Desde que nascemos até o último dia de nossas vidas, cada um de nós brasileiros vai gerar, em média, 25 toneladas de lixo. É um quilo de rejeito por dia por pessoa. Uma verdadeira montanha de restos de comida, papel, plástico, vidro, latas.
Apesar de produzirmos essa quantidade de dejetos, tendemos a acreditar que basta jogar o lixo na lata e o problema da sujeira está resolvido. Grande engano. O problema está só começando.
Como está definido na Agenda 21, o documento final do Encontro Mundial sobre Meio Ambiente, que aconteceu no Rio de Janeiro em 1992, a ordem para diminuir o problema do lixo no mundo é: reduzir, reutilizar e reciclar.
1) Portanto, o primeiro passo para quem quer ajudar a achatar a montanha de lixo que vamos produzir ao longo da vida é: produza menos lixo. Tenha cuidado ao consumir. Compre aquilo que você realmente precisa.
2) Outro mandamento: reaproveitamento. As embalagens que não contêm resíduos tóxicos, como potinhos de iogurte, garrafas de refrigerante, podem ser usadas para fazer vasinhos de flores, brinquedos para as crianças, o que sua criatividade permitir.
3) Ajude a reciclar. No Brasil, o lixo domiciliar, aquele que geramos todos os dias em nossas casas, é composto, em média, de 3% de vidro, 4% de metal, 3% de plásticos, 25% de papel, 60% de lixo orgânico (restos de comida, papel higiênico) e 5% de outros materiais.
4) Coleta Seletiva. Como os vidros, plásticos e papéis são jogados com os restos orgânicos, eles podem se estragar e ficar ruins para o aproveitamento da indústria de reciclagem. Portanto, o primeiro passo para aumentar a reciclagem no Brasil é promover e cobrar das autoridades a coleta seletiva.
5) Lixo velho pode virar um produto novo. Ao ser recolhido separadamente, o lixo pode ser reaproveitado para diversos fins. O papel volta a ser papel. O vidro volta a ser vidro. A latinha de alumínio em apenas 42 dias está pronta para voltar às prateleiras do supermercados.. Os pneus usados são transformados em tapetes de automóveis, solados de sapato, pisos industriais e borrachas de vedação.
As embalagens de refrigerantes são reutilizadas na produção de baldes, cabides, garrafas de água sanitária e acessórios para automóveis. Até o entulho de construção pode ser usado na produção de material para calçar ruas e fabricar tijolos.
6) Procure se informar. No site do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (www.cempre.org.br), você encontra a cotação de preços do material reciclável em toneladas. Em preços de abril de 1999, a tonelada de papelão custa R$ 50,00. A de latinhas de alumínio, R$ 700,00.
7) Conheça as leis e identifique os fornecedores e os profissionais. Já nas páginas da Resol (www.resol.com.br) estão disponíveis regulamentos e leis municipais sobre limpeza urbana, identificação de fornecedores de equipamentos para reciclagem, análises técnicas sobre diversos serviços municipais ligados à disponibilização de resíduos sólidos e contatos com profissionais que trabalham na área de lixo.
8) Invente um projeto. Saiba que você também pode promover pequenos projetos de coleta seletiva, para vender ou doar o que for juntado em sua rua, bairro ou escritório (latinhas de alumínio, refil de toner de impressora, papel, vidro, garrafas de plástico pet – aqueles de refrigerante).
9) Apoie as associações e cooperativas de catadores. Localize uma em sua cidade. Há associações ou grupos de catadores de papel, garrafeiros, catadores de latinhas de alumínio. Combine com eles os dias de coleta para o material recolhido.
10) Conheça e divulque os exemplos de sucesso. Um bom exemplo é o do projeto do bairro São Francisco em Niterói, Rio de Janeiro. No bairro moram cerca de 15 mil pessoas. Os moradores criaram então o Centro Comu-nitário e fazem coleta seletiva no bairro. O lixo, recolhido e levado para um galpão especialmente construído para isso, é separado, pesado e armazenado. Livros em bom estado são doados a escolas e bibliotecas. A adesão é voluntária, mas todos os 1.200 mil domicílios participam. O Centro cuida da contratação de pessoal, venda dos materiais e aplicação dos recursos obtidos, destinados a atividades comunitárias.