SOS Mata Atlântica

A luta pela preservação

22 de junho de 2004

SOS e Inpe lançam Atlas e campanha para sensibilizar Congresso Nacional e a população

Uma novidade muito importante vale destacar. É o Índice de Preservação da Mata Atlântica, indicador criado pela organização não governamental, com o ranking dos municípios que mais possuem vegetação nativa da Mata Atlântica. Segundo Mário Mantovani, diretor de Relações Institucionais da SOS Mata Atlântica, é a primeira vez no país que informações amplas e detalhadas sobre remanescentes de um bioma de diversas cidades estarão disponíveis, com acesso livre e universal, pelos sites: <www.sosmatatlantica.org.br e   www.inpe.br>.
O lançamento do Atlas vem se somar a outras campanhas que visam sensibilizar a população e pressionar os senadores a aprovar o Projeto de Lei de Uso e Conservação da Mata Atlântica, que completará 12 anos de tramitação no Congresso Nacional. “Voltamos a estaca zero”, diz Mário Mantovani. “As facilidades que encontramos no ano passado na Câmara não têm sido mantidas”, continua. Além de todas as dificuldades, a relatoria do senador César Borges (PFL-BA) e os obstáculos criados pelo senador e presidente do PFL Jorge Bornhausen (SC) são frustrantes, segundo Mantovani. Bornhausen se opõe a qualquer alteração do artigo 46 do Projeto de Lei, que trata sobre as indenizações por parte dos proprietários de áreas da Mata Atlântica. Se mantido do que jeito que está, o Estado poderá vir a pagar indenizações bilionárias. Só em uma década (1990-2000), foram desmatados cerca de 900 mil hectares de Mata Atlântica, área equivalente a 61.454 estádios do Maracanã.


A SOS Mata Atlântica e a Rede de ONGs (257) da Mata Atlântica solicitaram a aprovação urgente e sem alterações de mérito do Projeto de Lei nº 107/03. Miriam Prochnow e Mário Mantovani pedem apoio do senador Paulo Paim, vice-presidente do Senado, acompanhados na audiência, pelo deputado Sarney Filho (PV-MA) e pela senadora Ideli Salvatti (PT-SC)


Mutirão para proteger Mata Atlântica no NE


Hoje, restam menos cerca de 5% da cobertura original da Mata Atlântica do Nordeste (5.600.000 hectares), e a floresta remanescente está representada por arquipélagos de pequenos fragmentos imersos em uma paisagem dominada principalmente pela cana-de-açúcar.
A Mata Atlântica brasileira é uma das maiores prioridades mundiais para a conservação da diversidade biológica. Estima-se que essa floresta abrigue mais de 8.500 espécies endêmicas entre plantas vasculares, mamíferos, aves, répteis e anfíbios. Parte desse endemismo está restrito a um bloco bem delimitado de florestas, abrangendo duas ecorregiões da Mata Atlântica: Ecorregião das Florestas Costeiras de Pernambuco e Ecorregião das Florestas do Interior de Pernambuco. Essas áreas se sobrepõem a quatro Estados: Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
Oito organizações – Birdlife International (BI); Centro de Estudos e Pesquisas Ambientais do Nordeste (CEPAN); Conservação Internacional (CI-Brasil); Fundação SOS Mata Atlântica (SOS); Instituto Amigos da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (IA-RBMA); The Nature Conservancy (TNC); Sociedade Nordestina de Ecologia (SNE) e WWF-Brasil – assinaram o Pacto Murici em prol da proteção da biodiversidade da Mata Atlântica do Nordeste, área situada acima do rio São Francisco.