Tartaruga da Amazônia mais protegida

12 de abril de 2004

Centro Nacional dos Quelônios da Amazônia – Cenaqua tirou o animal da lista de extinção

Com a criação do CENAQUA (Centro Nacional dos Quelônios da Amazônia) há 18 anos, a tartaruga da Amazônia finalmente deixou a lista dos animais ameaçados de extinção.
Fundado em 1979 com o apoio do Ibama, o projeto coordena todas as ações de conservação do quelônios nas bacias dos rios Amazonas, Tocantins e Araguaia.
O centro tem como prioridades aprimorar estruturas e mecanismos permanentes de pesquisa; monitorar as espécies, bem como seus sítios de reprodução e alimentação; desenvolver trabalhos de educação ambiental com as comunidades locais; manter o equilíbrio entre o crescimento das populações e o habitat dos quelônios com seu uso sócio econômico. Afinal, um dos objetivos do cenaqua é desenvolver estudos sobre a biologia, ecologia e comportamento dos quelônios, o que auxilia nas ações de manejo na natureza. Também são desenvolvidas novas tecnologias de criação em cativeiro. Em todo o território nacional há 63 criatórios autorizados pelo Ibama. Destes, 3 já estão aptos a comercializar a carne de tartaruga. Embora apenas 39% do animal seja aproveitado, a intenção é ter um aproveitamento de 56% na comercialização da carne e carapaça. Além de ser saborosa, estima-se um potencial de 80% de proteína na carne de tartaruga (acima dos crustáceos).
O vale do Araguaia (região pré-Amazônica) é motivo constante de preocupação dos pesquisadores, devido à intensa concentração turística. O pico de turistas na região ocorre em julho, coincidentemente com as férias escolares e baixa do rio. Nessa região há uma grande diversidade biológica, que sofre constantemente os efeitos da atividade turística. O CENAQUA mantém bases avançadas no rio Araguaia com o intuito de diminuir ao máximo as atividades predatórias e proteger as espécies ali existentes: Podocnemis expansa (tartaruga da Amazônia) e Podocnemis unifilis (tracajá).
Os pesquisadores e voluntários do CENAQUA fazem trabalho de educação ambiental junto às comunidades locais e turistas que acampam nas praias do rio. Pois a desinformação sobre as leis que protegem o meio ambiente causa sérios impactos a este frágil ecossistema, alterando seriamente o ciclo biológico das tartarugas e outros animais.
O Centro Nacional do Quelônios da Amazônia conta com cartilhas de orientação para a preservação das tartarugas e do rio Araguaia, o clubinho da tartaruga, palestras, e todo um trabalho de educação ambiental junto às escolas.


Mais informações:
CENAQUA: (62) 225-0770; Telefax: 225-0722
Projeto Tamar: (71) 876-1045; Fax: 876-1067
http://www.geocities.com/Colosseum/9738/tamar.html
http://www.tecpac.com.br/Tamar.htm
http://www.geocities.com/Colosseum/Stadium/7090/


A hora e a vez das tartarugas


Com dois metros de comprimento, essa espécie habita os mares tropicais e só vai à praia para desovar


As tartarugas marinhas, quem diria, há mais de 200 milhões de anos na Terra, agora precisam de nossa proteção.
Muitas espécies já se encontram em vias de extinção, pois a perseguição implacável do homem, além de destruir seu habitat natural, destrói os ovos e pratica a caça predatória, principalmente na época de reprodução (de setembro a março).
Em todo o litoral brasileiro as tartarugas marinhas procuram as praias desertas para desovar.
Normalmente elas esperam anoitecer, quando a temperatura da areia é mais amena e a escuridão da noite as protege de possíveis predadores.
Embora as tartarugas não tenham o cérebro muito evoluído, elas desenvolveram um excelente senso de orientação. É por isso que, mesmo vivendo na imensidão azul dos oceanos, elas conseguem se reunir na época da procriação, e, geralmente voltam à mesma praia que nasceram para desovar. As tartaruguinhas (em média 150 por cova) nascem entre 50 e 70 dias após a desova.
Cavando a areia rumo à superfície, elas começam a sair, uma após a outra, correndo em direção ao mar. O nascimento geralmente ocorre à noite, devido à temperatura da areia.
Como elas procuram sempre se orientar pelo horizonte, é importante que a iluminação artificial, em praias públicas ou particulares, seja voltada para o lado oposto à areia.
Três espécies ocorrem com maior freqüência no litoral do Brasil:
=Chelonia mydas (tartaruga verde) é muito procurada pelo seu tamanho.
=Eretmochelys imbricata (tartaruga de pente) ainda hoje utilizam seu casco para a fabricação de pente, jóias e adornos.
=Caretta caretta (sem nome popular. A menor delas)


Curiosidades:
= O tamanho de uma tartaruga marinha adulta depende da espécie. A tartaruga de couro (Dermochelys coriacea) pode chegar até 700 Kg, e a Oliva (Lepdochelys olivacea) até 60 Kg.
= Normalmente uma tartaruga marinha leva 45 minutos para desovar.
= As tartarugas marinhas são espécies  em extinção, protegidas por lei. Portanto, em hipótese alguma, podem ser mantidas em cativeiro.
= Se alimentam basicamente de pequenos crustáceos e esponjas quando filhotes. Quando adultas, se tornam herbívoras. Exceto a tartaruga de couro, que se alimenta exclusivamente de esponjas.
= É importante não jogar sacos plásticos na água para que elas não confundam com seu alimento natural.
= Os inimigos naturais das tartarugas são: pássaros, caranguejos e peixes (quando pequenas), tubarões e homem (quando adultas).
As tartarugas (marinhas e terrestres) são répteis que, por estarem ha muito mais tempo neste planeta, merecem nosso respeito e admiração.
Felizmente, nos dias atuais, existem organizações competentes e pessoas empenhadas em preservar esses seres tão antigos. Exemplos:
= Projeto TAMAR (Ibama): com sede na praia do Forte, Salvador, preserva as tartarugas marinhas em todo o litoral brasileiro.
= Projeto Amiga Tartaruga: credenciado pelo Ibama, com sede em Porto Seguro. Sob a orientação do biólogo Paolo, preserva as tartarugas marinhas, principalmente do extremo sul da Bahia.
= Projeto Quelônios da Amazônia (Ibama): Preserva as tartarugas de água doce na região da Amazônia legal. Sede em Goiânia, Go.