Código Florestal

Senador Bernardo Cabral propõe CPI das ONGs

24 de março de 2004

Senador quer valorizar ONGs honestas e desmistificar as ONGs picaretas


      O senador Bernardo Cabral (PFL-AM) anunciou que está coletando assinaturas para instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar a atuação das Organizações Não Governamentais (ONGs) na Amazônia. O objetivo do senador é prestigiar as ONGs que trabalham com honestidade e desmistificar “as que possuem fachadas de catedral e fundos de bordel”. 


A proposta do senador recebeu apoio dos senadores Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) e Moreira Mendes (PFL-RO), que junto com Gilberto Mestrinho (PMDB-AM), que combatem as organizações. Para Cabral, “algumas ONGs são amparadas por doações milionárias de empresas que têm interesses inconfessáveis”. Em sua opinião, elas ofendem a soberania do Brasil ao querer ensinar aos brasileiros a preservar a floresta e os índios. 


“Se o Governo funcionasse poderia se dispensar o trabalho das ONGs”, declara a senadora Marina Silva (PT-AC), que não dispensa uma parceria com tais organizações. “O que me espanta é que senadores que não apoiaram a CPI dos Bancos façam um ?cavalo de batalha? com a CPI das ONGs”, reclama a parlamentar, integrante de um partido que adota posição favorável a qualquer investigação parlamentar. 


O problema, segundo a senadora, é que os adversários generalizam a atuação das ONGs, como se todas elas fossem nefastas ao país. O senador Jefferson Péres (PDT-AM) é contrário à investigação apenas das ONGs. “Defendo que a CPI também se estenda às madeireiras”, acrescenta o parlamentar. Péres disse que vai apresentar um requerimento ampliando a investigação. “Tem ONGs picaretas, mas também existem aquelas que ganharam Prêmio Nobel. Como há madeireiras que estão destruindo a Amazônia e aquelas que estão trabalhando dentro da lei”.