O Plano de Manejo, que norteará as ações a serem desenvolvidas dentro do Parque Estadual do Lajeado, deverá ser concluído em oito meses. Enquanto isto, já está em andamento um Plano de Ação Emergencial, que compreende ações de fiscalização e educação ambiental, bem como a desapropriação das três propriedades localizadas na área do Parque. Também está incluído no Plano Emergencial ações de proteção das nascentes dos ribeirões Lajeado e Taquaruçu. Segundo o diretor de Desenvolvimento Sustentável do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), Alexandre Rodrigues, o Plano de Manejo é um estudo minucioso de toda a área do Parque e só a partir de sua conclusão será possível dizer qual o aproveitamento mais adequado para a área. “O Plano de Manejo compreende estudos dos meios físicos, bióticos e sócioeconômicos da área compreendida pelo Parque, inclusive com a elaboração de mapas topográficos. Só após a conclusão destes estudos será possível dizer quais locais poderão ter a visitação explorada”, reforça o diretor.
O Parque foi criado em maio deste ano e compreende uma área de 9.930 hectares abrangendo a Serra do Carmo e do Lajeado. A área está sendo cercada e recebendo placas educativas e indicativas. A gerência do Parque é do Naturatins, com a participação de um conselho consultivo. A criação do Parque Estadual do Lajeado faz parte do cumprimento da legislação ambiental, que obriga obras com alto poder de degradação compensar com a manutenção de áreas de preservação. Assim, 0,5% do valor da obra da usina Luís Eduardo Magalhães está sendo destinado para os parques estaduais, sendo que do recurso total, 70% é destinado para o Parque Estadual Lajeado e 30% para o Parque Estadual do Jalapão.
Diplomacia resolve problemas ambientais na fronteira entre TO e BA
Wanja Nóbrega – de Palmas
Definir uma proposta técnica para solucionar os problemas ambientais provocados pelos produtores rurais localizados na divisa do Tocantins com a Bahia. Este é o principal objetivo de um Termo de Cooperação, assinado no início deste ano, entre o presidente do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), Isac Braz da Cunha, e representantes do Ibama e do Centro de Recursos Ambientais (CRA) – órgão ambiental do governo baiano.
O motivo do Termo é que a região que compreende a faixa divisória entre os dois estados é dotada de imensas belezas naturais e poderia ser destinada apenas à exploração do ecoturismo ou de atividades sustentáveis. Mas, a realidade do local é outra. Por falta de orientação básica, os produtores que se instalaram na área – a maioria migrantes do Sul do país – partirão para atividades de plantio direto, utilizando o solo de maneira desordenada, provocando grandes estragos que precisam ser reparados. A região em questão é uma das maiores plantações de soja do Brasil.
Isac Braz da Cunha explica que a Proposta Técnica assinada entre os órgãos ambientais prevê desde a educação ambiental, mostrando aos produtores a necessidade de ordenar o uso do solo sob pena de prejuízos irrecuperáveis, além de planejar e executar medidas que visam a compensação dos danos causados com o desmatamento das áreas plantadas. “Como se trata de um imenso platô, a área poderá se tornar um deserto em alguns anos, tornando o solo pouco fértil”, alerta o presidente do Naturatins.
Atribuições – No Termo de Cooperação estão definidas as atribuições de cada órgão envolvidos. Ao Naturatins cabe elaborar uma proposta técnica de trabalho, visando regularizar os processos ambientais; disponibilizar dados para elaboração do inventário e diagnóstico das propriedades rurais, com respectivas atividades, situados no Tocantins; e disponibilizar pessoal e recursos materiais para execução de suas atribuições.
O Ibama deverá aprovar a proposta técnica de trabalho; disponibilizar pessoal e recursos materiais; e ainda regularizar as questões inerentes ao desmatamento, fauna e outras pertinentes à sua competência. E, por fim, ao CRA fica a incumbência de aprovar a proposta técnica; disponibilizar dados para elaboração do inventário e diagnóstico das propriedades rurais, com as respectivas atividades, situados na Bahia.
Histórico – A situação da divisa dos dois estados está indefinida desde antes da criação do Tocantins. Somando-se a isto o fato da área ser bastante isolada, os produtores ficaram órfãos, não recebendo orientações básicas sobre as questões ambientais nem assistência agrícola. Os produtores promoveram o desmatamento e o plantio sem seguir nenhuma recumendação técnica, o que provocou graves danos.
O Governo do Tocantins, preocupado com a situação da área resolveu disponibilizar seu órgão ambiental para cuidar do caso. Técnicos do Naturatins já estiveram no local, fazendo inclusive sobrevôos e conversando com os produtores. “A região é próspera, os produtores têm comprador garantido para os grãos que produzem, mas não recebem nenhum apoio oficial por causa do problema da divisa”, explica Isac.
Como o processo de definição da divisa está tramitando no Supremo Tribunal de Justiça e com a assinatura do Termo da Cooperação, os produtores têm, agora, uma expectativa de serem adotados pelos órgãos ambientais, deixando de ser órfãos de informações fundamentais para continuarem produzindo de maneira racional, fazendo as compensações necessárias para preservar o meio ambiente.
Mais informações: Naturatins: 08000-631155 – (63) 2182600