso público que atinge, formado em sua maioria por pais, professores, estudantes, pessoas que residem na área rural e nos pequenos centros urbanos das três maiores regiões brasileiras, o investimento de algum parceiro que se interesse em participar do projeto já tem garantia de retorno institucional.
Mais informações:
[email protected] e [email protected]
Fone: (61)327-172