Encontro prepara documento para RIO+10
12 de fevereiro de 2004Coordenador do Encontro pede política efetiva e prioritária dos governos para o ambiente
FMA – Como está hoje a saúde do planeta?
Ademar Soares – O planeta Terra é um perfeito ecossistema, no qual impera um equilíbrio com normas e princípios bem definidos. A superfície terrestre, onde habitam os seres vivos de maior expressão, entre eles o homem, os vegetais e os animais, precisa ser poupada de danos irreversíveis. Danos estes, oriundos de explorações desordenadas e predadoras, causadas pelo próprio homem, que mantém uma contínua, avassaladora e nem sempre sustentável exploração dos recursos naturais. Buscamos diretrizes que possam inibir tais práticas.
As águas dos oceanos, parte deste grande ecossistema em que habitam as mais diversas formas de vida, e grande parte delas desconhecidas da ciência, tem melhor sorte. Apesar das ações predadoras e contaminações provocadas pelas ações do homem, este ainda não tem domínio os mares.
O mesmo não acontece com a biosfera, já tão agredida pela contaminação por partículas radioativa e gases venenosos como o CO2. Devido a isto queremos diretrizes especiais implantadas de forma enérgica, em âmbito internacional para assegurar que a mesma não seja mais agredida e garantir a sua paulatina descontaminação. Os organismos ambientais nacionais e internacionais precisam de forma contundente definir as suas ações e políticas de maneira a garantir esse objetivo e solucionar os constantes problemas socioambientais, que muitas vezes tornam-se repetitivos ao longo dos anos, consumindo boa parte do orçamento do Estado.
FMA – No seu ponto de vista qual o maior problema ambiental hoje?
Ademar – O maior problema ambiental hoje está nas grandes cidades e não mais no campo. A qualidade de vida da população mundial está comprometida, quando o sistema de saneamento básico e as políticas para o setor são apenas propósitos paliativos.
Grande parte das cidades em todo o mundo cresceu ao lado de um rio, que a abastece de água potável para o consumo humano. E em pleno século 21 é inadmissível que continuemos a despejar todos os tipos de dejetos humanos e resíduos venenosos nos cursos d’água, que posteriormente são utilizados, após tratamento parcial, para o consumo doméstico.
Na verdade não se pode mais usar os recursos públicos em projetos sem sustentabilidade e resultados concretos. Os governos não podem permitir também que as empresas façam isto.
FMA – Em que consiste o Prêmio Verde das Américas?
Ademar – Na abertura solene deste encontro será entregue o Prêmio Verde das Américas, a algumas personalidades que se destacaram e que representam neste começo de século, posições firmes e definidas em defesa do Meio Ambiente e da paz social no B
Não podemos viver “em cima do muro”, assistindo de maneira insensível aos acontecimentos mundiais em que nações, consideradas avançadas, continuam praticando a exploração insustentável da natureza e principalmente dos seres humanos. Além disso salientamos que o maior crime ambiental, contra o planeta e contra um povo, é a guerra.
Se todos os países tivessem forças equivalentes, não haveria guerra ou violência entre os povos e nações. O que causa muitas vezes a violência é o desequilíbrio de forças. Ou ainda, o desequilíbrio que se origina do afã de uns dominarem os outros, egoística e vaidosamente subjugando-os diretamente ou indiretamente através de uma economia injusta que privilegia o capital ao invés dos seres humanos e da qualidade de vida.
Acreditamos que o II Encontro Verde das América possa, como vêm acontecendo ao longo dos últimos anos, sensibilizar autoridades, empresários, estudiosos, profissionais e cidadãos em geral sobre a situação ambiental do planeta. Entretanto, queremos mais, queremos que agora esta sensibilização seja concretizada em ações e medidas realmente eficazes para reverter o processo de degradação em que foi lançada a terra. Quem sabe, assim, daqui a algumas décadas a poluição, a extinção de espécies, a injustiça social e a falta de condições básicas de vida, sejam apenas pesadelos do passado?
Mais informações:
(31) 3262-2959
Fax: (31) 3261-5529
[email protected] www.encontroverde.cjb.net
II Green Meeting prepares
document for RIO+10
Coming up on May 20th, in Belo Horizonte, is the II Green Meeting of the Americas. There will be three days of debates. The event aims at joining government, organized and scientific society, in one forum with just one intention: to call the attention on the urgency of taking responsible measures in defense of the planet and the future of mankind.
Among the many environmental themes of global interest that will be discussed in the meeting, which already counts on the confirmed presence of national and international authorities, is a more mature proposal on the creation of The International Green Court, for RIO+10, in Johannesburg. For the organizer of the II Green Meeting, Leal Ademar Soares, we cannot eternally argue about guidelines for the planet, without an organization that can establish and demand the fulfilment of the deliberations of international conventions. The president of Palíber explained, in this interview to Folha do Meio, that it is inadmissible to think vaguely on the proposals that everyone defends unconditionally, without having clear and prioritary environmental laws from all governments in the world.