Professor Genebaldo Freire Dias
24 de março de 2004A educação ambiental, seus princípios e práticas para evitar agravamento da crise com o ambiente
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A sociedade humana está sendo empurrada por padrões de consumo insustentáveis, impostos por modelos de desenvolvimento insanos, tornando-se mais injusta, desigual e insensível. Em decorrência, “agravaram a crise ambiental, produzindo mudanças indesejáveis: alterações climáticas, destruição de hábitats, desflorestamento, perda de solo, extinção de espécies e de diversidades de ecossistemas, poluição, escassez de água, erosão cultural e outras”, diz o professor Genebaldo Freire Dias, que está lançando, pela Editora Gaia, a 6ª edição, revista e ampliada, de seu livro “Educação Ambiental – Princípios e Práticas”.
O sergipano Genebaldo é bacharel em Ciências Biológicas, com mestrado e doutorado em Ecologia da Fauna e Flora, pela Universidade de Brasília. Autor de outros livros (“Atividades Interdisciplinares de Educação Ambiental”, “Populações Marginais e Ecossistemas Urbanos”, “Elementos para Qualificação em Educação Ambiental”, “Fundamentos da Educação Ambiental”, “Pegada Ecológica” e “Sustentabilidade Humana”), o professor Genebaldo, depois de diagnosticar o estrago promovido pelo homem na natureza, enfatiza que “o papel da Educação Ambiental, neste contexto, torna-se mais urgente”, e alfineta o atual modelo educacional: “Precisamos oferecer mais formação. A educação ainda treina o(a) estudante para ignorar as conseqüências ecológicas dos seus atos.”
Esperançoso, Genebaldo ressalta: “É óbvio que houve conquistas, mas estas estão sendo insuficientes para provocar as mudanças de rumo que a velocidade da degradação ambiental requer.” Para o professor, é preciso incrementar a educação ambiental, para conter a “rapidez com a qual se devastam e se desequilibram os sistemas que asseguram a sustentabilidade humana na Terra”. Mas, para tanto, é urgente que ecologistas tirem os governantes da inércia, porque, diz Genebaldo, “ainda impera uma instigante indefinição política, provocada por ignorância ambiental”. E acrescenta: “Afinal, não se compreende de outra forma a indiferença de muitos setores à causa ambiental, à necessidade de mudanças na relação humanos-ambiente.”
No Centro de Visitantes do Parque Nacional de Brasília, o professor Genebaldo Freire Dias tem sua praia: ali, coloca em prática a toda hora a teoria que desenvolveu sobre a importância da educação ambiental. Dentro do prédio ou utilizando como material didático os 30 mil hectares do parque, ele próprio ou seus auxiliares mostram à coletividade o que significa a preservação da natureza para a sobrevivência das pessoas. Nesse aspecto, o Parque Nacional de Brasília vem muito a calhar. Acontece que lá fica a barragem Santa Maria, vital para abastecer Brasília de água. Sem falar que a qualidade do ar respirado pelos brasilienses é muito dependente da preservação daquela reserva florestal, que os freqüentadores também utilizam como área de lazer e esportes. No local, não há pessoa estressada que não recomponha suas energias depois de uma caminhada ou corrida e um banho numa de suas duas piscinas de água corrente.
Mas Genebaldo quer mais do que acomodar-se ao Centro de Visitantes do Parque Nacional de Brasília. Então, aceitou o convite para revisar e aumentar seu livro “Educação Ambiental – princípios e práticas”. Em decorrência, não faltará aos amantes da ecologia o que ler nas 550 páginas desta obra.