Lições de Cidadania

Contando histórias para crianças doentes

4 de março de 2004

A Associação Viva e Deixa Viver tem 250 voluntários, são contadores e fazedores de histórias infantis

Outro exemplo de trabalho voluntário que deu certo é a associação Viva e Deixe Viver, de São Paulo. O objetivo é formar competentes contadores de história para crianças hospitalizadas, promover o entretenimento e a informação educacional, visando a transformar a internação da criança no hospital e sua passagem pela casa de apoio em um momento leve, agradável e alegre.

O Viva e Deixe Viver é uma sociedade civil sem fins lucrativos e conta com o apoio de voluntários e parceiros.

Os principais recursos da associação são a leitura de obras infantis, as brincadeiras, a criatividade e o bom humor de seus voluntários.

Através de atividades culturais que estimulam o desenvolvimento das aptidões dessas crianças, a associação contribui para a humanização dos serviços a elas destinados, integrando o seu cotidiano às condições sensíveis de comunicação e interação com a realidade externa.

Para realizar o seu objetivo, a associação recebe como doação pelo menos uma hora semanal de seus voluntários, que atuam em dez hospitais da cidade de São Paulo e dois em Campinas (SP).

Treinamento do voluntariado

Cada contador de histórias passa por um cuidadoso processo de treinamento, porque eles vão se relacionar com crianças com doenças crônicas, algumas em fase terminal. Vida e morte são conceitos que emergem a cada momento. Eles precisam valorizar a vida sabendo que a morte chega a qualquer momento.

O processo de treinamento tem duração de dois meses, antes do início do trabalho. Após esse período, a associação proporciona aos voluntários uma capacitação constante por meio de palestras mensais, visando a desenvolver habilidades que os coloquem mais próximos do mundo da criança.

Diversas formas de contribuição

A associação oferece ao voluntário que não tem vocação para atuar em um hospital a oportunidade de contribuir como fazedor de histórias. São profissionais de diferentes áreas que, ao doar parte de seu tempo e de seus talentos, ajudam na organização das atividades, integrando uma das seis células de trabalho da entidade, cada qual com a sua finalidade. São elas: células de Integração, de Administração, de Desenvolvimento Humano, de Eventos, de Captação de Recursos, e célula de Comunicação. A associação Viva e Deixe Viver possui hoje 250 voluntários, entre contadores e fazedores de histórias. 

Trabalho reconhecido

O trabalho da associação obteve reconhecimento internacional: o seu fundador, Valdir Cimino, integra a comissão que representará o Brasil junto a Organização das Nações Unidas (ONU), para preparar o Ano Internacional do Voluntariado, em 2001. 

Segundo Cimino, "o voluntariado é um assunto que vem sendo muito discutido no Brasil atualmente, mas é um desejo antigo que existe em cada pessoa. Fazem parte da nossa essência a solidariedade, o amor, a tolerância e muitos outros valores positivos. Exercitá-los é o que faz a diferença. Viva e Deixe Viver é um exercício de cidadania. É a capacidade e a possibilidade de construir ou transformar a cooperação dos nossos contadores e fazedores de histórias em um mundo mais digno para todos. Em especial para as nossas crianças, que farão do Brasil um País mais feliz. A melhor história é aquela que se aprende contando", conclui.

Onde ser voluntário

Quem deseja prestar serviço voluntário e não sabe por onde começar, a dica é acessar a página http://www.programavoluntarios.org.br e escolher um dos 22 centros que se encontram em Belo Horizonte, Blumenau, Brasília, Campinas, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Franca, Guarapuava, Limeira, Novo Hamburgo, Palmas, Presidente Prudente, Porto Alegre, Recife, Ribeirão Preto, Rio Claro, Rio de Janeiro, Salvador, Santa Fé do Sul, São Paulo e Vitória.

Mais informações: 
Valdir Cimino
Tel: (11) 3177-9990 / 9782 
Associação Viva e Deixe Viver 
Tel: (11) 3865-2613 – 3676-0643