Crime ambiental em Alegrete poderá custar R$ 18 mil

12 de abril de 2004

Por ocasião da I Regata Ecológica, em Alegrete, a 590 Km de Porto Alegre,  o IBAMA esteve visitando a antiga Eletrosul, privatizada pela empresa belga GERASUL, e constatou duas infrações graves contra a natureza. Segundo Eber da Silva Batista, gerente regional do IBAMA em Uruguaiana, a GERASUL fez uma barragem de pedras no meio do… Ver artigo


Por ocasião da I Regata Ecológica, em Alegrete, a 590 Km de Porto Alegre,  o IBAMA esteve visitando a antiga Eletrosul, privatizada pela empresa belga GERASUL, e constatou duas infrações graves contra a natureza.
Segundo Eber da Silva Batista, gerente regional do IBAMA em Uruguaiana, a GERASUL fez uma barragem de pedras no meio do rio Ibirapuitã com 37 metros de largura. Na piracema (fenômeno da subida dos peixes para a desova nas cabeceiras) esta barreira física  interrompe as atividades de reprodução. Ari Quadros, ambientalista, exclama indignado: “será que privatizaram nossos rios, também?”
 Além disso, a usina também tira a água do rio para refrigerar as caldeiras e devolve esta mesma água com uma temperatura de 40,5 graus, ocasionando vários problemas ambientais.
Por esta atitude, o IBAMA enquadrou a usina como infratora conforme a lei nº 9605 de crimes ambientais, notificando-a. Se nenhuma licença for apresentada, a multa foi fixado em  R$ 18 mil por dia  . A GERASUL, que comprou a ELETROSUL, também foi notificada  por cortar uma árvore nativa (corticeira) nas proximidades do rio.


Versão da Gerasul
Para o engenheiro  e gerente da Gerasul, José Carlos Schio, anualmente a empresa deve medir os padrões definidos pela FEPAM  dos efluentes líquidos e emissões atmosféricas. Se não estiverem nos padrões, a licença de funcionamento da usina pode ser cassada.
Quanto a barragem, que atrapalha o movimento natural das águas e a desova dos peixes, José Carlos esclareceu que esta barreira foi construída na década de 60 pela, então, Termelétrica de Alegrete, para facilitar a retirada da água do rio que refrigera as caldeiras da usina. “Naquela época, não havia preocupações com o meio ambiente”, afirma o engenheiro gerente. E completa: Estamos abertos para o diálogo e dispostos a tirar a barragem na hora que precisar. O IBAMA está no seu papel de fiscalização e a GERASUL está disposta a colaborar para um meio ambiente melhor. Mas tem um problema, se a usina parar de operar teremos um blecaute geral”.