Depois de 14 anos, a pombinha asa-branca (Columba picazuro) volta a São Paulo
4 de março de 2004O ornitólogo Johan Dalgas Frisch (acima) identificou a ave… … e o filho Chistian fotografou a volta da asa-branca Quando oiei a terra ardendoQual fogueira de São JoãoEu perguntei a Deus do Céu, aiPra que tamanha judiação? As aves têm lugar de destaque especialíssimo no mundo animal. Além da beleza das plumagens, dos cantos… Ver artigo
O ornitólogo Johan Dalgas Frisch (acima) identificou a ave… |
… e o filho Chistian fotografou a volta da asa-branca |
Quando oiei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do Céu, ai
Pra que tamanha judiação?
As aves têm lugar de destaque especialíssimo no mundo animal. Além da beleza das plumagens, dos cantos melodiosos e de causarem inveja pela sua liberdade em desafiar a lei da gravidade, elas exercem um fascínio fantástico sobre os homens.
Que braseiro que fornalha
Nem um pé de plantação
Por falta d}água, perdi meu gado
Morreu de sede, meu alazão.
Mais do que fascínio: elas são úteis no dia-a-dia, pois controlam as pragas dos campos, disseminam sementes e plantas e avisam até as horas do dia.
Inté mesmo a asa-branca
Bateu asas do sertão
Entonce eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração.
Mas as aves são também sinal de alerta: elas podem sinalizar quando estamos agindo de forma incorreta com os ambientes. Pela fragilidade, elas são verdadeiras indicadoras da qualidade ambiental. São as primeiras a sofrerem com as modificações de seu habitat.
Hoje longe muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Prá mim voltar pro meu sertão.
E a asa-branca voltou para os parques e jardins paulistas. Voltou, quem sabe, com saudade de seus conterrâneos nordestinos que viraram paulistanos ou voltou, talvez, por encontrar benfeitores que promoveram um fome zero para as aves? A resposta fica no ar, mas o fato é que a asa-branca está de volta a São Paulo, depois de 14 anos sumida. Como na canção de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, a asa-branca é uma promessa de dias melhores. De esperança. De deixar as lágrimas para cantar a volta do amor.
Quando o verde de teus oios
Se espaiá na plantação
Eu te asseguro, num chore não, viu?
Que eu voltarei, viu? Meu coração!
A paixão passarinheira de Johan Dalgas Frisch identificou e documentou a volta da asa-branca. Ele chamou logo seu filho Christian Dalgas Frisch para fotografar e filmar o seu retorno. Agora, paulistana, a asa-branca divide um pouco das benesses do ?fome zero? com periquitos e sabiás.
ASA-BRANCA
A asa-branca (Columba picazuro)
pertence à Família Columbidae. Neste grupo estão
as pombas, rolinhas e juritis. Picazuro é nome
indígena (Paraguai) picazúrú .
Distribuição: América Meridional desde nordeste
de Pernambuco até o Paraguai. Registrada por Goeldi,
é a única espécie que tem branco nas asas.