Educação de qualidade

Educação: é tempo de resgatar valores e emoções com a parceria família/escola

19 de abril de 2004

A escola assume, hoje, papéis que tradicionalmente pertenciam aos pais







A escola que deseja preparar seus alunos para o mundo do trabalho do próximo milênio se já não está mudando, necessita fazê-lo. E o mais breve possível. É tempo de adaptar-se às exigências de uma nova sociedade. A advertência é da educadora e consultora professora Cosete Ramos, que considera ultrapassada a escola tradicional, onde a orientação pedagógica tem um enfoque único e a memorização de quantidades de informação é valorizada em detrimento da compreensão contextual e do raciocínio.


Cosete aconselha os pais a visitarem as escolas candidatas à educação de seus filhos, a fim de obter informações sobre a filosofia educacional que adotam, as prioridades que abraçam e as alternativas pedagógicas que propõem.


E, sobretudo, sugere que a família observe com todo o cuidado como os valores e emoções das crianças ou adolescentes estão sendo tratados. “A escola tem assumido alguns papéis que tradicionalmente pertenciam aos pais. Logo, é importante verificar como a formação emocional e de valores está acontecendo”, comenta a educadora.


Para melhor compreensão do processo de transformação por que vem passando a sociedade, a professora Cosete recorre ao modelo de análise formulado pelo pensador norte-americano Alvin Tofler, a partir da idéia da sucessão de ondas de mudanças, cada uma delas propondo os seus próprios padrões de transformação.


 


As ondas
A primeira onda está ligada à terra como meio de sobrevivência. A sociedade agrícola têm na enxada o seu símbolo mais forte e a atividade básica reside na agricultura.


A revolução industrial provoca uma mudança dramática e o advento da segunda onda. O homem sai da zona rural e muda-se para a cidade, para residir perto do mercado de trabalho e de educação para os filhos. A sociedade industrial, cuja maior atividade é a fabril, tem a linha de montagem como símbolo.


A atividade cerebral domina a sociedade do conhecimento, que inicia por volta de 1950, na terceira onda, que é ligada à revolução da informação. Ela tem no computador seu símbolo principal.


Conheça as competências essenciais para vencer na vida


As competências essenciais
As próprias empresas e empresários estão explicitando as competências essenciais e indispensáveis, num mercado de trabalho altamente competitivo. Entre elas é possível arrolar as seguintes:


1 – raciocinar, criar, inovar;
2 – trabalhar em equipes, em regime de colaboração;
3 – usar computador no seu trabalho;
4 – dominar uma segunda língua (de preferência o inglês);
5 – assumir riscos;
6 – tomar decisões;
7 – resolver problemas.


Entre as novas exigências que o mundo do trabalho está colocando para a escola ressalta-se, por sua importância capital, a ética e a adoção de um código de conduta, ambos ligados à formação de valores.


Além desses, comportamentos pessoais de responsabilidade, integridade, sociabilidade, auto-estima e auto-gestão estão sendo cada vez mais solicitados e valorizados.


O sorriso é muito importante porque desarma a pessoa. Os músculos faciais se contraem, diminui o fluxo sangüíneo, reduz a temperatura do corpo, o que significa dizer que afasta componentes de animosidade. O riso envia ao cérebro uma mensagem para que ele produza substâncias que provocam bem-estar.


Estratégias para controle da agressividade


Vários estudos têm mostrado que há um aumento no déficit de competências emocionais de crianças e adolescentes. Eles estão mais impulsivos, mais zangados, mais solitários, mais deprimidos, mais ansiosos, mais briguentos, mais desobedientes e mais desrespeitosos.


A situação atual não é animadora no que diz respeito ao nível de violência e agressividade. É tarefa de pais e professores, entretanto, ensinar a como controlar as emoções.


A professora Cosete Ramos informa que muitas escolas já estão desenvolvendo Programas de Alfabetização Emocional. Em suas palestras, ela sugere vários esquemas que têm funcionado nessas escolas, como os seguintes.


A matéria na íntegra você encontra na edição de agosto da Folha do Meio Ambiente