GENTE DO MEIO

Professor Genebaldo Freire Dias

24 de março de 2004

A educação ambiental, seus princípios e práticas para evitar agravamento da crise com o ambiente





 



 







Genebaldo fez do PNB sua praia de Educação Ambiental


 A sociedade humana está sendo empurrada por padrões de consumo insustentáveis, impostos por modelos de desenvolvimento insanos, tornando-se mais injusta, desigual e insensível. Em decorrência, “agravaram a crise ambiental, produzindo mudanças indesejáveis: alterações climáticas, destruição de hábitats, desflorestamento, perda de solo, extinção de espécies e de diversidades de ecossistemas, poluição, escassez de água, erosão cultural e outras”, diz o professor Genebaldo Freire Dias, que está lançando, pela Editora Gaia, a 6ª edição, revista e ampliada, de seu livro “Educação Ambiental – Princípios e Práticas”.


O sergipano Genebaldo é bacharel em Ciências Biológicas, com mestrado e doutorado em Ecologia da Fauna e Flora, pela Universidade de Brasília. Autor de outros livros (“Atividades Interdisciplinares de Educação Ambiental”, “Populações Marginais e Ecossistemas Urbanos”, “Elementos para Qualificação em Educação Ambiental”, “Fundamentos da Educação Ambiental”, “Pegada Ecológica” e “Sustentabilidade Humana”), o professor Genebaldo, depois de diagnosticar o estrago promovido pelo homem na natureza, enfatiza que “o papel da Educação Ambiental, neste contexto, torna-se mais urgente”, e alfineta o atual modelo educacional: “Precisamos oferecer mais formação. A educação ainda treina o(a) estudante para ignorar as conseqüências ecológicas dos seus atos.”


Esperançoso, Genebaldo ressalta: “É óbvio que houve conquistas, mas estas estão sendo insuficientes para provocar as mudanças de rumo que a velocidade da degradação ambiental requer.” Para o professor, é preciso incrementar a educação ambiental, para conter a “rapidez com a qual se devastam e se desequilibram os sistemas que asseguram a sustentabilidade humana na Terra”. Mas, para tanto, é urgente que ecologistas tirem os governantes da inércia, porque, diz Genebaldo, “ainda impera uma instigante indefinição política, provocada por ignorância ambiental”. E acrescenta: “Afinal, não se compreende de outra forma a indiferença de muitos setores à causa ambiental, à necessidade de mudanças na relação humanos-ambiente.”


No Centro de Visitantes do Parque Nacional de Brasília, o professor Genebaldo Freire Dias tem sua praia: ali, coloca em prática a toda hora a teoria que desenvolveu sobre a importância da educação ambiental. Dentro do prédio ou utilizando como material didático os 30 mil hectares do parque, ele próprio ou seus auxiliares mostram à coletividade o que significa a preservação da natureza para a sobrevivência das pessoas. Nesse aspecto, o Parque Nacional de Brasília vem muito a calhar. Acontece que lá fica a barragem Santa Maria, vital para abastecer Brasília de água. Sem falar que a qualidade do ar respirado pelos brasilienses é muito dependente da preservação daquela reserva florestal, que os freqüentadores também utilizam como área de lazer e esportes. No local, não há pessoa estressada que não recomponha suas energias depois de uma caminhada ou corrida e um banho numa de suas duas piscinas de água corrente.


Mas Genebaldo quer mais do que acomodar-se ao Centro de Visitantes do Parque Nacional de Brasília. Então, aceitou o convite para revisar e aumentar seu livro “Educação Ambiental – princípios e práticas”. Em decorrência, não faltará aos amantes da ecologia o que ler nas 550 páginas desta obra.

Gente do Meio

22 de março de 2004

    Hamilton Casara Novo presidente do Ibama quer tolerância zero para crimes ambientais O novo presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis – Ibama, o engenheiro agrônomo Hamilton Casara, 41 anos, nasceu e viveu na floresta. Justamente por isso vira bicho quando o assunto é preservação ambiental. Profundo conhecedor da… Ver artigo







 


 


Hamilton Casara


Novo presidente do Ibama quer tolerância zero para crimes ambientais


O novo presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis – Ibama, o engenheiro agrônomo Hamilton Casara, 41 anos, nasceu e viveu na floresta. Justamente por isso vira bicho quando o assunto é preservação ambiental. Profundo conhecedor da realidade brasileira, sobretudo na Amazônia, Casara aceitou o desafio do Ministro José Sarney Filho para dirigir o Ibama. Ganhou notoriedade por denunciar a entrada em massa de madeireiras asiáticas na floresta amazônica brasileira e por combater a ambição predadora dos madeireiros. Seu primeiro desafio, costuma dizer, será promover parcerias com a sociedade civil organizada, estados e municípios visando desenvolver ações voltadas para a educação ambiental.


Para o novo presidente do Ibama, é de fundamental importância a elaboração de uma agenda de trabalho que “nasça nas pontas” e que permita à direção do Instituto lançar mão de todos os meios para fortalecimento de suas unidades em todo o Brasil. Para ele, esta é uma “regra simples, mas muito importante do ponto de vista dos resultados”.


As metas de Hamilton Casara envolvem o combate ferrenho aos desmatamentos e queimadas, combate pesado ao tráfico de animais silvestres, à exploração irregular de madeira e à melhoria do controle institucional do órgão. Daí a importância da descentralização das ações e autonomia das representações estaduais.O objetivo é dar mais agilidade ao Ibama. Desde que assumiu a presidência do Ibama, Casara vem destacando a ação “tolerância zero” para os infratores e para o crime ambiental, fortalecendo os mecanismos de defesa para reservas indígenas, reservas extrativistas, parques nacionais e demais áreas de proteção ambiental.


Maria do Carmo 21


A luta por novo padrão de desenvolvimento


Justiça seja feita: Maria do Carmo de Lima Bezerra tem sido homenageada nos debates estaduais da Agenda 21 Brasileira pelo excelente trabalho desenvolvido como secretária executiva da Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional. Ela é responsável pela elaboração e implementação da Agenda, mas esteve ausente dos últimos debates, por estar se convalescendo de uma cirurgia. A verdade é que Maria do Carmo é a grande responsável pela continuidade do processo de construção da Agenda 21 brasileira e pelo sucesso dos debates estaduais da Agenda – já foram realizados em 19 estados. 


Arquiteta, doutora em Estruturas Ambientais Urbanas pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP), com mestrado em Planejamento Urbano pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), Maria do Carmo Bezerra, além de professora da UnB do Curso de Mestrado em Planejamento Urbano e Regional, onde ministra a disciplina Espaço e Meio Ambiente, já foi Secretária de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia do Distrito Federal e diretora da Reserva da Biosfera do Cerrado.

Gente do Meio

Juliana Santilli:

22 de março de 2004

educar para proteger

 

 

"É preciso que as pessoas tomem conhecimento da magnitude dos problemas ambientais brasileiros. Isso porque hoje o meio ambiente está sendo extremamente agredido." – assim pensa a promotora de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural, Juliana Santilli, do Ministério Público do Distrito Federal, que é uma das responsáveis pela elaboração da Cartilha do Meio Ambiente. 

Santilli acredita ser importante formar cidadãos mais ativos na defesa da causa ambiental. Refletindo essa necessidade, a Cartilha do Meio Ambiente traz orientações para que as pessoas saibam como encaminhar denúncias de crimes cometidos contra o meio ambiente para o Ministério Público. A promotora informa que qualquer pessoa pode e deve denunciar crimes como desmatamentos ilegais, ocupação de áreas públicas, contaminação de recursos hídricos, entre outros. Hoje, cerca de trezentos processos ambientais estão sendo examinados pelo Ministério Público. E, com um maior envolvimento da população, espera-se aumentar esse número e proteger melhor o meio ambiente. 

Maurício Andrés, o desafio de ecologizar o Conama

Saber administrar conflitos é uma arte. Fazer com que o órgão público administre bem o problema do cidadão é um dever. Ter capacidade de ouvir todas as partes, digerir os problemas e tomar uma decisão de consenso é um desafio. Arte, dever e desafio são virtudes importantes de quem é executivo da coisa pública. Pois, Maurício Andrés Ribeiro o é. Essas características, somadas à sua formação na área ambiental, foram a credencial que o ministro Sarney Filho levou em conta para nomear esse arquiteto mineiro como Diretor executivo do CONAMA. 

Maurício Andrés ocupou vários cargos em Minas: foi Secretário de Meio Ambiente de Belo Horizonte (90-92), depois presidente da Fundação de Meio Ambiente de MG (95-98) e, em 1999, veio para Brasília para ser o Diretor do Programa de Gestão Ambiental da Secretaria de Qualidade Ambiental do MMA. 

Autor do livro "Ecologizar – Pensando o Ambiente Humano" (2º edição – RONA Editora – BH) Andrés, cuja nomeação saiu dia 5 de março, costuma dizer que o Conama é um colegiado de trabalho, mas não basta ter legitimidade e representatividade, se não tiver organização e operacionalidade. Conselho que se preze tem que tomar decisões rápidas e com o máximo de acerto. E o desafio de Maurício Andrés para esta nova missão é bem clara: implantar as mudanças que o "Pensando o Conama" propôs e usar sua força de conciliação, para (sem estresse) democratizar a política ambiental brasileira. 

Jacy Guimarães, o mensageiro da Paz Ambiental

O professor Jacy Guimarães gosta de falar sem parar sobre os males que afetam o planeta: a água que está acabando, a camada de ozônio ameaçada pela poluição, as perdas das diferentes espécies da fauna e da flora, as alternativas de uma boa alimentação que o Cerrado oferece, a importância das matas ciliares, o lixo excessivo produzido pela febre de consumo do homem…. E ele não pára. Dá aula numa escola de Brasília, reúne-se com os moradores de uma comunidade rural, debate com os professores do MEC, faz curso em Curitiba, dá palestras no Canadá e na Itália. Assim, sua mensagem é levada muito além de Brasília e do Entorno do DF. A verdade é que o professor Jacy Guimarães, 65 anos, nascido em Paracatu, não é apenas um educador ambiental. Ele ultrapassou este limite e é visto como um missionário que prega a paz entre os homens e a natureza. (Veja matéria na página 16).

Há 40 anos ele se dedica à defesa dos recursos naturais. A jornada começou quando ainda era técnico agrícola. Hoje, aposentado pela Universidade Federal de Uberlândia, ele ministra o curso de Ecologia e Espiritualidade e prega uma nova forma de relação entre o homem e o planeta. Sempre busca, com expressões simples, explicar a complexidade dos ecossistemas para pessoas humildes. 

O professor Jacy Guimarães faz da sua luta diária por uma vida melhor na Terra a sua profissão de fé. Amém!

Gente do Meio

Ari Quadros, operário da ecologia

22 de março de 2004

    Ari Quadros, 63 anos, natural de Quaraí, no Rio Grande do Sul, costuma se definir como um ex-operário assalariado e hoje um operário não-assalariado da ecologia. Gerente de Banco por muitos anos, foi, no entanto, encontrar na luta ecológica a sua maior realização, aliás uma vocação nascida na infância, quando morava com a… Ver artigo







 


 



Ari Quadros, 63 anos, natural de Quaraí, no Rio Grande do Sul, costuma se definir como um ex-operário assalariado e hoje um operário não-assalariado da ecologia. Gerente de Banco por muitos anos, foi, no entanto, encontrar na luta ecológica a sua maior realização, aliás uma vocação nascida na infância, quando morava com a família e tomava banho de rio. E foi esse rio, que Ari costumava chamar de “meu grande mar”, que veio a defender mais tarde com unhas e dentes: o Ibirapuitã. Hoje já perdeu a conta das inúmeras viagens que fez, tudo por conta própria, para conhecer e participar de congressos no Brasil e no Exterior, sempre para aprimorar ainda mais os conhecimentos e atitudes ecológicas.


Ari Quadros esteve à frente da luta pela criação da hoje efetivada Área de Preservação Ambiental do Ibirapuitã, que abrange os municípios de Livramento, Alegrete, Rosário do Sul e Quaraí, num total de 3l8 mil hectares. Ao lado de estudantes, de unidades do Exército da região, Ari Quadros vai buscando aliados para sua luta, seja nas regatas ecológicas para a limpeza das margens e do leito “do grande rio da minha infância”, seja na preservação das praias e no terrível esporte de mau gosto que é a caça esportiva. 


Marli Alves dos Santos: Meio ambiente para educadores


Marli Alves dos Santos acredita que a educação holística e global é o caminho para construir cidadãos mais equilibrados e, consequentemente, uma sociedade também equilibrada e ambientalmente saudável. Com essa idéia na cabeça, ela decidiu fundar uma ONG, o Núcleo Internacional de Educação e Gestão Ambiental – Niega, para oferecer treinamentos com enfoque social e ambiental para pessoas que queiram trabalhar em prol do meio ambiente. 


Pela ONG, Marli promove cursos, seminários, palestras e workshops com a finalidade de capacitar educadores de todo o Brasil na área ambiental. As atividades são direcionadas para ambientes escolares e também para empresas, que buscam mudar sua postura pela incorporação de conceitos ambientais na sua gestão. 


Desde 1993, o Niega vem realizando o International Training for Environmental Leardship (Itel), treinamento que ocorre todos os anos nas cidades de São Paulo, Toronto e Montreal (Canadá). O Itel faz parte de um programa de educação ambiental que trata o ser humano em sua totalidade, onde são envolvidos os aspectos físico, emocional, intelectual e espiritual. O programa conta com diversos parceiros, entre eles a Biosphere, Universidade de York, Agência Espacial Canadense, Prefeitura de Montreal, entre outros. Aproximadamente 115 pessoas já foram treinadas pelo Itel. 


O Niega, com sede em São Paulo, desenvolve ainda outros programas, como o de Educação Ambiental Global; de Economia e Gestão Ambiental; Produção Limpa; e Comunidades Saudáveis.


Sanderson Alberto Medeiros Leitão
Responsabilidade com a água


Único sul-americano escolhido para ser futuro líder mundial da água, Sanderson Alberto Medeiros Leitão faz parte de um grupo seleto composto por catorze jovens profissionais de todo o mundo, selecionados por renomados especialistas internacionais. 


Para obter esse título, Leitão cumpriu diversas exigências, como ter menos de 40 anos, possuir larga experiência profissional e falar fluentemente o inglês. Leitão, atualmente com 38 anos, já visitou mais de 40 países, onde desenvolveu projetos na área hídrica. Atualmente, no Brasil, coordena projetos de reuso de água e de desenvolvimento e adoção de tecnologias limpas. 


Os catorze escolhidos têm como missão apontar soluções para minimizar o problema da água em todo o mundo. São eles que deverão conduzir a área de recursos hídricos e de meio ambiente nesse milênio. Para isso, eles realizam reuniões periódicas, onde discutem o assunto, procurando detectar os problemas que afetam a água em nível global, como um primeiro passo para a elaboração de propostas. 


No Brasil, Leitão diz que a principal preocupação deve ser com a conservação da água, associada a uma melhor gestão desse recurso natural, já que ele existe em abundância no país, apesar da escassez já verificada em alguns estados do Nordeste e Sudeste: “Temos condições para resolver o problema de escassez de água que existe em alguns pontos isolados do país. Em médio prazo, o Brasil tem como solucionar inclusive o problema da seca no Nordeste”, diz esperançoso.

Gente do Meio

Morre Arne Sucksdorff

22 de março de 2004

Adeus ao Viking do Pantanal







 


 



Morreu dia 5 de maio, em Estocolmo, Arne Sucksdorff, aos 84 anos, sem ter seu último desejo atendido: voltar para o Brasil, onde morou por mais de 30 anos e teve uma das fases mais produtivas de sua vida: fez filmes, escreveu livros, fotografou e foi um dos maiores responsáveis pelo Movimento do Cinema Novo Brasileiro. A fama de Arne Sucksdorff na Suécia só é comparada a outro diretor de cinema, Ingmar Bergman, e à atriz Ingrid Bergman.


Arne Sucksdorff foi uma legenda do cinema e um dos pioneiros, no mundo, na luta ecológica. Tem uma história de vida fantástica e que a nova geração brasileira não conhece. Sucksdorff nasceu em Estocolmo, Suécia, em 1917, escreveu livros, roteiros, fotografou, dirigiu e produziu 15 filmes de longa-metragem e vários de curta-metragem. Mais do que um apaixonado pelo que fez, Arne foi um gênio que soube fazer. Com o documentário “Ritmo da Cidade”, ganhou o Oscar da Academia Americana de Cinema. 


Arne ganhou, ainda, a Palma de Ouro do Festival de Cannes com o filme “A Grande Aventura” e o Festival de Veneza com o filme “O Vento e o Rio”. Chegou ao Rio de Janeiro em 1962 para dar um curso de cinema para jovens brasileiros: eram seus alunos, Vladimir Herzog, Nelson Pereira dos Santos, Eduardo Escorel, Luiz Carlos Saldanha, Arnaldo Jabor, Joaquim Pedro de Andrade e José Wilker. Mas algo não estava no roteiro e entrou rápido no script: Arne Sucksdorff começou a dividir, para sempre, sua vida entre o Brasil e a Suécia. Sua paixão pelo Brasil aumentou cada dia. Fascinado pela natureza, do Rio de Janeiro resolveu conhecer e fotografar o Pantanal matogrossense. Nova paixão à primeira vista: no Pantanal acabou morando durante 30 anos. Lá escreveu livros, filmou, fotografou, casou, teve filhos. Seu livro “Pantanal, um Paraíso Perdido” encantou o mundo.


 


Última entrevista foi à Folha do Meio


A última entrevista de Arne foi dada à Folha do Meio Ambiente, na edição de abril de 1999. Algumas frases dessa entrevista:


“É preferível caminhar livre nos terrenos desertos, do que estar na cadeira confortável recebendo comida dos outros”


“O homem não está onde estão seus pés, mas onde estão seus sonhos” 


“A natureza é o sorriso de Deus, um raio de luz na escuridão dos seres humanos”


“A vida parece curta demais para se ocupar apenas de coisas que estão na mídia”


“Para quem segue sempre sua consciência, a vida nunca é vazia e sem sentido”


“Só os peixes mortos se vão pelas correntezas dos rios”


 


 


 


Gente do Meio



 


 


Poema Mühlenberg a poesia de rima rica


Os jovens movem o mundo, porque eles lutam de peito aberto pelo seus sonhos, sabem como cobrar atitudes dos mais velhos e falam a linguagem do futuro. Assim, oxigenando a vida, o envolvimento da juventude com as questões ambientais é essencial na busca do desenvolvimento sustentável. E é nesse ritmo que Poema Mühlenberg, uma carioca de 22 anos, brasiliense de coração, vai rimando suas ações.


Poema foi eleita em fevereiro em Nairobi / Quênia, conselheira juvenil para América Latina e Caribe do PNUMA. Seu papel: auxiliar o Programa da ONU a incluir os jovens nos processos de tomada de decisão. 


Aos 18 anos, Poema começou a trabalhar na comunidade do Varjão do Torto (região favelizada de Brasília) como arte-educadora de crianças e adolescentes no programa Se Liga, Galera! da Caixa Seguros, com gestão do Instituto de Pesquisa e Ação Modular, ONG da qual faz parte. Estudante de artes cênicas da UnB, ela participou, no ano passado, em Nova York, do curso de Comunicação e Liderança para jovens mulheres da América Latina e Caribe, promovido pelo Banco Mundial e pelo BID. 


Há um ano, Poema Mühlenberg coordena o projeto GEO Juvenil para América Latina e Caribe do PNUMA, em parceria com IBAMA. Como resultado deste trabalho formou uma rede de mais de 300 jovens envolvidos nas temáticas ambientais. Lançará, este ano, um livro sobre o panorama ambiental na região latino-americana e caribenha com a participação de mais de 800 jovens.


No final de maio, Poema estará participando da Conferência Juvenil de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, promovida pelo governo da Suécia. Este é o primeiro encontro juvenil internacional preparatório para Rio+10, que tem como objetivo favorecer a criação de estratégias para participação juvenil em Johannesburgo, África do Sul.

Gente do Meio

José Aparecido Torsani

22 de março de 2004

Lavrando bem a terra, a água e o ar





 


 






 


Nascido numa fazenda, no distrito de Sabino, em Lins, no Noroeste de São Paulo, em 1947, José Aparecido Torsani aprendeu o ofício de lavrador desde muito cedo e foi buscar o conhecimento indo a pé para a escola e estudando à luz de lamparina. Começou a descortinar um horizonte maior quando atravessava o Vale do Rio Tietê, a cavalo, indo para o município vizinho de Novo Horizonte. 


Na década de 60, mudou para Valinhos, retornou ao Colégio e iniciou no atletismo, tendo sido um campeão dos 100, 200 e 400 metros. Formou-se em Matemática/Física, na USP e, em 1977, candidatou-se a um curso de formação de profissionais em monitoramento nuclear. Acabou no INPE, em São José dos Campos, realizando um mestrado de 4 anos em Meteorologia e Física Atmosférica.


A modelagem atmosférica desenvolvida pelo Dr.Torsani, para o Ceará, até 1996, serviu como base de um processo nacional para as tomadas de decisão econômica-ecológica dos governos estaduais Em 97, o Ministério de Ciência e Tecnologia, em parceria com a Sematec-DF e o Jardim Botânico de Brasília, convidam o professor Torsani para implantar na Capital Federal o Centro de Pesquisa e Monitoramento Ambiental. 


Ao assumir a Sematec-DF, em janeiro de 99, o Secretário Antonio Barbosa reconhece no verde-palmeirense-paulista-de-Lins as qualidades para implementar a Política e Gestão dos Recursos Hídricos no Distrito Federal. Hoje, como Subsecretário de Recursos Hídricos, a equipe comandada ppor Torsani acaba de aprovar quatro projetos: um Plano de Gerenciamento Integrado dos Recursos Hídricos do DF; o Programa de Recuperação e Proteção de Nascentes e Áreas de Cabeceiras de Cursos D’água; o Programa de Monitoramento dos Recursos Hídricos; e, a Implantação da Agência Distrital de Recursos Hídricos-ADA, após dois anos de negociação com o BID, no valor de U$ 5 milhões.


É bom salientar que seu trabalho foi fundamental e seus argumentos importantes para que a Câmara Legislativa do DF reconsiderasse e harmonizasse a “Lei das Águas do DF” com o Sistema Nacional de Recursos Hídricos. A nova lei foi aprovada agora em maio, o que possibilitou o Governo do Distrito Federal a contratar empréstimos no BID e Banco Mundial. Aliás, só assim foram aprovados os contratos do GDF/BID para o “Programa de Saneamento Básico do DF”, no valor de U$ 400 milhões.


Paulo Maciel Junior
Para o novo presidente do Fórum Nacional de Comitês de Bacia Hidrográfica, preservação ambiental só com cidadania






Bisneto do Barão de Maciel, um dos fundadores de Caxambu e do seu Parque das Águas, Paulo Maciel Jr. formou-se em Engenharia de Telecomunicações em Santa Rita do Sapucaí. Mas sua vocação estava mesmo no campo. Foi nas águas de seu bisavô, o Barão, que Paulo Maciel se realizou. Depois de exercer a função de engenheiro em várias empresas, em 1980, voltou às suas origens na Fazenda do Roseta, em Baependi – MG onde trabalhou com agricultura orgânica e industrialização de frutas e leite. 


Na roça, passou a acreditar que a felicidade que procurava estava em trabalhar para o bem comum. Hoje sente-se realizado como servidor público. Foi Diretor da Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM/MG participando de sua implantação e Coordenador do Projeto Rio Doce (Cooperação Brasil – França). Atualmente ocupa os cargos de Secretário Municipal de Meio Ambiente e Saneamento Urbano de Belo Horizonte, Presidente do Comitê da Bacia do Rio das Velhas e recentemente (22/06/01) eleito Coordenador Geral do Fórum Nacional de Bacias Hidrográficas. Ajudou na criação de diversas ONG”s tais como; Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha (atualmente Secretário Executivo), Associação Intermunicipal dos Amigos da Bacia do Rio Verde, Sociedade Amigos do Parque das Águas de Caxambu, Fundação Reage Rio Doce, onde é vice-presidente.


Publicou dois livros; “A Última Floresta” infanto juvenil transformado em peça teatral que lhe proporcionou muitas alegrias e “Zoneamento das Águas – um instrumento da gestão dos recursos hídricos”. Foi agraciado com a Medalha de Mérito BH-90, Medalha Cidade de Tiradentes, e o Troféu Destaque Ambiental da Bacia do Rio Paraopeba. 


Dentre os trabalhos em que participou destacam-se a: criação da APA Andorinhas (nascente do rio das Velhas), APA São José, Parque Estadual do Papagaio, Programa de Recuperação e Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha – PROPAM, Enquadramento das águas das bacias dos rios Mingu, Piracicaba e Paraopeba, Projeto Rio Doce etc. 


Paulo Maciel acredita que a sonhada preservação ambiental só é possível com o resgate da cidadania, o controle do consumo e o desenvolvimento social das populações carentes.

GENTE DO MEIO

Rubenildo Pithon

19 de março de 2004

Especialista em armas, mas apaixonado por educação ambiental





 



 






O engenheiro Rubenildo Pithon de Barros, assessor da divisão de pesquisa e ensino do IME – Instituto Militar de Engenharia – é um especialista em armas, mas apaixonado por educação ambiental, traduzindo com precisão a necessidade do casamento da tecnologia com as ciências naturais e sociais.


Aparentemente a preocupação desse militar com a educação ambiental vem de sua infância no mar e no mato, no interior da Bahia, e posteriormente, na montanha, em Agulhas Negras – onde foi sua formação militar. E o que parece contraditório, sua especialização em armas, com mestrado em aerodinâmica, instrutor bélico, exímio em física mecânica, com a necessidade de ação ambiental racional e harmoniosa é onde reside a similaridade. Ele tenta transferir seu adestramento técnico à educação ambiental de maneira precisa, quando diz que não se pode separá-la de nenhum contexto e do alvo a ser atingido. Provavelmente, suas origens e sua infância reforçaram um conhecimento atávico de que a educação ambiental é a melhor arma de proteção à sociedade.


Ele admite que essa visão adveio após o VII Seminário de Educação Ambiental – o primeiro efetuado no IME – em 1998, com o tema: “Educação Ambiental – Desafio do Século”. Um apelo ético – e a partir daí a Instituição passou a sediar esse evento nacional, que acontecia sempre nas dependências das Faculdades de Educação das Universidades Brasileiras.


Para novembro, o IME coordena outro seminário, organizado sempre pelo GEA/UFRJ – Grupo de Estudos em Educação Ambiental da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com apoio de outras instituições, que este ano será em novembro. Nome: X Seminário de Ética e Educação Ambiental: Projetivas do Século.


E quem é o grande responsável por esta coordenação? Não podia ser outro. É o engenheiro Rubenildo Pithon de Barrros.

GENTE DO MEIO

16 de março de 2004

    Acima, o lago Frei Leandro, e abaixo, Isabela Gati e Lia Carvalho Isabela & LiaAs promoters da natureza Quando a publicitária Isabela Gatti e a arquiteta Lia Carvalho fazem festa, quem se alegra é a natureza. As mais concorridas festas ecológicas realizadas no Rio de Janeiro têm a assinatura destas duas profissionais que… Ver artigo






 


 







Acima, o lago Frei Leandro, e abaixo, Isabela Gati e Lia Carvalho


Isabela & Lia
As promoters da natureza


Quando a publicitária Isabela Gatti e a arquiteta Lia Carvalho fazem festa, quem se alegra é a natureza. As mais concorridas festas ecológicas realizadas no Rio de Janeiro têm a assinatura destas duas profissionais que provam o amor pelo meio ambiente no trabalho, conscientizando os cidadãos cariocas para a importância da preservação da natureza para melhoria da qualidade de vida.


Isabela e Lia já fizeram festa para anunciar a criação de um mutirão em defesa da Ararajuba, para comemorar o sucesso do Projeto Tamar (defesa das tartarugas marinhas) e para celebrar alguns aniversários da mais antiga instituição de pesquisa do Brasil, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro-RJ.


Dia 04 de dezembro, Bel & Lia fizeram outro mutirão, levando convidados para dentro do Jardim Botânico, onde marcou com muita música o lançamento do projeto de revitalização do lago Frei Leandro, aquele que abriga as Vitórias-Régias e que ganhou mais oito plantas da espécie. O projeto, que tem o apoio da Brasil Telecon e do Opportunity, incluiu o desassoreamento do lago, a proteção das margens e o tratamento paisagístico de seu entorno. Uma outra novidade é a construção de uma pérgula, onde foi colocada uma trepadeira chamada Jade, espécie de planta que não existia no Jardim Botânico.



Sir Peter Blake
O aventureiro campeão dos mares e da Ecologia


Peter Blake foi um competidor, um campeão, um explorador, um apaixonado pela Amazônia e um real defensor das águas do planeta. Assim se pode resumir a vida desse neozelandez, navegador de sete mares, condecorado três vezes pela rainha da Inglaterra. Mas, neste final de 2001, ano de tantas violências, mais uma vez a estupidez e a intolerância não deram chances ao trabalho fantástico em nome da paz desse ambientalista, fazendo calar sua voz em terras, ou melhor, em águas brasileiras.


Ator principal da Blakexpedition, empresa de pesquisa e exploração de rios e mares, Sir Peter Blake, com sua arte e seu arrojo de velejador, mostrou ao mundo a perigosa realidade da poluição das águas, uma violência que o homem pratica contra a natureza e contra si próprio. E foi estudando e pesquisando esta triste realidade que Blake encontrou a morte, sendo assassinado na noite de 5 de dezembro, a bordo de seu veleiro Seamaster, no rio Amazonas, a 15 km de Macapá.


Lars Grael, secretário Nacional de Esportes, amante da natureza e também vítima de uma estúpida violência no mar, resumiu a indignação da alma brasileira: “Estou chocado. É difícil de acreditar nesta tragédia. Peter Blake foi mais que um campeão. Até mais que um ídolo. Ele foi o único a fazer a façanha sonhada por Júlio Verne, batendo o recorde da volta ao mundo em menos de 80 dias”.


Nascido em 1ª de outubro de 1948, na Nova Zelândia, Peter Blake viveu seus 53 anos para as competições, para as aventuras e para defender a natureza.

GENTE DO MEIO

Robson Marques

15 de março de 2004

O guardião de dinossauros

   


Sua figura messiânica chama a atenção: barbas longas e brancas, corpo magro e alto, carismático. Mas é sua paixão quase religiosa pela paleontologia que o faz uma pessoa incomum em Souza, cidade a 420 km de João Pessoa, na Paraíba. Há cerca de 30 anos, Robson Marques, 58, vive praticamente acampado sob árvores à margem do rio Peixe, na localidade de Passagem das Pedras, bem ao lado das lendárias pegadas de dinossauros que viveram na região há 130 milhões de anos. O único objetivo de Robson, o guardião da pré-história de Souza, é proteger as pegadas do assédio de depredadores.

A preocupação de Robson com o patrimônio paleontológico não é à toa. O saque e a depredação fazem parte da história do lugar. Duas pegadas fossilizadas na lama desapareceram da região em 1929 e 1930. As pegadas, uma de um iguanodonte e a outra de um tiranossauro, acabaram sendo localizadas em museus de história natural de Boston e de Londres. "A verdade é que não existe uma cultura de preservação desse patrimônio no Brasil, uma consciência de sua importância", observa o guardião, enquanto divide seu almoço com seus vizinhos de morada, os teiús e os passarinhos.

O rancho improvisado, dentro do Parque dos Dinossauros, a três quilômetros da cidade, tem sido seu lar nas últimas décadas. Todo sagrado dia ele faz o trajeto de bicicleta ou a pé, religiosamente.

A intimidade com o lugar vem de longe, dos tempos de menino, quando o conheceu aos sete anos, apresentado pelo avô, ninguém menos que o descobridor das pegadas, Anísio Fausto da Silva, em 1897. Foi paixão a primeira vista.

Paixão intensificada quando conheceu o paleontólogo italiano Giusepe Leonardi, considerado a maior autoridade mundial em vestígios de Souza, de quem é assistente de campo há 13 anos.

Como bom sertanejo, Robson também é poeta popular. Seu folheto de cordel mais vendido conta a história do lugar. Mas sua maior preocupação no momento é a continuidade da recuperação da mata ciliar e da Caatinga na área, com mudas nativas produzidas no local. Outra preocupação sua é a descoberta de novos vestígios nas camadas estratificadas de sedimentos. A maior das trilhas, de um iguanodonte adulto, dinossauro herbívoro semi-dípede, que viveu no local a 110 milhões de anos, originalmente era composta por nove pegadas e hoje chega a quase 60, com 53 metros de extensão.

Johan Dalgas Frisch

15 de março de 2004

O menino passarinho



 


 







Svend Frisch, onde tudo começou. Svend costumava desenhar com uma arara azul no ombro, que ganhou do cacique Tumucumaque



Christian Dalgas Frisch, o fotógrafo da natureza


Quem é Dalgas Frisch – Johan Dalgas Frisch sempre foi o verdadeiro menino passarinho. Aos seis anos, começou a coletar exemplares de aves que eram desenhadas por seu pai, o artista plástico Svend Frisch, que nasceu na Dinamarca e estudou na Escola de Belas Artes de Paris. Svend viveu a Belle Epoque e foi amigo dos grandes pintores da época, inclusive Picasso. Veio para o Brasil antes da Primeira Guerra e voltou para a Dinamarca em 1918. Em 1927, veio de vez para o Brasil. Além de seu trabalho como engenheiro da Light, Svend pintou mais de 1.600 pássaros e produziu uma vasta obra artística. Johan Dalgas Frisch nasceu em São Paulo em 1930. Formou-se em engenheiro industrial pela Universidade Mackenzie. Em 1964, publicou seu primeiro livro, em co-autoria com o seu pai: Aves Brasileiras. Reeditado numa edição melhorada e ampliada em 1981, como Aves Brasileiras I, o livro tem ilustrações de 1.567 aves, constituindo o mais detalhado manual de identificação das espécies ornitológicas brasileiras.


Dalgas prepara agora o Aves Brasileiras II, mais completo ainda. Terá muitas aves que faltavam nas edições anteriores, inclusive mais de 80 tipos de beija-flores. A nova edição vai trazer também cerca de 100 espécies de árvores frutíferas que atraem os pássaros. Um detalhe importante: será o primeiro livro de pássaros na América Latina que traz a classificação científica das aves por DNA. Junto com o livro, Dalgas Frisch colocará um DVD mostrando todo seu trabalho, as melhores imagens e os melhores momentos. Por exemplo, como foi feito o trabalho de micro-etiquetação de aves com tinta fluorescente. Essas aves foram recuperadas posteriormente nos EUA e identificadas por um processo de luz ultravioleta.







O Superman Christopher Reeve recebe da jornalista Maria Cândida, do SBT, o relógio com os cantos dos pássaros de Dalgas Frisch


Parceria em família – Quando se sonha sozinho, é apenas um sonho. Quando se sonha em conjunto, a realidade fica mais próxima. Assim é a vida dos Dalgas Frisch. Primeiro se juntou aos sonhos de seu pai Svend Frisch. Depois incorporou os sonhos de sua mulher Birte e do filho Christian. E, assim, a família Frisch fez do sonho uma bela e fascinante realidade. O acervo de Dalgas Frisch conta, além do guia de identificação de aves “Aves Brasileiras”, com 18 discos e uma coleção de cinco CDs com cantos de aves brasileiras (esgotados) que serão relançados agora em abril pela gravadora EMI. Dalgas é ainda co-autor com o filho Chistian Dalgas Frisch do livro “Jardim dos Beija-Flores”. Christian é engenheiro e fotógrafo de mão cheia com renome internacional, especializado justamente em fotos de beija-flores. Pai e filho preparam a segunda edição do livro dos beija-flores e um outro sobre a natureza brasileira e seus peixes. A família unida parece aperfeiçoar sempre o gen do fascínio pela aves e pela preservação da fauna e da flora.


O canto das aves – Joahn Dalgas Frisch foi o pioneiro na gravação do canto de aves da América do Sul e foi um dos fundadores da Associação de Preservação da Vida Selvagem e do Parque Indígena do Tumucumaque, sendo também um dos responsáveis pela criação do Dia da Ave, festejado em 5 de outubro. Sua luta agora é para fazer do sabiá laranjeira, o pássaro mais cantado na nossa literatura, na poesia e que faz parte da nossa cultura, como a Ave Símbolo do Brasil.


Mais informações: Fone (11) 3814-8000 Fax: (11) 3815-3693e-mail: [email protected]

Gente do Meio

Maíra Pára-Raios

4 de março de 2004

O Esquadrão da Vida vive e passou a ser minha missão






Maíra: ?O Esquadrão da Vida vive. Cultura e ambiente sempre estiveram diretamente conectados

“O Esquadrão da Vida passou a ser minha prioridade. No início, quando o meu pai não tinha elenco, recorria ás filhas. Ele nos maquiava e nos pintava. Mas agora é o elenco que está sem ele, e cabe a nós mantermos tudo como ele planejou e sempre quis ver. Quero que todos saibam que o trabalho dele continua”, garante Maíra, hoje com 27 anos.


A temática “meio ambiente” sempre esteve presente nas encenações do grupo. Ela se lembra bem do jornal “Vida Alternativa”, publicação comandada por Ary Pára-Raios e uma das pioneiras no que diz respeito a publicações “verdes” no Brasil.


O espetáculo “O bicho homem e outros bichos”, que discutia a legalização do jogo do bicho e o tráfico de animais silvestres, por exemplo, “foi uma encomenda para o WWF”, revela Maíra.


“Não sou um ambientalista, de fato, como ele era. Mas sou militante do palco. Percebi que não tem como nem porque não ser. O Esquadrão é totalmente conectado à causa ambiental. Meu pai demonstrou muito bem que cultura e ambiente sempre estiveram diretamente conectados”.