Tocantins

Ilha do Bananal, onde a natureza esbanja biodiversidade

24 de março de 2004

Parque Nacional do Araguaia e Parque Indígena do Araguaia estão na maior ilha fluvial do mundo


Cercada pelos rios Araguaia e Javaé, a maior ilha fluvial do mundo, com mais de 2 milhões de hectares, no Sudoeste do Tocantins, divisa com o Mato Grosso, dá provas de resistência e mantém a natureza em dia para abrigar a população de 3 mil índios e uma infinidade de espécies da fauna e flora. Um terço da ilha é área do Parque Nacional do Araguaia, os outros dois terços estão reservados ao povo Karajá no Parque Indígena do Araguaia, somando grande acervo natural e cultural. 


Entre a “descoberta” de exploradores sertanistas e a instalação de um presídio, idealizado pelo Visconde da Lapa no século 18, a ilha de densos bananais esperou até 1959 para ganhar status de reserva ambiental. Só depois que o então presidente Juscelino Kubitschek se encantou com o lugar, instalando ali uma residência em meio ao cerrado-pantanoso, o País começou a olhar para a Ilha, instituindo em 1971 o Parque Nacional, na Região Norte, e em 1973 o Parque Indígena, na Região Sul.


Dois ecossistemas somam presença na Ilha do Bananal, caracterizando-a como área de transição com 80% de várzeas típicas do cerrado e 20% de florestas. A Ilha tem duas épocas bem distintas. De outubro a março, quando dois terços de terra ficam submersos, a ligação entre os vários rios e córregos provocam inundações por toda a ilha, tornando o passeio de barco pelas lagoas um considerável atrativo. É quando a Região torna-se um verdadeiro pantanal e os animais terrestres se mudam para as partes altas, buscando proteção da terra firme. A partir de abril, quando as chuvas diminuem e a mata sobe, os bichos se espalham e as águas chegam a ficar transparentes. 


Parque Nacional do Araguaia


Administrado pelo Ibama, o Parque abrange parte dos municípios de Pium, Lagoa da Confusão e Formoso do Araguaia. A vegetação dos 562 mil hectares é bem diversificada, predominando os campos de várzeas inundáveis, com cerrados e florestas ao longo dos rios, onde são encontradas palmeiras típicas como maçarandubas, canjeranas e piaçavas e espécies como a onça-pintada, a arara-azul, o gavião real e a águia pescadora. 


Seja ao lado do rio Araguaia ou do rio Javaé, os atrativos se mostram a cada momento. A Mata do Mamão, uma espécie de banco genético natural, está numa área de 65 mil hectares, habitada por antas, capivaras, lobos, jaburus, veados, ariranhas, tamanduás, emas, mutuns, jacarés, tartarugas, e outras espécies em extinção. A Mata é o lugar onde os bichos encontram maior segurança, refugiando-se dos caçadores e das queimadas. Ali, a floresta é fechada, densa e úmida, sendo naturalmente resguardada. No coração da reserva indígena da Ilha do Bananal estão 18 km das águas escuras e misteriosas de um corredor margeado por matas virgens, denominado Lago Preto. Ele está a 25 Km da Lagoa da Confusão, a cidade que é a porta de entrada para a Ilha, a 232 Km de Palmas. 


No verão, a Lagoa Sorrocan, que é o palco de jacarés, fica mais bonita, recebendo maior número de répteis que aproveitam para pegar um solzinho nas suas margens. O Campo das Caraibeiras é caracterizado por campos com grama rasteira e as árvores caraíbas que medem até 15 metros e florescem em amarelo, transformando a área num grande jardim.


Sequestro de carbono


Tanta riqueza natural vem sendo alvo de pesquisas e projetos como os desenvolvidos no Centro de Pesquisa Canguçu, em frente à Ilha, às margens do rio Javaé, inaugurado em agosto de 99 pela empresa Ecológica. O sequestro de carbono, prevendo a redução do efeito estufa, é o carro-chefe da empresa, que trabalha em parceria com o Governo do Tocantins, Ibama, a ONG Gaia e a britânica AES Barry, financiadora de US$ 1,5 milhão, recurso suficiente para os primeiros 5 anos de pesquisa. 


Para garantir os outros 20 anos do projeto, que prevê o aprisionamento de mais de 27 milhões de carbono, a Ecológica procura parceiros que queiram atuar na área do ecoturismo e do turismo científico, capazes de facilitar a auto-sustentação das pesquisas. O Ibama também acredita que o ecoturismo possa somar forças para preservação da Ilha. No Tocantins, os técnicos do órgão esperam para julho o plano de manejo, que está em fase de revisão em Brasília. 


Para visitar o Parque Nacional do Araguaia é preciso obter autorização do Ibama, enviando ofício com informações sobre o objetivo da visita, o número de pessoas e o período do passeio.


Mais informações:
Ibama (63) 215-2381 / 2645
Ecotur (63) 215-7624
Ecológica (63) 215-1279
Funai (63) 712-3988








SUMMARY


Bananal Island


At the Tocantins’ State there are two federal parks with preserving objectives: the Araguaia Indian Park and the Araguaia National Park.


There is also the world’s greatest fluvial island, the Bananal Island, (total area 2,1 thousands ha), the ancestral land of Karajá’s and Javaé’s nations. It is one of the richest planet’s biodiversity. Life storehouse, home of jaguars, blue macaws, royal hawks and fishing eagle. In the Bananal Island we realize how wonderful is the creation and life.


The access to the Bananal Island depends on an Ibama’s authorization. The cities that compound the region are: Dueré, Peixe, Lagoa da Confusão, Formoso do Araguaia, Sandolândia and Pugmil.