Inauguração da Hidrelétrica de Manso

Furnas implantou 21 programas ambientais em Manso

3 de março de 2004

Foram catalogadas 122 espécies de répteis e anfíbios, 259 de aves e 93 de mamíferos

 







Presidente FHC fala durante a inauguração
 da Hidrelétrica de Manso


Acompanhado do governador de Mato Grosso, Dante de Oliveira, da diretoria de Furnas e de políticos da região, o presidente Fernando Henrique Cardoso inaugurou dia 8 de dezembro a Hidrelétrica de Manso que vai transformar o estado de Mato Grosso de importador a exportador de energia. Por estar próxima ao Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, a obra teve um acompanhamento especial por parte do consórcio construtor, em relação ao meio ambiente. 


Maria de Fátima Cardoso, Chefe de Divisão de Análises e Projetos de Infra-estrutura da Fundação de Meio Ambiente do Mato Grosso, tem razão: “Não existe nada que o homem intervenha e que não haja impacto ambiental. Mas existem os impactos previstos e o homem com estudos, tecnologias e criatividade pode tomar medidas para minimizá-los”. É justamente isso que acontece quando se constrói qualquer tipo de obra. E com as hidrelétricas é a mesma coisa. O presidente de Furnas, o ex-ministro Luiz Carlos Santos, vai mais longe, quando diz que uma empresa só é grande e só é cidadã se as questões sociais e ambientais fizerem parte de seus negócios. É verdade. O lucro pelo lucro, a renda pela renda, o progresso pelo progresso, sem levar em conta o meio ambiente, é nulo. O presidente Fernando Henrique, em entrevista a Folha do Meio, foi categórico: “O processo de desenvolvimento, sem levar em conta a adequada proteção ambiental, corre o risco de se tornar estéril”. Diante destas evidências, Furnas desenvolveu várias ações de caráter ambiental para amenizar os impactos causados pelo fechamento do túnel escavado na rocha para desviar o rio Manso do seu leito natural durante a construção da hidrelétrica inaugurada dia 8 de dezembro, pelo presidente FHC, em Mato Grosso.


Segundo Luiz Carlos Santos, o Aproveitamento Múltiplo de Manso foi criado para melhorar a utilização dos reservatórios de água da região. Uma de suas finalidades é o controle das cheias dos rios, que já causaram graves transtornos e prejuízos aos moradores que ocupam a área de várzea, especialmente nas imediações das cidades de Cuiabá e Várzea Grande. A obra vai proporcionar melhoria na navegação já que a vazão do rio será regularizada. O turismo também deverá ser potencializado pois o Aproveitamento Múltiplo oferecerá à população mais uma alternativa de lazer com a formação do lago. Outra atividade beneficiada será a agricultura. A descarga no rio Cuiabá tornará possível a irrigação de 50 mil hectares de terras propícias ao aproveitamento agrícola


Furnas elaborou vários programas na área ambiental, como o Programa de Ictiofauna (peixes) do Aproveitamento Múltiplo de Manso. O trabalho foi baseado em estudos sobre a composição e característica biológica do pescado na região, anteriores ao barramento. Da mesma forma, a empresa está acompanhando e avaliando as variações ocorridas nos cardumes durante a formação do reservatório e operação da usina. A meta é traçar diretrizes a partir dos resultados para minimizar o impacto sobre a diversidade aquática e pesca comercial da região.


O Meio Ambiente


Com esse objetivo, Furnas criou três equipes de salvamento perto da barragem, com a finalidade de acompanhar a retração das águas do rio Manso e resgatar espécies de peixes retidos nas poças laterais do rio; e promoveu vistorias nos rios Cuiabá e Cuiabazinho, na região de Nobres, além do rio Manso.


A Fundação Estadual do Meio Ambiente de Mato Grosso, na pessoa de Maria de Fátima Cardoso, confirma os esforços de Furnas para evitar os impactos ambientais: “A gente está acompanhando todo o processo. Eles também estão nos enviando vários relatórios”. Entretanto, Maria de Fátima esclarece: “Não existe nada que o homem intervenha e que não haja impacto ambiental”.


No levantamento da fauna silvestre, realizado antes do enchimento da barragem de Manso, foram catalogadas 122 espécies de répteis e anfíbios, 259 espécies de aves e 93 espécies de mamíferos. Para compensar as alterações provocadas pela hidrelétrica, cujo reservatório atinge uma área de mais de 427 km2 entre os municípios de Chapada dos Guimarães e Nova Brasilândia, Furnas criou além do programa da Ictiofauna, outros 21 como o de monitoramento hidrológico, da Limnologia e qualidade da água, manejo e conservação da fauna


O Aproveitamento Múltiplo de Manso foi o primeiro empreendimento hidrelétrico do país a ter o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) aprovados em audiência pública realizada em 1988.


A usina terá uma potência instalada de 210 MW, que corresponde a 85% da demanda máxima das cidades de Cuiabá e Várzea Grande, e a 40% do estado do Mato Grosso.


Maiores informações: 
(21) 528-4453