GPS: a bússola do Século 21

19 de abril de 2004

O Sistema de Posicionamento Global atende as mais variadas atividades da vida moderna


Um pouco de história
No dia 23 de agosto de 1499, o navegador italiano Américo Vespúcio acreditava estar navegando pelas costas das Índias, baseado nos relatos de seu colega e patrício Cristovão Colombo. Levava a bordo de sua caravela um Almanaque – Livro que Lista as posições e os eventos relacionados aos corpos celestes – que previa o alinhamento da Lua com Marte para a meia-noite daquele dia. Vespúcio esperou até quase o amanhecer para observá-lo. Sabendo que a referência dos dados contidos no Almanaque era a cidade de Ferrara, na Itália, avaliou a diferença de tempo entre as duas observações e, com o valor aproximado do diâmetro da Terra já conhecido, pôde calcular a que distância se encontrava de Ferrara – sua Longitude. Concluiu que não poderia estar nas costas das Índias e afirmou categoricamente que Colombo havia descoberto um novo continente. Foi a primeira pessoa a saber a verdade sobre o Novo Mundo. O nome América homenageou-o e perpetuou esse romântico acontecimento.


Como é o SISTEMA
Cinco séculos se passaram e a tecnologia atual permite que qualquer pessoa possa se localizar no planeta com uma precisão nunca imaginada por navegantes e aventureiros há até bem pouco tempo. O sofisticado sistema que tornou realidade esse sonho é chamado “G.P.S” – Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global) – e foi desenvolvido e é monitorado pelo Departamento de Defesa dos E.U.A. Consiste de 24 satélites que orbitam a terra a 20200Km duas vezes por dia e emitem simultaneamente sinais de rádio codificados. Relógios atômicos nos satélites – com precisão maior que a da rotação da terra – padronizam a marcação de tempo dos receptores que avaliam o lapso de tempo entre emissão/recepção dos sinais provenientes de no mínimo 3 satélites, decodificam os sinais recebidos e podem assim fornecer dados como sua posição na terra, hora local, norte verdadeiro (pólo Norte) ou norte magnético.


Cada satélite transmite o almanaque para que os receptores saibam onde e quando buscar os sinais dos satélites disponíveis. Dois códigos são utilizados: um mais complexo destinado ao uso militar, que permite precisão de 1 metro, e outro liberado ao uso civil, com precisão entre 15 e 100 metros – margem introduzida aleatória e deliberadamente pelo Departamento de Defesa Americano por motivo de segurança.


Sobre os mapas Sistemas de Coordenadas
São padrões de quadrados e retângulos superpostos aos mapas que permitem identificação de todo e qualquer ponto. O sistema mais usado que cobre o mundo todo é o LATIDUDE /LONGITUDE. Usa-se como referência a linha do Equador – que divide a terra em Hemisfério Norte (N) e Hemisfério Sul (S) – e a linha que passa pelos pólos e pela cidade inglesa de Greenwich (Meridiano de Greenwich) – que divide a terra em Hemisfério Oeste (W, de West) e Hemisfério Leste (E, de East). As Linhas imaginárias paralelas à do Equador são chamadas Paralelos de Latitude e suas perpendiculares, de Meridianos de Longitude. Convencionou-se que a Linha do Equador é a linha 00 de Latitude e o Meridiano de Greenwich, a Linha 00 de Longitude. O meridiano oposto, a 1800, é chamado de “International Date Line” (Linha Internacional de Mudanças de Data). O Pólo Norte está na Latitude 900 Norte e o Sul, na 900 Sul. O último pedido de socorro do Titanic partiu das coordenadas localizadas no paralelo de Latitude 410 e 45′ acima do Equador (Hemisfério Norte) e no meridiano de Longitude a 0500 e 14′ a oeste de Greenwich (Hemisfério Oeste). Assim, no sistema LAT/LONG, suas coordenadas eram: N 410 45′ W 0500 14′.


A matéria completa você encontrará na edição de julho da Folha do Meio Ambiente