Coluna do Meio

Minoria enrustida

26 de agosto de 2004

 Não há justificativa, nos dias de hoje, para um esporte chamado caça esportiva, justamente quando o Brasil embarca numa campanha nacional de desarmamento. A maioria dos caçadores estão no Rio Grande do Sul. O presidente da Federação Gaúcha de Caça e Tiro atende pelo nome de Paz. Sim, Lúcio Paz. Mas quem pede paz são os marrecões,… Ver artigo

 Não há justificativa, nos dias de hoje, para um esporte chamado caça esportiva, justamente quando o Brasil embarca numa campanha nacional de desarmamento.
 A maioria dos caçadores estão no Rio Grande do Sul. O presidente da Federação Gaúcha de Caça e Tiro atende pelo nome de Paz. Sim, Lúcio Paz.
 Mas quem pede paz são os marrecões, as perdizes, os patos e outros animais alvos prediletos de uma classe que teima em se divertir às custos da vida das aves cada vez mais acuadas pelo homem.
 E olha que essa minoria enrustida ainda se diz discriminada pela sociedade.


Lixo hospitalar


 A Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária deveria ser mais dura com a grave questão do lixo dos hospitais.
 O prazo para implementação de Planos de Gerenciamento dos Resíduos dos Serviços de Saúde em locais que produzam qualquer espécie de lixo hospitalar, que venceu dia 15 de julho, foi prorrogado para dezembro.
 Acontece o seguinte: hospitais, consultórios, farmácias, clínicas veterinárias, funerárias, postos de saúde e laboratórios de análises clínicas têm que fazer e implementar um projeto de gerenciamento de seus resíduos gerados, da origem ao destino final.
 Alegando que na maioria das cidades não há empresas devidamente licenciadas pelos órgãos ambientais, hospitais e farmácias pediram prorrogação do prazo. E ganharam.
 Se a Anvisa não apertar o cerco, quando chegar dezembro virá novo pedido de prorrogação do prazo.
 Enquanto isso, o lixo hospitalar continua espalhando doenças gravíssimas por aí.


Desinformação: maior inimiga da natureza


 Gabriel Chalita, Secretário da Educação de São Paulo e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação, fez uma palestra em Brasília e arrancou aplausos de mais de 500 participantes do I Seminário Internacional de Educação Brasil Competitivo.
 Didático, coloquial e demonstrando entender do riscado, Chalita colocou o dedo na ferida quando falou da mídia brasileira:
 Mídia não cobre educação, não cobre meio ambiente simplesmente porque não cobre processo de desenvolvimento, de formação profissional e de cidadania. Meio Ambiente, como a educação, é um processo de conquista. É um aprendizado.
 Mídia cobre apenas fatos. Se tiver crise, escândalo ou crime em relação ao meio ambiente, aí a mídia abre manchetes.
 É por isso que os governos e as empresas devem valorizar e apoiar todo tipo de iniciativa que eduque, que informe e que conscientize.
 Resumindo: o maior inimigo da natureza é a desinformação.


“A onça comeu o lobo, que comeu o rato, que matou o homem que engoliu a mata””
Da jornalista Larissa Meira, do Correio Braziliense, numa reportagem mostrando as conseqüências da destruição do Cerrado para os centros urbanos, como Brasília, que sofrem hoje de um
desequilíbrio ambiental, tendo como conseqüência trágica o aumento dos casos
da hantavirose. Tudo começou com a destruição da mata.


 NOVO DIRETOR – A ANA tem novo diretor. O prof. Oscar de Moraes Cordeiro teve seu nome aprovado por unanimidade pela Comissão de Serviços de Infra-Estrutura, do Senado, para a diretoria da ANA com mandato de quatro anos. Cordeiro é Engenheiro-Civil, professor da UnB e ex-presidente da ABRH.
 COPIANDO SADAN – Os madeireiros não brincam em serviço. Depois de verem o notidicário sobre o laboratório móvel de armas químicas, no Iraque, eles tiveram uma idéia: construíram uma serraria móvel na Amazônia. A serraria completa, com escritório e tudo, fica em cima de uma grande balsa e viaja pelos rios, buscando a melhor madeira. Detalhe: sem endereço fixo, a madeireira é uma indústria sem CGC, sem Inscrição Estadual e sem nenhum tipo de escrúpulo para devastar a floresta. Um crime hediondo!
 PRÊMIOS – Entre os premiados, este ano, com o Prêmio Verde das Américas estão quatro grandes ambientalistas: embaixadora Rosalía Arteaga (OTCA) professor Volney Garrafa (Bioética) Thomas Lovejoy (biólogo) e o ex-ministro José Israel Vargas. A entrega será no Rio de Janeiro dia 14 de setembro.
 VON MARTIUS – O Prêmio Ambiental von Martius/2004 vai receber inscrições até o dia 24 de setembro. Promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Alemanha, o prêmio está em sua quarta edição e busca valorizar a contribuição ecológica de empresas, ONGs e indivíduos. Mais detalhes sobre o prêmio von Martius podem ser conseguidos pelo fone: (11)4702-006 ou  pelo site  www.premiovonmartius.com.br