Folha do Meio Ambiente

Ela é a musa do bodyboarder. Mais do que musa, ela é a bicampeã mundial da categoria. Ela é Daniela Freitas que, depois de vários anos, voltou a morar no Brasil e treinar nas ondas do mar do Rio de Janeiro. Até ai tudo bem, não fosse um sério probleminha: a poluição do mar do Rio provocou uma micose na altura do abdômen de Daniela, justamente quando a campeã se prepara para disputar mais uma etapa do Mundial de bodyboarding. Foi daí que, mais uma vez, Daniela Freitas tomou uma decisão ecologicamente correta: voltou a defender com unhas e dentes a despoluição das praias do Rio de Janeiro.

Minc e a energia nuclear

O deputado estadual Carlos Minc (PT-RJ) acha inacreditável que a pesquisa nuclear esteja até hoje subordinada ao Ministério da Defesa (Marinha) e não ao Ministério de Ciência e Tecnologia. E o líder ecologista vai mais longe, pois, segundo ele, existem, ainda, pelo menos mais sete razões para não priorizarmos a opção eletronuclear. Entre elas: o custo, o risco, o lixo atômico, a obsolescência e outras alternativas melhores.

Cabral e a Água

• O senador Bernardo Cabral (PFL-AM), autor dos livros “O Papel das Hidrovias no Desenvolvimento Sustentável da Região Amazônica Brasileira”, e “Direito Administrativo – Tema: Água”, sempre que pode manda seu recado:

– Temos ciência de que a escassez de água será o grande problema deste novo século. A Amazônia tem uma extraordinária bacia de água doce, a maior do mundo, o que torna nossa região estratégica para a humanidade. Isso nos dá mais responsabilidades e compromissos.

Pesquisa de Lílian e a falta de gestão ambiental

Lílian Alves de Araújo fez mestrado em gestão ambiental na Universidade Estácio de Sá-RJ.

Os últimos quatro meses Lílian dedicou à sua tese e fez um levantamento de 123 ações civis públicas ambientais de outubro de 1986 a junho de 1999. Seu trabalho de mestrado, de 261 páginas, vai virar livro e mostra a triste realidade do Rio de Janeiro:

Lílian Araújo, na sua pesquisa, selecionou 52 das 123 ações que estavam em fase de perícia e fez a seguinte constatação: os órgãos públicos figuram como réu em 32,7% dos casos: a maioria por execução de obras e dispensa do RIMA.

O município do Rio de Janeiro é o mais acionado (nove ações) e o estado do Rio é o segundo colocado.

A pesquisadora, na conclusão de sua tese, colocou o dedo na ferida: “É preciso que as pessoas tenham entendimento de como se concebe essas ações e que os cidadãos atuem mais coletivamente em defesa do meio ambiente”.

Axel Grael, uma esperança para o Rio

A Feema (Fundação Estadual de Engenharia e Meio Ambiente) criada na época da fusão do estado do Rio de Janeiro com a Guanabara, nasceu forte: era pioneira, tinha os melhores salários e agrupou muitos técnicos e instalações que vieram de outras instituições que estavam sendo extintas.

Mas aos poucos a Feema foi sendo abandonada e na última década o desprestígio e abandono chegou ao limite.

A série de desastres ecológicos que caíram sobre o Rio e a vontade política do governador carioca em revitalizar o órgão, levaram à presidência da Feema o ambientalista Axel Grael.

O engenheiro florestal Axel Grael já presidiu o IEF e a Fundação de Parques e Jardins. Velejador, como o irmão Laers Grael, Axel diz que é ambientalista desde os 17 anos, quando ficava duplamente irritado quando via seu barco sujo de óleo. Primeiro pela terrível poluição que o homem causava e causa ao ecossistema marinho e segundo pela sujeira da embarcação.

Lupércio e a Amazônia

• O deputado estadual pelo Amazonas, Lupércio Ramos, é o atual presidente do Parlamento Amazônico, entidade que reúne 10 países fronteiriços da Amazônia.

• Ao presidir o primeiro seminário da entidade, que reuniu nos dias 2 e 3 de junho, em Belém, 172 deputados estaduais, 10 deputados federais, 4 senadores e cinco governadores e dezenas de representantes de 10 países vizinhos, Lupércio Ramos foi categórico: 

– A Amazônia , além de ser uma das poucas alternativas de qualidade de vida natural em nosso planeta é ímpar e desperta interesse em muitos aspectos. Entre eles a qualidade de vida e preservação ambiental, num mundo já devastado em suas reservas naturais.

• Para Lupércio Ramos, que também é presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas, o Parlamento vai articular um grande movimento de integração econômica, social e política entre os estados da Amazônia Legal. “Temos que pensar em bloco – argumenta Lupércio – pois veja que nosso estado tem apenas oito parlamentares no Congresso, enquanto o estado de São Paulo tem 70. Sozinhos, ficaremos isolados”.

“A Feema não passa de uma sigla”
Mauro Viegas, presidente do Conselho Empresarial de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro.

Manaus: saúde e beleza 
Alfredo Nascimento

• Embalado pelo bom Ibope do prefeito Alfredo Nascimento, o Secretário de Meio Ambiente de Manaus, José Roque Nunes, anuncia que vem aí uma nova fase na política ambiental da capital amazonense.

• O executivo municipal apresentou na Câmara o projeto de lei do Código Ambiental do Município, que apresenta uma legislação definitiva em defesa da natureza e do desenvolvimento sustentável.

• O projeto contempla desde o planejamento e zoneamento ambientais, passando pela criação de espaços territoriais especialmente protegidos, fiscalização até o estabelecimento de parâmetros e padrões de qualidade e educação ambiental.

• Para Alfredo Nascimento, recentemente eleito o melhor prefeito do Brasil, o objetivo é tornar Manaus agradável do ponto de vista sanitário e turístico. “Queremos saúde e beleza”, diz ele.

A voz da floresta

David Assayag 

• Cantor e compositor, o amazonense de Parintins, David Assayag tira de letra sua deficiência visual para contagiar a galera do boi Garantido na festa do Boi-Bumbá de sua terra natal.

• Quem conhece a maior festa folclórica do Norte do Brasil sabe que, tanto para o Garantido como para o Caprichoso, constituem espetáculo exclusivo a entrada da batucada, a aparição do boi, a dança das tribos e as performances do Pajé, da Sinhazinha da Fazenda e da Cunhã-Poranga.

• Mas o boi Garantido tem um outro mito: o cantor cego David Assayag. 

• Graduado em violão pelo Conservatório de Música do Pará, David é o principal “levantador” de toadas do boi vermelho. Quando o apresentador da festa chama David Assayag para cantar as toadas do Boi-Bumbá, a galera vermelha vem abaixo…