Folha do Meio Ambiente

     Na edição passada a Folha do Meio mostrou a beleza e a importância da Reserva da CVRD, em Linhares, ES. Um Santuário que a empresa preserva e mantém há 50 anos. Uma “ilha” de 22 mil hactares de Mata Atlântica intocada, numa região super-explorada. Além da importância ecológica, vamos destacar agora a importância cultural e para o ecoturismo.

Passeio

Que tal ver toda a Reserva de Linhares ao vivo, respirando ar puro e conhecimento? Prepare-se para as trilhas. São sete ao todo e o percurso é de, aproximadamente, duas horas. Antes, forma-se um grupo de, no máximo, 20 pessoas. E a caminhada começa tendo à frente um monitor recrutado na própria região e treinado pelos profissionais da Reserva. A primeira parada é na Trilha do Pequi Vinagreiro, árvore frondosa de rara beleza. E não precisam ficar de pé. Em todas as trilhas foi construída uma sala de campo, versão ao ar livre de uma sala de aula, com 20 banquinhos sob um telhado colonial. Ali, o monitor expõe detalhes da trilha em questão. 

E o passeio continua pela Trilha do Arboreto (conjunto de árvores diversas), indo para a Trilha da Restauração da Mata Atlântica; do Palmeto (coleção de palmeiras); do Reflorestamento de espécies de mata Atlântica; do Pomar de Frutas (com 104 espécies de frutas tropicais) e termina na Trilha de Produção de Mudas.

Educação Ambiental

Além da riqueza vegetal, exuberância em termos de notícia e muita curiosidade, aprende-se tudo sobre meio ambiente ao vivo e a cores. Quem percorrer a Trilha do Pequi Vinagreiro, por exemplo, vai ver e saber que casa de cupim tem nome: Murundu. Já na Trilha do Palmeto, onde já imperam 100 diferentes tipos de palmeiras de várias partes do mundo, as pessoas poderão aprender como plantar, cuidar e usar essas árvores de beleza ornamental. Mas se o interesse for em ganhar dinheiro, siga a Trilha do Reflorestamento. Lá serão colhidas algumas informações preciosas como a de que o eucalipto e o pinus não são as únicas madeiras de reflorestamento. No lugar delas, há a possibilidade de se plantar jequitibá rosa. Um terreno de um hectare pode render 600 mil dólares. 

Mas lucro mesmo vai obter quem captar a essência de que, mais do que contemplar, é preciso recuperar e preservar. Para se ter idéia, os ecossistemas prestam um serviço ao planeta estimado em 40 trilhões de dólares, duas vezes o PIB mundial. Quando se destrói mata Ciliar, a que margeia os rios, o dinheiro vai por água abaixo. 

Por que preservar

Dados da Estação de Tratamento de Água do Rio de Janeiro mostram que, para tratar 3 milhões de litros de água, é necessário gastar 10 mil dólares por dia com sulfato de alumínio. Mas, quando chove, esta despesa aumenta para 70 mil dólares por dia, pois é necessária uma quantidade maior do produto para limpar a água. Moral da história: esse dinheiro todo seria poupado se existissem matas para segurar a terra que assoreia os rios. Tais informações também poderão ser divulgadas durante o percurso. Uma das metas é sensibilizar as pessoas para a necessidade da preservação.

Fim das trilhas e ainda nem é o começo. Para lazer e conforto de todos, foram investidos 1,4 milhão de reais na construção, ampliação e reforma das instalações para atendimento aos visitantes.

Mais informações:
Funcionamento da Reserva: 
Diariamente, das 9 às 17 horas
Para visitação: Aberta de terça a domingo, das 7h30 às 16h30 
Telefone: (27) 371-9700