Ciência & Vida;

Pesquisa agropecuária busca o desenvolvimento sustentável

24 de março de 2004

Solo e água, os maiores patrimônios do agricultor, devem ser preservados


 


Produzir mais alimentos e com melhor qualidade, esse é um desafio do setor agropecuário brasileiro. Mas não é o único. O setor tem que se preocupar, também, em fazer isso de forma racional, satisfazendo as necessidades das gerações presentes, mas sem comprometer os recursos naturais para uso das gerações futuras. Isso se chama desenvolvimento sustentável.


A Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, tem a qualidade ambiental como prioridade orientadora de todos os seus trabalhos de pesquisa. Ela tem gerado ou adaptado numerosas tecnologias, produtos e serviços destinados à agricultura, à pecuária e ao setor florestal brasileiro para permitir a exploração em bases racionais e não predatórias do meio ambiente.


De todas as suas unidades de pesquisa emergem tecnologias com preocupação ecológica, em que fungos e insetos substituem defensivos químicos; plantas controlam parasitas do solo; bactérias provêem adubação nitrogenada; técnicas de plantio e de manejo controlam erosões; técnicas de laboratório facilitam a germinação de sementes de espécies em via de extinção e o repovoamento de áreas florestais. 


Além de propiciar meio ambiente limpo e sadio, essas novidades fazem com que o agricultor mantenha e preserve o solo e as águas, que são seus maiores patrimônios e seus principais meios de produção. Aqui estarão sendo mostradas algumas dessas ações inovadoras que vêm revolucionando o campo brasileiro.


Tecnologias do Meio


Biofungicida no Semi-Árido


Um inseticida e um fungicida biológicos foram desenvolvidos pela Embrapa Semi-Árido, para uso em hortifrutícolas. 


O bioinseticida “Biomut”, inócuo ao homem, aos animais e ao ambiente, é indicado no combate à mosca branca, e o biofungicida “Biomix”, igualmente sem contra-indicações, é utilizado para doenças em tomate, feijão, melancia, maracujá e uva. 


Mais informações: 
Embrapa Semi-Árido (81) 862-1711


Mata ciliar ajuda agricultura


A Embrapa Cerrados está realizando trabalho de recuperação e preservação de matas de galeria – vegetação à beira de rios e lagos -, para evitar a redução do volume d’água e manter sua qualidade, garantindo produtividade e menores custos na atividade agropecuária. 


Essa ação educativa foi realizada com participação de agricultores, professores e alunos, envolvendo 180 propriedades e 3.316 pessoas, em 1999. 


O projeto tem parceria com o Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia Legal, CNPq, Universidade Federal de Uberlândia, Universidade de Brasília, Banco Mundial, Emater-DF e as Secretarias de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente e de Educação de Formosa (GO). 


Mais informações: 
Embrapa Cerrados (61) 389-1171


Degradação de pastagens 


A Embrapa Pecuária Sudeste está monitorando o impacto ambiental de sistemas intensivos de pastagens. 


A Embrapa possui recomendações técnicas e de manejo, que permitem conservar o solo dos pastos e proteger os cursos d’água próximos às áreas de pastagem.


Esses cuidados evitam a degradação das pastagens e, com isso, o pecuarista não precisará gastar em recuperação de terras e águas. 


Mais informações: 
Embrapa Pecuária Sudeste (16) 261-5611.


Pecuária ganha com árvores


O plantio e a manutenção de árvores em pastagens – desde que escolhidas as árvores adequadas e adotado o manejo correto – ajudam a recuperar solos com erosão e degradados. 


E mais: incrementam a fertilidade da terra em, pelo menos, 20%, aumentam o aproveitamento das águas pluviais, propiciam alimentação alternativa para os animais (quando introduzidas espécies arbóreas leguminosas), reduzem custos de produção e valorizam a propriedade. 


Estas são algumas das vantagens do uso de árvores nos pastos, técnica recomendada pela Embrapa Agrobiologia, Embrapa Gado de Leite e UFV. Mais informações: (32) 249-4700