Comitê de Bacia do rio das Mortes

Rio das Mortes quer viver

29 de janeiro de 2004

Encontro discute formação do Comitê de Bacia

O rio das Mortes sempre levou vida para 25 cidades mineiras, entre elas as cidades históricas de Tiradentes e São João del-Rei. Mas a recíproca nunca foi verdadeira: quem levou a vida sempre recebeu a morte, parece até que justificando o nome que tem. E a morte vem chegando de mansinho, provocada pelos motivos de sempre: muita poluição por esgotos domésticos e industriais, destruição da mata ciliar, assoreamento e despejo de lixo. A sub-bacia do rio das Mortes pertence à bacia hidrográfica do rio Grande. Foi justamente para ressuscitar o rio das mortes e sua sub-bacia que 150 pessoas compareceram ao II Seminário dos Municípios do Rio das Mortes. O evento aconteceu no campus da Universidade Federal de São João del-Rei e foi promovido pela Prefeitura Municipal, pela Universidade e pelo Igam – Instituto Mineiro de Gestão das Água. Contou ainda com o apoio da Emater e do Instituto Rio Limpo, sediado na cidade de Barbacena.


O seminário teve o objetivo de dar continuidade ao processo de informar a população sobre as questões relativas ao rio das Mortes e sobre a política de recursos hídricos de Minas, permitindo a participação de todos os interessados na proposta de formação do comitê da bacia hidrográfica do rio. O rio das Mortes nasce nas proximidades de Barbacena e é afluente do rio Grande, que forma a represa de Furnas. Sua sub-bacia recebeu do Igam a denominação de GD2.


Geraldo Assis, chefe de gabinete do diretor-geral do Igam, falou sobre as legislações federal e estadual, abordando a política de Minas Gerais para os recursos hídricos. Falou também Maurício Fernandes, da Emater, especialista na gestão de bacias hidrográficas. Ambas as palestras despertaram de fato o interesse da platéia.


Nova reunião
O período da tarde foi reservado a discussões e à composição de uma comissão encarregada de, em conjunto com o Igam, articular os próximos passos necessários à efetiva formação do comitê. Segundo Geraldo Assis, normalmente o Igam considera serem necessárias pelo menos três reuniões distribuídas ao longo da bacia. Como o primeiro seminário foi feito em Barbacena (alto rio das Mortes) e o segundo em São João del-Rei (considerada médio rio das Mortes), é provável que ainda se realize pelo menos uma terceira reunião, na área do baixo rio das Mortes.


O professor Helvécio Luiz Reis, coordenador do Lema – Laboratório de Estratégia e Meio Ambiente da UFSJ, considerou que os objetivos do seminário foram atingidos. As discussões e palestras foram muito proveitosas e o pré-comitê foi formado, sendo o único ponto fraco a pouca participação das empresas usuárias das águas do rio das Mortes.


Na avaliação do secretário de Meio Ambiente de São João del-Rei, Marco Túlio Simões Coelho, o evento teve êxito, pois reuniu um número considerável de pessoas de diversas cidades, apresentou informações fundamentais e possibilitou a discussão ampla e aberta do tema, cumprindo assim a função de colaborar para um processo realmente participativo e democrático na gestão das águas.


A Comissão
Hélder Sávio Silva, prefeito de Coronel Xavier Chaves; Márcia Pimentel, da Emater; Sérgio Grossi e Romeu e W. Fernandes, do Instituto Rio LImpo, de Barbacena; Mário Soares da Mata, membro do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio de São João del-Rei; Bernardino Neves, professor do IPTAN; Helvécio Luiz Reis, professor da Universidade Federal de São João del-Rei e diretor do Lema; e Marco Túlio Simões Coelho, Secretário Municipal do Meio Ambiente.