Folha do Meio Ambiente

Fome, esse é um termo extremamente usado em todas as línguas desse mundo para as mais variadas situações. Tão usado que quem tem fome de poder, fome de votos, fome de bola, fome de dinheiro ou, até mesmo, quem tem fome de notícias raramente tem a verdadeira fome: a fome de alimentos. A fome é uma triste realidade e a desnutrição é um dos mais complexos e sérios problemas da humanidade. Por quê? Simples, porque o mundo produz alimentos suficientes para todos, mas o desperdício, a defasagem cultural, o desnível econômico e a ganância de poucos acabam provocando a miséria de muitos. Nessa edição, pelo Dia Mundial da Alimentação, estamos trazendo duas contribuições fantásticas aos nossos leitores. Primeiro, o trabalho dos cientistas brasileiros produzindo tecnologias para a produção de alimentos baratos, mais nutritivos e de fácil aceitação no mercado. Segundo, a entrevista com esse Anjo do Cerrado, chamado professora Maria Reis, onde ela mostra que a fome e a doença no Brasil têm jeito, pois a natureza dá tudo o que precisamos. Mas o povo é orientado a ir buscar alimento só no supermercado e remédio só na farmácia, sem saber que brota do chão uma variedade enorme de produtos para matar a fome e para curar doenças. O estoque de tecnologias alternativas para os 14 milhões de pequenos agricultores deste país, disponibilizados pela pesquisa agropecuária está bem explicado em oito páginas desta edição e a entrevista de Maria Reis. Um detalhe importante: depois de ler a entrevista, com certeza o amigo leitor vai querer experimentar as receitas de Maria Reis, aí é só acessar aqui.

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Outro tema importante dessa edição é a questão da imprensa e o meio ambiente ou “os caminhos do jornalismo ambiental”, nome da monografia da universitária e jornalista Juliana Miura, que deu origem a essa reportagem. Pelo grande número de depoimentos de jornalistas e publicitários, o amigo leitor poderá tirar conclusões importantes do papel da mídia na questão ambiental que, como sempre tenho dito, também é uma questão de cidadania.

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Voltamos a falar das baleias francas, com a criação da APA de Santa Catarina, e também das Olimpíadas, não do vexame brasileiro, mas do show que a Austrália deu mostrando ao mundo que meio ambiente e esporte podem jogar juntos. Tudo isso é esperança por dias melhores, mesmo porque não dá para terminar essa carta sem lembrar uma verdade de ontem, de hoje e de sempre: um homem com fome não é um homem livre.