SOS para o Pirangi do Norte
3 de fevereiro de 2004O maior cajueiro do mundo quer crescer ainda mais
A natureza continua a dar sinais de que a expansão urbana precisa ser melhor planejada. A pressa por gerar atividades rentáveis é inimiga não somente da perfeição natural, como impede o crescimento espontâneo das espécies.
Um passeio neste verão pela Rota do Sol, a estrada que liga Natal à praia da Pipa, no Rio Grande do Norte, chamou a atenção para mais um desses sinais surgidos da ambiência turística.
O maior cajueiro do mundo, o de Pirangi do Norte, a 35 km do centro de Natal, insiste em continuar a fazer brotar os seus ramos, raízes, flores e frutas amarelas. Mas, no cantar do poeta, no caminho tinha uma pedra… nas laterais do ambiente do velho cajueiro tinha uma cerca… e carros velozes cortando suas folhas verdejantes. Quem sabe, com a aprovação dos botânicos, poderiam ser colocadas estacas e suportes para os carros transitarem va-ga-ro-sa-men-te por um túnel formado pelos galhos do gigante potiguar. Seria mais do que uma sobrevida para o maior que ainda teima em crescer: o túnel do cajueiro viraria mais um ponto turístico da cidade. Essa parece ser a única maneira como, por ora, a natureza consegue resistir à pressão humana: sobrepondo-se.