Soberania sim, mas com dedicação ao meio ambiente
18 de fevereiro de 2004FHC: não podemos aceitar que as questões ambientais sejam usadas para discriminar acessos a mercados internacionais
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“A nossa Constituição estabelece Getúlio Gurgel |
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Fernando
FOLHA DO MEIO – Quando o senhor viaja, em relação ao meio ambiente, o que mais o senhor conversa com os Chefes de
Estado estrangeiros? O que mais eles querem saber?
FHC – Eu tenho tido muito freqüentemente a oportunidade de conversar sobre o tema do clima e, naturalmente, sobre a Amazônia. Sobre isso, acho que é importante registrar uma clara inflexão. Houve um momento em que tínhamos uma postura tímida, quase defensiva, no tratamento internacional dos temas ambientais. Havia um certo temor de que a preocupação com o meio ambiente trouxesse consigo, oculta, uma tentativa de usurpação de nossa soberania. Nos últimos anos, foi claro nosso amadurecimento. Invertemos os termos da equação: hoje sabemos que a melhor forma de exercer nossa soberania, nessa área, é dedicarmos toda a atenção necessária à questão do meio ambiente. Estamos falando de recursos nossos, recursos do Brasil. Ninguém mais do que nós mesmos tem interesse em preservá-los, em cuidar bem deles.
“Hoje sabemos que a melhor forma de exercer nossa soberania, nessa área, é dedicarmos toda a atenção necessária à questão do meio ambiente”. |
FMA – Seu governo foi um divisor de águas na área ambiental: criou a Secretaria de Recursos Hídricos; fez a ANA; fez a Lei contra os Crimes Ambientais; criou o Programa de Monitoramento de Incêndios Florestais; colocou, por lei, a educação ambiental nas escolas; lançou a Agenda 21; e sancionou a lei sobre o lixo tóxico. Agora como chegar no Homem, diretamente, acabando com a degradação motivada pela pobreza, pela violência e a terrível falta de saneamento básico?
FHC – Isso mesmo. Sua pergunta mostra que nossa legislação ambiental é bastante avançada. Mas sabemos, também, que é preciso algo mais. É preciso a vontade e a determinação para aplicar as leis, para fiscalizar, e para assegurar os recursos necessários. Essa determinação tem sido a marca das ações de governo na área ambiental. E aqui quero insistir em que esta determinação não está presente apenas em função dos compromissos e visões dos que têm a responsabilidade de governo. Ela existe, sobretudo, porque é uma exigência da própria sociedade brasileira, que não aceita mais a idéia de que o progresso traz inevitavelmente a degradação ambiental. Já a nossa Constituição estabelece com muita clareza que o meio ambiente é, para os cidadãos, um direito, para o poder público e a coletividade, um dever. O ponto chave de nossos esforços é o amadurecimento da noção e do sentimento de cidadania ambiental.
FMA – As questões ambientais podem se tornar barreiras alfandegárias invisíveis e se constituírem em limitações à implementação do MERCOSUL, por exemplo. Como o senhor vê essa questão, inclusive quanto à ALCA, haja visto as últimas medidas do Presidente Bush não controlando as emissões de gás carbônico?
FHC – Veja, acho que aqui temos de fazer distinções. A primeira realidade é a do MERCOSUL. Nesse caso posso lhe assegurar que predominam os esforços de convergência de políticas, de forma que não identifico pressões expressivas para o uso de questões ambientais como barreiras ao comércio. Quanto à ALCA(1), ainda é muito cedo para já identificarmos pressões, mas o que posso afirmar é que seguiremos fiéis à nossa política de não aceitar que questões ambientais sejam usadas de forma assimétrica e não raro discriminatória como forma de barrar o acesso aos mercados. Finalmente, quanto ao Protocolo de Kioto(2), a que você faz alusão, é preciso entender com clareza que hoje é um fato cientificamente estabelecido que o clima global já sofreu alterações como conseqüência da ação humana desde a Revolução Industrial. A Convenção sobre o Clima e o Protocolo de Kioto estipulam, portanto, o quadro normativo que torna possível a cooperação entre os países para evitar o agravamento dessas tendências de mudança no clima, em particular pela emissão dos gases que produzem o efeito estufa(3). O Brasil seguirá defendendo o princípio da responsabilidade global e diferenciada no tratamento dessa questão. Tenho presente que, recentemente, esse esforço de cooperação sofreu alguns reveses sérios. Pessoalmente, ainda espero que haja condições para que a comunidade internacional possa seguir adiante na implementação do Protocolo de Kioto. O Brasil continuará a trabalhar para isso.
“Um dado que faço questão de mencionar é que, hoje, cerca de 27,5% do bioma amazônico, algo em torno de 1,4 milhão de km2, são áreas de proteção”. |
FMA – Ao Brasil é reservado um espaço significativo na produção de alimentos, fibras e energia. Para que essa situação se torne de fato uma oportunidade, qual tem sido a política adotada pelo seu Governo, para que isso aconteça com o mínimo de agressão ao bioma amazônico, tendo em vista que, quando se analisa o antropismo no Brasil, ele já bate à porta das suas fronteiras assustadoramente, como mostram os estudos realizados pelo IBGE?
FHC – A melhor forma de minimizar o impacto na região Amazônica, seja da abertura de estradas seja da produção de alimentos, é o Zoneamento Ecológico-Econômico(4) (veja também matéria nas pág. 30 e 31). Este zoneamento já foi feito integralmente no estado de Rondônia e em parte no Amapá e em Tocantins. Nesse momento, todos os estados da Amazônia estão evoluindo na direção do ZEE, o que irá possibilitar o estabelecimento do uso econômico de cada uma das áreas da região. Quer dizer, saberemos se uma determinada área se presta ao plantio, à criação de gado ou se deve ser preservada como reserva, garantindo a biodiversidade da região. Com o ZEE nós vamos evitar que haja desperdícios, que áreas sejam desmatadas para o plantio de determinada cultura e depois abandonadas por escolhas mal feitas de solos que não são viáveis para a produção de alimentos. Por fim, um dado que faço questão de mencionar é que hoje cerca de 27,5% do bioma amazônico(5), algo em torno de 1,4 milhão de km2, são áreas de proteção.
FMA – A chuva sempre é sinônimo de reservatórios cheios. Mas no Rio de Janeiro e nos grandes centros urbanos como Recife, São Paulo, quando chove é um problema. O lixo que chega aos reservatórios é tanto que as companhias de água e saneamento desistem de captar a água imunda que escoa, pois torna o tratamento quase impossível. Vale mais a pena deixar a sujeira passar. Não é hora do Governo Federal agir com rigor e responsabilizar autoridades estaduais, municipais e os próprios cidadãos?
FHC – O problema da disposição inadequada dos resíduos sólidos, o lixo urbano, afeta à maioria esmagadora da população brasileira. O governo federal tem atuado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Presidência da República e do Ministério do Meio Ambiente no financiamento de programas, estudos e na implantação de soluções técnicas para este problema. No MMA foi criada uma área de Gestão Ambiental Urbana exatamente porque, sendo o país altamente urbanizado, com mais de 80% da população dentro das cidades, o passivo ambiental(6) brasileiro se concentra fundamentalmente dentro das cidades. É a falta de estrutura adequada, por exemplo, para o saneamento básico e para a disposição adequada dos resíduos sólidos. Por determinação minha, o Ministério do Meio Ambiente tem estimulado a formação de consórcios inter-municipais(7) para que os municípios possam, preferencialmente, de maneira conjunta e articulada, equacionar o problema da disposição adequada do lixo que, em muitos casos, não pode ser equacionada no nível de cada município. Em muitos casos as áreas estão totalmente urbanizadas ou o preço da terra inviabiliza soluções como aterros sanitários. Em outros casos não existe nem área disponível para a instalação de aterros.
Precisamos ter muita clareza sobre a dimensão finita dos recursos naturais. É preocupante assistirmos hoje ao retorno de teses que propõem o crescimento sem qualquer atenção ao impacto ambiental. |
FMA – Desenvolvimento gera negócios lucrativos, mas tem que ter proteção ambiental. Quais as respostas concretas que seu Governo tem para essa questão?
FHC – Sobre isso, quero ressaltar um ponto que me parece importante. Precisamos ter muita clareza sobre a dimensão finita dos recursos naturais. Como ressaltei no próprio Dia Mundial do Meio Ambiente, essa dimensão já esteve por trás de propostas conservadoras como a do crescimento zero. O que se condenava, é claro, era um modelo de desenvolvimento que dilapida os recursos naturais sem criar condições para sua reposição. Esse modelo revelou sua fragilidade e deu origem à noção de desenvolvimento sustentável(8). É portanto preocupante assistirmos hoje ao retorno de teses que propõem o crescimento sem qualquer atenção ao impacto ambiental(9).
O Brasil mantém seu curso firme. Continuaremos a crescer de modo sustentável, tendo sempre presente que preservação ambiental não é um acessório caro, e sim parte central da noção ampla de uma melhor qualidade de vida. Por isso, nossa política ambiental incorpora instrumentos para que seja possível respeitar a sustentabilidade e a dimensão ambiental nas políticas públicas. Nesse sentido importantes iniciativas foram adotadas, como o PPG-7(10), que realizamos com o apoio dos países desenvolvidos e que objetiva apoiar iniciativas de desenvolvimento sustentável dos recursos naturais da Amazônia e da Mata Atlântica. Recentemente celebramos com o BID um programa de turismo ecológico na Amazônia, o Proecotur(11), no qual vamos investir US$ 200 milhões para preparar a região para a prática do ecoturismo.
Na Semana do Meio Ambiente, assinando, também com o BID, o acordo de empréstimo para a implantação do Programa Pantanal(12), no valor final de US$ 400 milhões, e que irá realizar uma extraordinária mudança nos padrões de desenvolvimento daquela importante região ecológica do país.
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FMA – Presidente, em 1995, no Dia Mundial do Meio Ambiente, o Senhor foi à nascente do São Francisco, referendou um documento de compromisso com o Velho Chico, assinado por 12 Governadores e o Ministro Krause, e bateu forte: a agonia do São Francisco é uma agressão à consciência nacional. Depois disso, só se falou de transposição. Agora, quase 7 anos depois, foi criado o Comitê de Bacia do São Francisco. Não será mais uma retórica política?
FHC – Essa é uma pergunta cuja resposta você já conhece. Meu compromisso com a defesa do São Francisco vai muito além de uma suposta “retórica política” e tem sido reafirmado seguidamente. Na cerimônia do Dia Mundial do Meio Ambiente deste ano, por exemplo, manifestei ser urgente a tarefa de defender nossos rios e, sobretudo, de salvar o rio São Francisco. Ele é um rio-símbolo, como lembrei na ocasião.
Essa defesa já está integrada no próprio programa Avança Brasil que contempla obras específicas para o São Francisco e que deixa claro que o projeto de transposição(13) não vem substituir os esforços de salvamento do rio, mas sim se complementa a eles. É preciso cuidar da mata ciliar, do assoreamento, do desmatamento que tem efeitos mesmo sobre as águas subterrâneas. Isso estamos fazendo. O projeto de transposição, nesse sentido, não pode ser entendido como algo que ponha em risco a vitalidade do rio, mas sim como resultado desta vitalidade preservada.
Para dar um exemplo de ações concretas, solicitei recentemente ao Congresso que realocasse, ainda para o Orçamento do corrente ano, R$ 70 milhões previstos para o projeto de revitalização do Velho Chico.
O projeto de transposição não pode ser entendido como algo que ponha em risco a vitalidade do rio, mas sim como resultado desta vitalidade preservada. |
O Ministério da Integração já negociou com os estados de Sergipe e Alagoas as ações a serem realizadas no baixo São Francisco no contexto dessa revitalização. Essa é a área mais afetada e por isso mesmo nossa prioridade.
Em caráter mais amplo, e apenas para dar outro exemplo, acho importante lembrar que no período 1994-2000, meu governo investiu cerca de R$ 2,3 bilhões em infra-estrutura hídrica. Isso dá bem a dimensão de um compromisso que se traduz em medidas concretas.
Já quanto à criação do Comitê de Bacia, ela faz parte de uma preocupação mais ampla de meu Governo em defender as bacias hidrográficas dos riscos da exploração não-sustentável ou da poluição. A água será o grande bem natural do século que se inicia e preservá-la desde já é preparar o país para o que promete ser um dos mais graves desafios ambientais que teremos de vencer.
FMA – Então o senhor é a favor do projeto de transposição?
FHC – O rio São Francisco é um rio-símbolo, um rio que se confunde com a própria noção de integração nacional. Ele é vital, não apenas para gerar energia para o Nordeste, mas também como fonte de água para a irrigação. Este ano, estamos atravessando a pior seca dos últimos 70 anos, ao que se agrega o legado de anos de descuidos e maus-tratos ao rio e sua bacia. O desafio é claro: ou revitalizamos o São Francisco ou quaisquer discussões, seja sobre energia, seja sobre água para beber, no Nordeste, ficam seriamente comprometidas.
No Brasil é hoje muito madura a consciência de que o conceito de desenvolvimento traz consigo o imperativo da preservação ambiental. |
FMA – Para terminar, Presidente, o racionamento de energia começou exatamente no primeiro dia das comemorações da Semana do Meio Ambiente. Essa coincidência de datas tem algum significado?
FHC – Claro que sim. Toda crise traz suas lições. Um dos resultados dessa crise que estamos enfrentando, e que vamos vencer, é um amadurecimento de todos nós para os aspectos mais amplos do tema energético.
Entre esses aspectos está justamente a vinculação entre nossa oferta de energia e preservação das fontes de água. É mais ou menos óbvio que em um país que tem mais de 90% de sua matriz energética baseada em fonte hidrelétrica, a questão da água se reflete diretamente na questão da energia. E quando digo isso, não me refiro apenas ao regime de chuvas, mas também, e sobretudo, à preservação de nossas bacias hidrográficas. Não podemos correr o risco de usar de forma não-sustentável um bem escasso como a água que, como já disse, será de importância estratégica nos próximos anos e que, ainda, por cima é o principal combustível de nossa matriz energética.
Em caráter mais amplo, acho que a grande lição a tirar é a confirmação de que efetivamente estamos deixando para trás uma falsa dicotomia em que se opunham preservação ambiental e desenvolvimento. A despeito de ensaios preocupantes de retrocessos em outras partes do mundo, o fato é que no Brasil é hoje muito madura a consciência de que o conceito de desenvolvimento traz consigo o imperativo da preservação ambiental. Não há efetivo desenvolvimento, nem real melhoria da qualidade de vida da sociedade sem que a dimensão ambiental seja respeitada.
GLOSSÁRIO |
ALCA – É a Área de Livre Comércio das Américas que está em discussão, devendo ser implementada a partir de primeiro de janeiro de 2006. O grande interessado são os EUA, detentor do maior mercado mundial. Protocolo de Kioto – Refere-se à Conferência de Kioto, realizada em dezembro de 1997, quando foi assinado um protocolo de mudança climática, que definiu compromissos de redução de gases poluentes dos países desenvolvidos, estabelecendo mecanismos flexíveis de cooperação entre os países, para cumprir metas no sentido de diminuir o efeito estufa. Efeito Estufa – A Terra tem uma camada de gases que a envolve. Como um vidro ou um escudo, essa camada protege a Terra e impede que o calor terrestre volte ao espaço, aquecendo o nosso Planeta. Esse fenômeno é que propiciou a vida na Terra. Bem, segundo os cientistas, o acúmulo de dióxido de carbono e outros gases poluentes estão causando o efeito estufa, ou seja, além de bloquear o calor do sol, a luz solar atinge a atmosfera da Terra na forma de radiação de ondas curtas e raios ultravioletas. Os gases poluentes reagem quimicamente destruindo as moléculas de ozônio que se acumulam na estratosfera, danificando o escudo protetor. Zoneamento Ecológico Econômico – O ZEE tem o objetivo de diagnosticar as vulnerabilidades e potencialidades naturais e sócio-econômicas da região para poder prognosticar o uso do território e suas tendências. O ZEE é um programa feito para todo o Brasil e é de suma importância para a Amazônia, pois como um mapa ele vai determinar qual é a área correta para criação de gado, para produção de alimentos e, sobretudo, para ser preservada como reserva natural. O ZEE já compreende 11% do território brasileiro e 8% da Amazônia Legal. Mais informações: (61) 317-1379. Bioma Amazônico – É um ecossistema em larga escala que cobre grande área de um continente, em que prevalece um tipo de vegetação e habita certo tipo de clima e solo. O Bioma Amazônico é justamente um grande ecossistema que apresenta aspecto semelhante em todo o seu território, como clima, latitude, relevo, regime de chuvas e tipo de solo. Exemplo de outros biomas brasileiros: o Cerrado, a Mata Atlântica, os Campos, a Caatinga. Passivo Ambiental – É o acúmulo de danos ambientais infligidos ao meio natural por determinada atividade ou pelo conjunto das ações humanas. Esses danos, ou passivos ambientais, que acontecem muito na desativação de indústrias, obras de engenharia, e demolições são dívidas com as futuras gerações. Consórcios intermunicipais – É um instrumento legal usado por municípios de uma mesma micro região, no sentido de se fazer parcerias para facilitar a disposição final do lixo urbano. Esse mesmo instrumento legal pode ser usado para o saneamento, esgoto, coleta de lixo, tratamento de água. O objetivo é sempre o mesmo: promover uma economia de escala. Desenvolvimento Sustentável – É um novo padrão de desenvolvimento a ser praticado pela humanidade no século XXI. Esse foi o principal compromisso assumido pelos 179 países participantes da RIO-92 quando assinaram a chamada Agenda 21. Convencionou-se chamar de Desenvolvimento Sustentável a esse novo padrão, que busca conciliar justiça social, eficiência econômica e equilíbrio ambiental. Diferente do desenvolvimento predatório, que visa resultados econômicos, sem comprometimento com a realidade sócio-ambiental, o DS é a saída para o impasse em que se encontra a humanidade, entre o atual ritmo insustentável das atividades humanas e a qualidade de vida no futuro. Impacto Ambiental – É qualquer alteração no sistema ambiental, físico, químico, biológico, cultural e sócio-econômico provocada por ações humanas. O RIMA, ou Relatório de Impacto Ambiental, é justamente o estudo desse impacto para satisfazer as necessidades de um projeto. PPG7 – É um Programa Piloto de Proteção a Florestas Tropicais, financiado pelos sete países mais industrializados – Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido. Mais de 60% dos recursos são de origem alemã. Proecotur – É um amplo programa governamental para viabilizar o ecoturismo na Amazônia Legal, como base para o desenvolvimento sustentável da região. O Proecotur é financiado pelo Banco Mundial (U$ 11 milhões) com uma contrapartida do governo brasileiro de U$ 2,8 milhões. Iniciado em agosto de 2000, o Proecotur planeja, gerencia e fortalece o segmento do ecoturismo nos nove estados que compõem a Amazônia Legal. Mais informações: (61) 317-1412. Programa Pantanal – É um programa coordenado pelo MMA e implementado pelos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Ibama, objetivando o desenvolvimento sustentável da bacia do Alto Paraguai e região do Pantanal. O programa é financiado pelo BID (US 400 milhões) a ser executado em 8 anos, em duas fases e contém sete projetos: proteção e gestão de ecossistemas, apoio a atividades economicamente sustentáveis, estradas-parque e estradas-cênica, gestão de recursos hídricos, atividades em áreas indígenas, gestão de solo e agrotóxico e meio ambiente urbano. Mais informações: (61) 468-6575. Projeto de Transposição – Desde o Império se fala na transposição das águas do rio São Francisco para atender às necessidades do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. O Projeto atual consiste na transferência de cerca de 2% das águas do Velho Chico (70 m3 por segundo) em dois eixos. O Eixo Norte (de Cabrobó a Açude do Pau-dos-Ferros) prevê um conjunto de 5 canais, 12 aquedutos, 6 túneis, 4 estações de bombeamento e 13 reservatórios; O eixo Leste (Reservatório de Itaparica ao Açude Poço da Cruz e depois Açude Poções) prevê 1 canal, 2 túneis, 5 aquedutos, 5 estações de bombeamento e 9 reservatórios intermediários. O conjunto dos dois eixos e suas ramificações terá cerca de 700 km de extensão. |