Gente do Meio

Mônica Koch

5 de março de 2004

Ela nasceu para defender a natureza

 


 


Foi com seis anos de idade que Mônica Koch decidiu sua futura vida profissional. Uma professora excepcional de Biologia despertou na menina o interesse pelo estudo da vida. Hoje bióloga e com 33 anos, Mônica Koch sente orgulho da sua escolha. Por meio dela, realizou vários trabalhos visando a conservação de espécies ameaçadas de extinção e também passou por órgãos do governo e ONGs. Na CEMAVE/IBAMA (Centro de Pesquisas para Conservação de Espécies) trabalhou como colaboradora eventual e lá cumpriu uma importante missão. Resistiu até o último minuto ao pedido de abate de urubus nos aeroportos das principais capitais brasileiras. Provou que a solução para afastá-los era eliminar os focos de atração, como lixões e aterros sanitários. Dito e feito, a população de urubus reduziu e as aeronaves não correm mais risco de colidir com as aves e cair. 


Para quem não sabe, os urubus são enquadrados como aves silvestres e o seu abate sem autorização do IBAMA é crime ambiental. Além de tudo, o urubu é um importante agente saneador dos grandes centros urbanos, onde a limpeza urbana e o saneamento básico estão muito aquém do desejável.


Recém-contratada pela Renctas (Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres), Mônica coordena a área de projetos da Rede. Dinâmica, a bióloga não perde tempo. No final do ano, uma campanha internacional contra o comércio ilegal de animais silvestres, preparada por ela e sua equipe, vai estar estampada em outdoors, e folders na Europa e Estados Unidos. A razão da campanha é conscientizar o maior número de pessoas sobre tráfico de animais, o terceiro mais rentável do mundo, só perdendo para o tráfico de drogas e armas.


Carlos Bianchi, o protetor das araras


Ele é biólogo, com mestrado em Ecologia e antes de qualquer coisa, um amante da natureza. Carlos Bianchi, 27 anos, responsável pelas aves do Zoológico de Brasília não consegue imaginar sua vida atuando em outra área e muito menos, longe de sua paixão, as aves. 


Ainda no período universitário, Carlos estudou o comportamento do Anu Branco. Escolheu uma das áreas mais preservadas do Cerrado no Entorno de Brasília, Águas Emendadas, para realizar seu trabalho. Em seguida, animado com o resultado da primeira pesquisa, partiu pra mais longe, a 500 km de Brasília, o Parque Nacional das Emas em Mineiros Goiás. Durante dois anos e visitas constantes ao Parque, Bianchi observou a Arara Canindé e coletou informações importantes sobre ela, tais como: comportamento, reprodução, dados genéticos, entre outros. O propósito de sua pesquisa era criar condições para a reprodução dessa espécie, já que a destruição do habitat natural estava provocando o desaparecimento das araras Canindé. Com os dados na mão e o patrocínio da UNB e da Fundação Boticário, Bianchi concluiu seu mestrado. Ele defendeu a tese de que é possível a reprodução da arara Canindé em locais preparados pelo homem. No caso da pesquisa de Bianchi, tubos de PVC substituíram troncos ocos e buracos em encostas, locais onde essas aves costumam botar e chocar os ovos.


A última do biólogo é uma pesquisa sobre a Ciganinha, uma arara endêmica do Norte de Goiás. Pouco conhecida e ameaçada de extinção, a Ciganinha precisa de um projeto de preservação urgente antes de sumir da face do planeta. Para isso, pessoas como Bianchi existem. O biólogo já está trabalhando para evitar o desaparecimento da Ciganinha e dessa vez quem está bancando a pesquisa é uma ONG americana, American Bird Foundation.


Luís Veiga foca o mundo e a vida


Entre as 124 fotos premiadas pela Competição Internacional de Fotografias Ambientais está a do brasileiro Luís Veiga, entitulada “Meu Planeta”, feita no Maranhão. Ao todo, 16.650 fotografias de todo o mundo concorreram ao Prêmio Internacional de fotos ambientais, concedido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela empresa de equipamento fotográfico Canon. 


Com o tema “Enfoque seu mundo”, a competição reuniu mais de 7 mil fotógrafos profissionais e amadores de 160 países diferentes. O objetivo é encorajar as pessoas a refletirem nas fotografias a saúde do planeta e as suas interligações com os aspectos físico, social, econômico e espiritual. Segundo o diretor executivo do PNUMA, Klaus Toepfer, a fotografia é uma linguagem comum que toca corações e mentes. “A fotografia pode provocar a consciência e levar a ações positivas e mudanças”. 








As fotos premiadas percorrerão o mundo, passando inicialmente
 por Nova Iorque, Japão e França. Acesse aqui para conhecê-las.