MG: ações integradas protegem nascentes das bacias dos rios Grande, Sapucaí e Verde

3 de março de 2004

Furnas faz obras em 38 municípios da região sul-mineira para proteger mananciais, reduzir erosão, assoreamento dos rios, buscando melhoria na qualidade das águas

 






Cachoeira do Vale do Matutu, em Aiuruoca


A verdade é tão simples quanto dura: quem não protege hoje, por amor, os mananciais, as nascentes e os rios vai ter que fazê-lo amanhã pela dor. A cada dia a água – sempre de vital importância – vai se tornando um bem mais difícil, mais escasso e mais explorado. Pior: um bem finito. Que requer proteção e gestão adequada. Daí a responsabilidade que cada cidadão, cada município e cada empresa tem sobre esse elemento indispensável para a criação e manutenção de qualquer espécie de vida na Terra. E veja bem essa estatística: as águas salgadas representam 97% da parte líquida do globo terrestre e 3% são águas doces. Destes 3%, 0,6% são águas doces superficiais e destas apenas cerca de 0,4% estão disponíveis nos lagos e rios. A escassez, mau uso e poluição das águas, caso não sejam combatidos, podem inviabilizar sociedades e mesmo nações inteiras. A água em quantidade e qualidade é um bem econômico que pode gerar energia, movimentar máquinas, irrigar as plantações e é, também, um fator de saúde pública, evitando-se cerca de 80% das doenças humanas. E volte à estatística anterior e medite sobre ela: apenas 0,6% da água do mundo é doce e mais ou menos disponível. O Brasil deu um grande passo para conscientizar a população e iniciar um processo sério de gestão dos recursos hídricos: foi criada a Agência Nacional de Águas, que começa a operar justamente nesse início de milênio. 


Vamos mostrar agora o exemplo de uma empresa cidadã que tem a água como um ativo econômico, sua principal matéria-prima e vê os recursos hídricos como fator de desequilíbrios ambientais e geopolíticos, por isso está buscando por todos os meios promover a proteção das nascentes dos rios da bacia hidrográfica da região onde atua. Para o presidente de Furnas, Luiz Carlos Santos, a empresa está consciente do tamanho de sua responsabilidade social e estratégica, daí o apoio que vem dando às populações dos municípios que abrigam os mananciais de seus reservatórios. São ações em parcerias com prefeituras, governos federal, estaduais e ONGs, que vão desde doação de equipamentos, implantação de infra-estrutura, saneamento, drenagem, combate à erosão e assoreamento, até educação e reflorestamento.


Parcerias de Furnas em MG


Furnas intensificou nos últimos três anos o apoio aos municípios onde nascem ou passam rios que integram as bacias hidrográficas dos rios Grande, Verde e Sapucaí, que alimentam o lago da Usina de Furnas (MG). A empresa constrói estradas, sistemas de drenagem para o escoamento das águas das chuvas, pontes, realiza dragagem e limpeza dos rios e estudos de contenção de encostas em 38 municípios.


A ação é estratégica porque é a partir da água que abastece o reservatório que é gerada a energia de cinco de suas usinas – Furnas, Mascarenhas de Moraes, Luiz Carlos Barreto de Carvalho, Porto Colômbia e Marimbondo, responsáveis juntas por 5.552 MW, mais da metade da potência instalada da empresa. 


A ocupação desordenada nas margens dos rios e encostas, o aumento da produção de lixo urbano, o desmatamento nas cabeceiras e a conseqüente redução do volume de água das nascentes, tudo isso tem contribuído para a redução da vazão dos rios. De acordo com a Associação dos Municípios do lago de Furnas – ALAGO, a grande maioria dos 38 municípios lindeiros não possui estação de tratamento de esgotos, que são lançados diretamente nos rios e no Lago.


Segundo Moacyr Ferreira Nunes, consultor de Furnas, a empresa foi uma das primeiras no país a se preocupar com a questão da água e a traduzir essa preocupação em realizações concretas. “Furnas está atuando hoje nos mananciais que são a fonte, de sua existência. Se esses mananciais não forem preservados não teremos a matéria prima de nossa indústria que é a água”, afirmou Moacyr.


Nascentes da Mantiqueira


Nos municípios próximos à serra da Mantiqueira, onde nascem os principais rios que desaguam no reservatório de Furnas e em outras cidades situadas na bacias hidrográficas da região, a empresa realizou nos últimos anos mais de 60 obras, que consumiram investimentos da ordem de R$ 16 milhões. 


Além das obras de engenharia civil, a empresa também investe em projetos sociais nos municípios que se comprometem em preservar os mananciais. Em Bocaina de Minas, onde nasce o rio Grande – principal braço direito do lago – foram investidos RS 100 mil na reforma do Centro de Atendimento à Criança e ao Idoso. A empresa também doou para a Polícia Militar da cidade, um veículo, dois microcomputadores e uma impressora.


Em Liberdade, uma das cidades banhadas pelo rio Grande, Furnas está construindo, em convênio com DER-MG, a Estrada Liberdade-Bocaina. A colocação de bueiros e pontes em uma extensão de 24 Km evitará o assoreamento do rio após inundações. A PM do município também recebeu, como doação, um veículo, computador e impressora.


Em Aiuruoca, por onde passa o rio Aiuruoca, que também alimenta o reservatório, Furnas doou para a Polícia Florestal duas canoas de alumínio e um motor de popa, usadas na fiscalização do meio ambiente, e microcomputador.


Município Lindeiros


Entre as obras nas cidades banhadas pelo lago de Furnas – municípios lindeiros -destacam-se o asfaltamento dos 27 Km da Estrada Guapé-Ilicínia; a construção da ponte sobre o vertedouro do dique no município de Boa Esperança; a formação de lago e praia artificial possibilitando a exploração turística, em Campo do Meio, onde também foi construída a sede da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE. Em Três Pontas, Furnas recuperou o cais do distrito de Pontalete e 25 Km de estradas vicinais de acesso ao lago. 


O apoio de Furnas aos municípios da região foi decisivo durante a enchente nas cabeceiras dos rios Grande, Verde e Sapucaí, em janeiro deste ano, que resultou na inundação na região de São Lourenço e Itajubá. Em uma ação emergencial de recuperação de vias e remoção de detritos, Furnas aplicou mais de R$ 300 mil nas cidades de Itanhandú, Lambari, Liberdade, Carvalhos, Aiuruoca, Conceição do Rio Verde, Passa Quatro, Pouso Alto, Delfim Moreira, Itajubá e São Lourenço.


Antônio de Pádua Bemfica Guimarães, chefe do Departamento de Engenharia Civil, explicou que existe uma demanda muito grande por parte de mais de 150 municípios que de alguma forma estão vinculados às atividade da empresa na área, seja por conterem nascentes ou situarem-se na orla do lago. “Inicialmente, nós olhávamos muito para os municípios lindeiros, mas hoje a empresa está consciente da necessidade de manutenção dos mananciais dos rios que contribuem para os nossos reservatórios”, afirmou Antônio de Pádua.








Acima, antes da construção da contenção sobre o córrego Ribeirão dos Cavalos, em Cristais. Abaixo, depois da construção


Projetos Técnicos


É importante que os prefeitos dos municípios saibam que a atuação da empresa não se restringe à realização de obras. Na medida do possível, Furnas também realiza projetos técnicos, cálculo estrutural e planejamento orçamentário para diversos tipos de obras, inclusive na área ambiental. 


O trabalho junto aos municípios terá continuidade. Furnas está estudando, por exemplo, solicitações para a construção de diques em Varginha e Campos Gerais, adutora em Ribeirão Vermelho, apoio técnico a projeto de estrada em Passa Vinte, construção de estrada em Ilicínia e ponte sobre o rio Turvo, no município de Capitólio.


O Projeto de Atendimento da Superintendência de Empreendimentos de Geração é realizado em dezenas de outros municípios próximos às bacias hidrográficas que alimentam os reservatórios das usinas da empresa.


Mais informações: (21) 528-4472






O que é uma bacia hidrográfica?


É uma grande superfície, limitada por divisores de águas e drenada por um rio e seus afluentes com disponibilidade hídrica própria e renovável graças a condições endógenas e exógenas, relacionadas com o meio ambiente por ela definido. (Dicionário de Ecologia de Ernani Fornari Neto)


 






Como poluimos a água




  • As cidades são a maior fonte de poluição de água. Até as sujeiras das ruas, o lixo, poluentes como o simples filtro de um cigarro até o óleo queimado descartado das oficinas são levados pelas chuvas para os rios e lagos.



  • Os efluentes das indústrias, os lixos químicos, o óleo, os esgotos e o lixo sem tratamento dos municípios são os maiores poluidores dos rios e lagos. Os lixos perigosos como os limpadores de forno e os solventes de tinta são gerados em casas e apartamentos e vão acabar nos canais e riachos.



  • As fossas poluem tanto a água subterrânea como a água de superfície.



  • As mineradoras, o garimpo e a retirada de areia e cascalho contribuem em muito para a poluição das águas.



  • Os pesticidas, fertilizantes e hormônios usados na agricultura infiltram-se no solo e escorrem para os rios, riachos e lagos.


 






Ecologia de um rio




  • As origens de um rio são geralmente águas rápidas, turbulentas e rasas. A água é limpíssima, com poucos nutrientes, pois a cadeia alimentar depende do material orgânico que cai no rio vindo de suas margens. 



  • A água na origem de um rio é altamente oxigenada, o que é ideal para os peixes com força para nadar contra a correnteza e buscam a mais pura para se reproduzirem.



  • À medida em que o rio corre em direção aos oceanos, ele se alarga, torna-se mais profundo e mais lento. Os tipos de plantas e animais que vivem nesta parte dos rios são diferentes daqueles que vivem nas regiões superiores onde o rio é mais veloz. Quando a água move-se mais lentamente, as plantas podem fixar suas raízes. Estas plantas fornecem alimento e proteção para uma ampla variedade de vida selvagem, especialmente ao longo das margens do rio, incluindo peixes, pássaros aquáticos e mamíferos.



  • Além de se alargar, ficar mais fundo e diminuir sua velocidade à medida em que o rio flui, ele também torna-se mais rico em nutrientes e pequenos invertebrados. Os nutrientes são levados das margens do rio para dentro dele. Os invertebrados, incluindo lagartas, minhocas e larvas de insetos, são carregados pela correnteza, o que ocorre também com muitas plantas flutuantes. Tudo isso fornece fontes de comida para outros invertebrados e peixes como o brema que, por sua vez, é comido pelos predadores como as tartarugas, pássaros e crocodilos.



  • As partes mais baixas dos rios são quentes, vagarosas e extremamente ricas em nutrientes e sedimentos que foram trazidos para dentro do rio durante todo o seu percurso. 



  • Todo tipo de lixo e esgoto influi negativamente na ecologia de um rio e lago.


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