Abrolhos, o arquipélago dos corais

12 de abril de 2004

O Parque Nacional Marinho de Abrolhos é um paraíso que tem a maior diversidade de corais do Atlântico Sul


Situado a 36 milhas náuticas (70Km) da costa, Abrolhos foi o primeiro parque marinho criado no país, em 1983. O fator de  maior importância para a criação do parque junto ao Ibama foi o de proteger o arquipélago das degradações que o mar vem sofrendo ao longo dos anos, como depredação, poluição, pesca predatória e coleta indevida de espécimes marinhos.
Em comum acordo com a marinha, que tem a posse sobre a maior ilha do arquipélago (Santa Bárbara), o parque é constituído oficialmente por 4 ilhas: Redonda, Siriba, Sueste e Guarita.
Conhecido e apreciado por mergulhadores do mundo inteiro, Abrolhos abriga uma das mais belas formações de recifes de corais.
Recife de coral é um dos ecossistemas de maior variedade biológica do planeta. Os corais que formam recifes precisam de águas mornas e rasas, com salinidade própria e bastante luminosidade para que possam se desenvolver. A região do arquipélago de Abrolhos possui todas as condições necessárias para a formação de corais, sendo assim um paraíso que há milênios vem formando a maior diversidade de corais do Atlântico Sul.


Ecoturismo
Na temporada de verão o Parque Nacional Marinho de Abrolhos recebe muitos turistas que, atraídos pelas belezas naturais do lugar, praticam o ecoturismo e se divertem debaixo d’água. Sim, porque a principal atração do parque se encontra submersa: uma variedade imensa de corais, peixes, esponjas, anêmonas, tartarugas…
Para o turista tudo é festa! Mas não é fácil conciliar preservação ambiental com turismo. O número de barcos é limitado (15 embarcações por dia,  com 15 passageiros no máximo cada). Assim que chegam ao parque, os turistas são alertados por técnicos e voluntários do Ibama, sobre a importância de se preservar os corais e a avifauna da região.
Os danos causados pelos visitantes descuidados ou desinformados são uma séria ameaça às formações coralinas.
Tanto turistas quanto mergulhadores e pescadores visitam corais com freqüência, e o dano causado por âncoras, coletas e outras atividades muitas vezes é irreversível. Ao contrário da terra, onde o número de plantas supera o de animais, no meio aquático esses seres delicados, os corais, são infinitamente mais numerosos que as plantas, embora muitas vezes sejam confundidos com elas.

Os corais
Pouco se tem estudado sobre os corais desde que Charles Darwin, em 1841, navegou nossas águas e confirmou ser o Brasil possuidor dos únicos recifes de corais do Atlântico Sul. Das 18 espécies de corais de recifes do Brasil, 16 ocorrem na área do parque de Abrolhos. Dentre estes, 8 são endêmicos do Brasil (só existem aqui e em nenhum outro lugar do mundo). E o “coral cérebro”, Mussismilia brasiliensis, é endêmico do sul da Bahia.
Este paraíso tem sido preservado por estar em alto mar, o que limita a grande leva de turistas ao local. Essa barreira natural ajuda na preservação do parque para gerações futuras, o que não acontece em outros pontos do litoral brasileiro.
Algumas instituições científicas também têm acesso ao Parque de Abrolhos, seja desenvolvendo pesquisas ou estudos sobre a fauna e a flora do lugar:
= Instituto Jardim Botânico-RJ – “Algas”
= Museu Nacional UFRJ-RJ – “Corais”
= Unicamp-SP – “Peixes limpadores”
= Instituto Almirante Paulo Moreira-RJ – “Peixes herbívoros”
= UFMG-MG – “ectoparasitos das aves”
= CEMAVE-Ibama – “Avifauna”
= Projeto Baleia Jubarte – Ibama – Baleia Jubarte
 No último verão, o parque contabilizou 3000 visitantes. Ainda há tempo para quem deseja conhecer este paraíso ecológico. Da cidade de Caravelas partem barcos diariamente para o arquipélago. Também há como se hospedar em outras cidades próximas como Alcobaça e Prado.
Uma última recomendação: espera-se que as milhares de pessoas que visitarem o parque neste verão levem não só boas recordações, mas também uma maior consciência ecológica e a certeza de terem contribuído para a preservação deste patrimônio nacional.ais