O pão nosso de cada dia ou as sementes da morte?
20 de fevereiro de 2004Já houve um tempo em que os seres humanos podiam ter certeza sobre aquilo que estavam comendo. Já não é mais assim. Por trás de sua aparência inofensiva, alimentos hoje escondem um verdadeiro arsenal de substâncias químicas, que vão desde os agrotóxicos até os mais terríveis aditivos. Se isto não bastasse, agora sofremos a ameaça… Ver artigo
Já houve um tempo em que os seres humanos podiam ter certeza sobre aquilo que estavam comendo. Já não é mais assim. Por trás de sua aparência inofensiva, alimentos hoje escondem um verdadeiro arsenal de substâncias químicas, que vão desde os agrotóxicos até os mais terríveis aditivos. Se isto não bastasse, agora sofremos a ameaça de ver nossa comida adulterada geneticamente. Muitos se perguntam o que isto significa, seja em termos da nossa saúde, seja da do meio ambiente. A título de exemplo, citemos o caso da soja transgênica da Monsanto, que, se não fosse pela intervenção do Greenpeace e do Idec, hoje estaria nas nossas mesas. Esta soja foi manipulada para ser tolerante ao Roundup, herbicida produzido pela própria companhia, permitindo que este seja aplicado diretamente sobre a planta, algo que não acontecia antes. Isto significa que ao ingerirmos esta soja estaremos também ingerindo uma quantidade significativa deste veneno (até 200 vezes mais do que o limite atualmente permitido, conforme solicitação da Monsanto ao Ministério da Saúde). O Roundup, além de tóxico para seres humanos e animais, é comprovadamente cancerígeno. Mais ainda, estudos realizados vêm demonstrando repetidamente que esta alteração genética não só diminui a produtividade da soja como também leva a uma maior utilização do herbicida, o que é péssimo para o meio ambiente. E o porquê disto tudo, se hoje temos condição de produzir alimentos saudáveis em quantidade utilizando apenas a agricultura orgânica? Loucura dos nossos tempos, meus caros amigos.
(1) Samuel Wallace MacDowell é PhD em biologia molecular
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