Furnas aplica programas de preservação em MT
12 de abril de 2004A empresa implantou 21 Programas Ambientais para prevenir alterações em função de suas obras
Furnas Centrais Elétricas está desenvolvendo várias ações de caráter ambiental no rio Manso, localizado na Chapada dos Guimarães, estado de Mato Grosso. O objetivo é amenizar os impactos ambientais causados pelo fechamento do túnel de desvio do Aproveitamento Múltiplo de Manso. Trata-se de um túnel escavado em rocha que tem por finalidade desviar o rio do seu leito natural durante a construção de barragens e usinas hidrelétricas.
O Aproveitamento Múltiplo de Manso foi criado para melhorar a utilização dos reservatórios de água da região. Uma de suas finalidades é o controle das cheias dos rios, que já causaram graves transtornos e prejuízos aos moradores que ocupam a área de várzea, especialmente nas imediações das cidades de Cuiabá e Várzea Grande. De acordo com a Assessoria de Comunicação de Furnas, a obra também vai proporcionar melhoria na navegação já que a vazão do rio será regularizada. O turismo também deverá ser potencializado pois o Aproveitamento Múltiplo oferecerá à população mais uma alternativa de lazer com a formação de um lago.
Outra atividade beneficiada será a agricultura. A descarga no rio Cuiabá tornará possível a irrigação de 50 mil hectares de terras propícias ao aproveitamento agrícola. O que representa, tecnicamente, a geração de 4.700 empregos rurais diretos e uma oferta de 300 mil toneladas de produtos agrícolas anualmente.
Entretanto, desde o início das construções, muitas dúvidas têm sido levantadas com relação a seus impactos ambientais, principalmente na vazão do rio Cuiabá. Como em qualquer barramento, o controle das águas poderá prejudicar o desenvolvimento dos peixes, atingindo o seu habitat. Para evitar futuros acidentes, Furnas Centrais Elétricas vem tomando medidas preventivas, com o apoio de instituições acadêmicas e especialistas.
A empresa e o meio ambiente
Para que as comunidades de peixes não fiquem prejudicadas devido às novas condições ambientais, Furnas elaborou o Programa de Ictiofauna (peixes) do Aproveitamento Múltiplo de Manso. O trabalho foi baseado em estudos sobre a composição e característica biológica do pescado na região, anteriores ao barramento. Da mesma forma, a empresa está acompanhando e avaliando as variações ocorridas nos cardumes durante a formação do reservatório e operação da Usina. A meta é traçar diretrizes a partir dos resultados para minimizar o impacto sobre a diversidade aquática e pesca comercial da região.
Com esse objetivo, Furnas tomou, entre outras, as seguintes medidas:
1 – Manutenção permanente de três equipes de salvamento perto da barragem, com a finalidade de acompanhar a retração das águas do rio Manso e resgatar possíveis espécies de peixes retidos nas poças laterais do rio;
2 – Ampliação das equipes para vistorias nos rios Cuiabá e Cuabazinho, na região de Nobres, além do rio Manso;
A Fundação Estadual do Meio Ambiente de Mato Grosso, na pessoa de Maria de Fátima Cardoso, chefe de divisão de análises e projetos de infra-estrutura, confirma os esforços de Furnas para evitar os impactos ambientais: “a gente está acompanhando todo o processo. Eles também estão nos enviando vários relatórios”. Entretanto, Maria de Fátima esclarece: “Não existe nada que o homem intervenha e que não haja impacto ambiental. Existem os impactos previstos e a gente tem algumas medidas para minimizá-los”.
O término da obra está previsto para dezembro deste ano. Período em que, de acordo com a Divisão Técnica de Manso, a usina hidrelétrica terá uma potência instalada de 210 MW, que corresponde a 85% da demanda máxima das cidades de Cuiabá e Várzea Grande, e a 40% do estado do Mato Grosso.
Não existe nada que o homem intervenha e que não haja impacto ambiental. Existem os impactos previstos e a gente tem algumas medidas para
minimizá-los”
Maria de F. Cardoso
Energia no Brasil
Furnas nasceu em 1957 estimulada por um desafio: combater a grande crise energética que ameaçava de colapso os três centros sócio-econômicos do país: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
O objetivo inicial se expandiu e, atualmente, a empresa é composta por nove usinas hidrelétricas, duas termolétricas e 41 subestações. São mais de 18 mil quilômetros de linhas de transmissão em tensões iguais a 138 kV. O equivalente a 43% de toda a energia consumida no Brasil.
Maiores informações: (21) 528-4453