Gente do Meio
22 de março de 2004Suzzane MaiaPor um Brasil sustentável Duas coisas prendem Suzzane B. Maia definitivamente ao Brasil. E é ela mesma que explica: “Primeiro, gosto da gente, da cultura e da vida brasileira. Gosto tanto da gente brasileira que acabei me casando com um brasileiro e me tornando um deles; segundo, meu país – os EUA… Ver artigo
|
Suzzane Maia Duas coisas prendem Suzzane B. Maia definitivamente ao Brasil. E é ela mesma que explica: “Primeiro, gosto da gente, da cultura e da vida brasileira. Gosto tanto da gente brasileira que acabei me casando com um brasileiro e me tornando um deles; segundo, meu país – os EUA – precisam menos de meu trabalho do que o Brasil”. Formada em Relações Internacionais, com especialização em energia, Suzzane veio pela primeira vez ao Brasil em 1982. Foi um amor a primeira vista. Em 1998 conseguiu vir definitivamente para ser consultora do Ministério das Minas e Energia, no Programa de Desenvolvimento Energético de Estados e Municípios. Quanto mais visitou, trabalhou e conheceu o Brasil, mais essa paixão aumentou. Hoje ela fala de Amazônia, Boca do Acre, Nordeste, interior do Mato Grosso com conhecimento de causa e deixando escapar em cada sílaba o calor desta paixão: – A Amazônia clama por um desenvolvimento sustentável e a região tem 3 grandes vocações: a cultura farmacêutica, o turismo e o manejo de florestas; – Energia tem que ser fator de desenvolvimento, mas não basta uma ação isolada. Levar isoladamente energia para um município pobre significa iluminar pobreza. Há que ter uma ação integrada, inclusive de comprometimento com as lideranças locais. Assim é Suzzane, hoje mais brasileira do que norte-americana. E Suzzane acaba de entrar num novo desafio: ela é presidente da Brasus, uma ONG lançada dia 11 de dezembro em Brasília, sem fins lucrativos, com objetivo de promover o desenvolvimento sustentável, prioritariamente nas regiões mais carentes do país. Segundo Suzzane Maia, a filosofia central da Brasus é o compromisso com a excelência na execução dos projetos de desenvolvimento sustentável integrados. Apesar de se tratar de uma organização sem objetivos de lucro, pretende operar com a eficiência das empresas privadas de sucesso. A estratégia da Brasus será estabelecida por um conselho imparcial, desvinculado dos fundadores e composto por pessoas com notória qualificação nas diversas dimensões da sustentabilidade, destacando-se a energia limpa, recursos hídricos, uso do solo, manejo agrícola e florestal, desenvolvimento tecnológico, suporte financeiro e parcerias com o setor privado. José Felipe e o Cerrado “Entender como funciona o meio ambiente é saber como funciona a vida”, é o que pensa o biólogo e pesquisador da Embrapa Cerrados, José Felipe Ribeiro. Seguindo esse raciocínio, Ribeiro lidera um projeto de caracterização e recuperação do Cerrado. Dessa forma, ele acredita que é possível melhorar a qualidade de vida da sociedade, já que o homem faz parte do meio ambiente. A pesquisa também envolve as matas de galeria, que são fundamentais para a manutenção da qualidade da água, bem primordial para a existência da vida. Só nas matas de galeria pode-se encontrar mais de 1.800 espécies vegetais. Isso significa que 33% da flora do Cerrado está concentrada em apenas 5% da sua área. Daí a importância de se ter um estudo mais abrangente sobre essa vegetação. O projeto consiste na caracterização da vegetação local, coleta de sementes, germinação das sementes e plantio. Nos três anos de atuação junto às matas de galeria, Ribeiro, juntamente com a sua equipe, já plantou mais de 45 hectares de matas de galeria no Distrito Federal e Entorno. Sandra Salim Mostrar que o meio ambiente integra o dia-a-dia das crianças faz parte do trabalho da professora Sandra Regina Salim, do Jardim de Infância 2 de Sobradinho (DF). Aos aluninhos, com 5 e 6 anos, ela ensina a importância dos quatro elementos da natureza: o ar, a água, o fogo e a terra, e as crianças correspondem ao seu trabalho, respeitando e cuidando da natureza. O projeto da professora Sandra, “Eu, nós e a natureza”, foi um dos 27 escolhidos pelo Ministério da Educação e Cultura para receber o Prêmio Qualidade na Educação Infantil. Para o próximo ano, Sandra pretende iniciar um novo projeto sobre o Cerrado. Ela diz que “ensinar ciência para crianças, em especial ecologia, é muito empolgante, pois essa é uma época de descobertas e o retorno do nosso trabalho vem muito rápido”. |