Folha do Meio Ambiente

Ao participar do painel “Água e Relações Internacionais”, o geógrafo Marcos Aurélio Vasconcelos de Freitas, da Associação Brasileira de Recursos Hídricos e da Aneel, informou que está sendo desenvolvido no país um sistema de alerta e monitoramento através de satélite. Esse sistema é capaz de detectar e dimensionar a degradação, o volume e a qualidade dos recursos hídricos, fornecendo às agências ambientais e ‘as delegacias de defesa civil, em tempo real, as informações necessárias à tomada de decisões.

As primeiras áreas a serem cobertas pelo sistema de monitoramento via satélite são a Bacia do Prata e as regiões da Amazônia que fazem fronteira com os países ao norte da América do Sul. Preservar a soberania, garantir a integridade territorial do país e aperfeiçoar a cooperação e a convivência pacífica com todos os países, a começar pelas nações vizinhas constituem a essência da política externa brasileira para os recursos hídricos, conforme assinalou, no mesmo painel, o ministro Everton Vargas, chefe da Divisão de Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores.

Uma preocupação que o diplomata destacou, diz respeito à participação brasileira nos organismos e conferências multilaterais que tratam da questão dos recursos hídricos, em situação condizente com o potencial hídrico do país. O Brasil dispõe de quase 13% dos recursos hídricos mundiais, sendo 8% de toda a água doce existente na terra.

Já o engenheiro Júlio Kettelhut, assessor da Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, sustentou que, a nível mundial, poderá ser negociada uma legislação que garanta a preservação dos recursos hídricos, especialmente nos rios e outros cursos de água compartilhados por dois ou mais países, como é o caso da Bacia do Prata, ao sul e da Bacia Amazônia ao Norte do Brasil.