Despoluição do Paranoá: experiência única no mundo
20 de fevereiro de 2004A despoluição do lago, em Brasília, valorizou o ambiente e melhorou a qualidade de vida
Vista parcial do Lago Paranoá e a largada da Maratona Aquática |
Nos dias 28 e 29 de abril, Brasília sediou as provas do circuito Brasileiro e do circuito Mundial de Maratonas Aquáticas, da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos e da Federação Internacional de Natação Amadora, como partes integrantes do calendário de eventos do aniversário da cidade. Mesmo considerando a alta importância dos eventos para o desporto nacional e para o DF, o dado mais relevante deve-se ao fato deles terem sido realizados no Lago Paranoá, hoje, totalmente despoluído, com 92% de balneabilidade. Mais de 300 atletas brasileiros e 23 nadadores considerados “feras” internacionais disputaram as provas de maratonas, com percursos de 3km e 10 km. Vale destacar que 14 países participaram da maratona.
Patrocinadas pela Companhia de Saneamento do Distrito Federal (Caesb), as provas foram realizadas no Lago Paranoá devido às suas boas condições ambientais e de qualidade da água. Enquanto, em várias regiões do país há um processo crescente de degradação ambiental, Brasília tem procurado imprimir uma política voltada para a proteção e conservação dos nossos mananciais. Segundo Fernando Leite, ” o Lago Paranoá é uma prova do acerto dessas iniciativas e é o único Lago tropical interno despoluído com sucesso no mundo?.
O Paranoá
Construído em 1959, a partir do represamento da cota 1000 das águas do Rio Paranoá, afluente do São Bartolomeu, rios que fazem parte da Bacia Platina, o Lago Paranoá tem como principais objetivos a melhoria do microclima, de recreação, paisagístico e de geração de energia elétrica, com a produção de 27 mil KW. Sua área é de 38 km², volume de água de 498.000.000 m³ e profundidade máxima de 40 metros.
A partir de 1970, com o Plano Diretor de Água, Esgotos e Controle da Poluição Hídrica do DF e com a elaboração do Programa de Recuperação do Lago Paranoá, em 1975, iniciou-se o processo de despoluicão. Em 1978 aconteceu um desastre ecológico de grande proporções no braço Sul, pela a proliferação de algas, que exigiu elevada aplicação de recursos financeiros, incluindo a melhoria operacional das antigas Estações de Tratamentos de Esgotos Sul e Norte.
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Tratamento terciário
Mas a recuperação total do Lago só se deu, definitivamente, a partir de 1993 e 94, quando entraram em operação as ETES’s Sul e Norte, com tratamento terciário do esgotamento sanitário, e várias outras obras, tais como a interligação às novas estações do sistema coletor do Guará I e II, Núcleo Bandeirante e a construção das travessias subaquáticas para os setores habitacionais do Lago Sul e Norte.
Os programas da Caesb de acompanhamento da qualidade da água do Lago Paranoá têm aferido diariamente a sua balneabilidade. Em 1966 esse índice era de 58%, hoje supera os 92%. A concentração de Fósforo Total e do Nitrogênio foram reduzidos drasticamente, impedindo o aparecimento de algas e novos desastres ecológicos, tais como, o ocorrido em 1978. Paralelamente, a Caesb tem feito a remoção de aguapés e estudos de peixamento do Lago, visando a retirar o excedente populacional de Tilápia e o aumento do número de carpas prateadas. Essas medidas fazem parte da biomanipulação do Lago para a melhoria de suas águas, tornando-o um ponto de lazer e atividades esportivas para a população do Distrito Federal.
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