Tecnologia em favor do meio ambiente

12 de fevereiro de 2004

CPA – Campo produz bananeiras resitentes a fungo e elimina uso de agrotóxicos na Amazônia


 


Viveiro de mudas clonadas de bananeiras

"Nossa intenção é praticamente refazer o bananal da região", adianta Emiliano Botelho, presidente da Campo. O desafio de trabalhar na Amazônia, lembra ele, é maior do que outras regiões do País. "Ali há uma questão de segurança ambiental muito presente e importante. As mudas resitentes à Sigatoka Negra serão um avanço nesse sentido, pois evita a pulverização com agrotóxicos", explica Botelho.

Inicialmente, a Campo da Amazônia trabalhará, exclusivamente, com a multiplicação de mudas clonadas de bananeira. Este ano, está prevista a produção de cerca de 3 milhões de mudas, que serão comercializadas nos estados do Amazonas, Pará e Roraima. Mudas, vale ressaltar, que foram desenvolvidas nos dois primeiros laboratórios de biotecnologia, de Paracatu (MG) e Cruz das Almas (BA). O público-alvo são produtores agrícolas, comunidades indígenas e assentamentos rurais. Cerca de 3 mil agricultores deverão ser beneficiados com as mudas saudáveis.

A produção das mudas clonadas de bananeiras é resultado de uma parceria da Campo com o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado da Amazônia (Idam), Secretaria de Estado do Interior (Seint-AM), Delegacia Federal da Agricultura (DFA/AM) e Embrapa. Todos esses órgãos estão envolvidos no Programa de Desenvolvimento da Bananicultura no Estado do Amazonas, que tem como um dos focos principais o combate à Sigatoka Negra, que, desde 1998, vem trazendo sérios problemas para a bananicultura na Amazônia.

Emiliano Botelho: – veneno na Amazônia é um crime!


Emiliano Botelho

FMA – Qual a prioridade ambiental deste projeto da Campo da Amazônia?

Emiliano – Prioridade máxima, nossa, e do governo do Amazonas. Como estamos tratando de um volume muito grande de água doce é fundamental eliminar o uso de agrotóxicos. Agrotóxico ali é veneno, e veneno, na Amazônia, é um crime.

FMA – Quais projetos a empresa já desenvolve na área de meio ambiente?

Emiliano – Todos os nossos projetos, no Cerrado inclusive, levam em conta esta questão. Fazemos monitoramento com uma equipe treinada no Japão, que estuda o solo, água, vegetação, ar e insetos das regiões, para fazer um trabalho preventivo. Prestamos consultoria ambiental para agricultores e outras empresas interessadas no assunto. Inclusive, com essa tecnologia, temos uma técnica de plantio que não mexe, não ara a terra, preservando suas características naturais.