Lixo radioativo na Rússia

O urso minado

2 de fevereiro de 2004

Rússia tem quase 6.000 toneladas de lixo radioativo depositados na fronteira com a Noruega

O lixo mais perigoso da Europa se encontra na Rússia a mais ou menos 50 km da fronteira com a Noruega. São cerca de 900 toneladas de lixo radiotivo sólido e 5.000 toneladas de lixo radioativo líquido. É combustível para produzir cinco mil bombas atômicas iguais as que destruíram Hiroshima. O acesso a essa área é estritamente proibido pelo governo russo, que não tem interesse em expor à imprensa internacional a cara do seu ameaçador lixo ambiental. E nem é preciso dizer que o mar Báltico e seus ecossistemas se encontram vulneráveis. Quem conhece a crítica situação de vulnerabilidade do meio ambiente na região e as possíveis conseqüêcias imediatas para os países vizinhos se esse lixo não tiver um fim seguro a curto, médio e longo prazos, com certeza, não pensa em outra coisa: correr contra o tempo e fazer parcerias para não deixar esse lixo cruzar fronteiras.


E é aqui justamente nesse ponto que entra a Noruega. Vizinha da Rússia e deste perigo ameaçador, o País quer disponibilizar seus milhões de dólares e um forte trabalho para convencimento de outros países para, juntos, encontrarem uma solução. Cada País contribuindo de sua forma. A Inglaterra já decidiu dar ajuda financeira para limpeza desse lixo e a Noruega agora aguarda a posição de outros países como a Suécia, Holanda e Estados Unidos. Todos países têm interesse numa solução rápida e segura.



O mês de novembro é o mês mais escuro e um dos mais frios na Europa. Isso traz muitas conseqüências, como o aumento de consumo de energia para aquecimento das casas e locais de trabalho, além do aumento do índice de depressão. Em particular no norte da Europa, onde a temperatura passa de menos zero grau e, dependendo do lugar, pode chegar a menos 50 graus Celcius. O frio, na verdade, é o grande problema para a maioria dos cidadãos europeus na luta pela sobrevivência.


Como o que os olhos não vêem, o coração não sente e o devastador lixo radioativo está longe da percepção os olhos dos cidadãos comuns, fica por conta dos governos fazerem suas parcerias agora no inverno e conscientizar o povo de que nem o sol é o único amigo e nem o frio é o único inimigo. O grande e verdadeiro perigo está nesta espada de Dâmocles colocada sobre a cabeça de toda a população de um continente europeu: quase seis mil toneladas de lixo nuclear que vai aumentando ano a ano sempre à espera de que um dia, quem sabe, o mundo responsável encontre uma solução definitiva para abater de vez esse “urso minado”.