Transgênicos

Produtos modificados geneticamente para atender demanda de alimentos que deve triplicar em 50 anos

15 de abril de 2004

Estados Unidos promovem teleconferência para defender consumo de agricultura alterada pela biotecnologia

O Serviço de Divulgação e Relações Culturais (USIS) do governo dos Estados Unidos, por intermédio da embaixada norte-americana no Brasil, promoveu uma teleconferência no último dia dois de setembro para discutir temas relacionados à biotecnologia e alimentos transgênicos. Com uma hora de duração, o programa teve a participação do embaixador Alan Larson, subsecretário de Estado para Assuntos Econômicos e Comerciais, e contou com debatedores em pequenos auditórios no México, Argentina e Brasil. O fato do embaixador ter uma formação na área econômica e não na de ciências biológicas já mostrava que a preocupação principal do debate seria em torno de parcerias comerciais e não sobre segurança alimentar e/ou ambiental.
O principal argumento apresentado ao longo desta segunda teleconferência- a primeira foi realizada na Ásia, girava em torno da necessidade de se produzir alimentos mais baratos e em menor tempo para suprir as necessidades da demanda internacional. De acordo com estimativas do governo norte-americano, a população mundial cresce cerca de 2% ao ano, havendo 80 milhões de pessoas a mais para alimentar a cada ano. Nos próximos 50 anos, a demanda por alimentos deverá triplicar. Até o ano 2030, a população da Ásia poderá chegar a 4,5 bilhões, e o consumo médio diário de proteína animal poderá se tornar quase quatro vezes maior.


Cientista norte-americano é contra


O plantio e o consumo de produtos transgênicos não são um tema unânime nos Estados Unidos, apesar do esforço do governo norte-americano em mostrar que não há riscos nesta área. Ao participar, na cidade gaúcha de Esteio, do Seminário Internacional sobre Transgênicos, no início de setembro, John Fagan, professor de Biologia Molecular em Iowa (EUA), disse que os adeptos dos produtos geneticamente modificados “escondem da população importantes etapas da engenharia genética, que são imprecisas e descontroladas”.


Embrapa defende liberdade científica


Artigo preparado pelo presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Alberto Duque Portugal, e distribuído aos participantes da teleconferência, mostra que a instituição é a favor do desenvolvimento científico e da oportunidade de escolha do consumidor. Indo direto ao alvo: é a favor dos transgênicos.


Brasil pode ser do mercado não-transgênico


Milano Lopes

O Brasil pode desfrutar agora de histórica janela de oportunidade. Tem, no momento, rara chance de expandir, rapidamente, o mercado para seus produtos agrícolas no mundo inteiro.
Quem faz a afirmação é o professor norte-americano John Fagan, um dos maiores peritos mundiais em alimentos geneticamente modificados, e que esteve recentemente em visita ao Brasil para uma série de conferências.
Após 17 anos de pesquisa para o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, Fagan fundou a Genetic ID, o primeiro laboratório para detectar conteúdos transgênicos em colheitas e produtos processados.


A matéria na íntegra você encontra na edição de setembro da Folha do Meio Ambiente