Folha do Meio Ambiente

Os cientistas garantem: a Terra está ficando mais quente. Os ambientalistas avisam: as causas são conhecidas e as conseqüências imprevisíveis. E os representantes de 160 países, reunidos em Haia, Holanda, na Conferência sobre Alterações Climáticas, apesar de saberem da importância da discussão, não se entendem e nem conseguem uma posição única sobre o assunto. O fato é que se a Terra está ficando mais quente, isso significa que os verões serão mais quentes, que as calotas polares podem derreter, o nível dos mares vai subir, as inundações serão maiores, as águas do Oceano Pacífico vão ter temperaturas mais elevadas, as chuvas, tempestades, maremotos e furacões mais violentos, o El Niño mais perigoso, a agricultura sofrerá alterações e, bem, o mundo vai ficando muito mais difícil de ser habitado. São teorias? Sim, são teorias. Mas se os cientistas estiverem certos e estas teorias corretas, depois será tarde demais para fazer alguma coisa. Toda esta discussão está em duas matérias dessa edição: o encontro sobre o Clima em Haia, com o manifesto da sociedade civil brasileira sobre as relações entre as florestas e mudanças climáticas – nas páginas 15 e 16 – e as discussões sobre a Agenda 21 Brasileira, que busca mudanças nos padrões de desenvolvimento para o próximo milênio.

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Também nessa edição, Francisco Gros, presidente do BNDES, em entrevista à Folha do Meio e TV Senado, mostra as preocupações da principal agência de desenvolvimento brasileira com o meio ambiente, bem como as grandes preocupações da imprensa com o banco em relação aos parcimoniosos financiamentos de projetos ambientais.

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O homem destrói, mas o próprio homem, também, busca preservar. Só que, como diz o general Alberto Cardoso, ministro chefe da Agência Brasileira de Inteligência, os bandidos são muito mais espertos e muito mais audaciosos do que a polícia. O crime e as ações do mal estão muito mais aparelhadas e agem mais rápidas do que as ações do bem. E assim caminha a humanidade… mas temos que aplaudir e divulgar as ações do bem como essa da Unesco que declarou o Pantanal uma Reserva da Biosfera Mundial e Patrimônio Natural da Humanidade.

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Como disse antes, e assim caminha a humanidade! Mas de uma coisa eu tenho certeza: quanto mais as pessoas entendem e se interessam por meio ambiente, mais elas podem perceber a fragilidade do homem e da Terra. E a Folha do Meio Ambiente está aí, há 12 anos, mostrando essa fragilidade e tentando convencer as pessoas de que se quiserem o caos basta deixar ficar como está. A leitura, o estudo e a informação ajudam na preservação da vida. Entendendo a complexidade e a fragilidade de nosso planeta, o homem, quem sabe, pelo menos pode usar seu instinto de sobrevivência para defender o ambiente. Sempre é bom lembrar que quem respeita a natureza oferece louvor ao Criador e à sua criatura.