Coluna do Meio

Índio é novo prefeito

20 de outubro de 2004

 O saudoso cacique Mário Juruna precisou virar político para ser respeitado como índio. Segue os passos do ex-deputado xavante, o índio Mecias Seterê-Mawé, que acaba de ser eleito prefeito da cidade de Barreirinhas, no Amazonas, a 384km de Manaus. Filiado ao PT, Mecias diz que se parece muito com o Presidente Lula: “Gosto de ouvir as pessoas… Ver artigo

 O saudoso cacique Mário Juruna precisou virar político para ser respeitado como índio.
 Segue os passos do ex-deputado xavante, o índio Mecias Seterê-Mawé, que acaba de ser eleito prefeito da cidade de Barreirinhas, no Amazonas, a 384km de Manaus.
 Filiado ao PT, Mecias diz que se parece muito com o Presidente Lula: “Gosto de ouvir as pessoas antes de tomar uma decisão: se errar, todo mundo erra. Se acertar, todo mundo acerta”.
 Mas, para o índio-prefeito eleito com 80% dos votos, Lula só peca por não cumprir os compromissos de campanha com as populações indígenas.
 Em tempo: Barreirinhas, próximo a Parintins, é onde vive o poeta maior Thiago de Mello.


Contraponto


 Enquanto Barreirinhas-AM elegeu um índio para prefeito, Xapuri, terra de Chico Mendes, fez o contraponto.
 Foi eleito para prefeito de Xapuri-Acre o peemedebista Vanderley Viana que é acusado de ser traficante, invasor de terra e outras coisas mais.
 Êta tristeza …


“É o homem contra o homem. É o homem contra a natureza. É o próprio homem contra a vida”.
Franz Krajcberg, o artista das sete ocas, escultor e ambientalista, polonês de nascimento e brasileiro de opção,
denunciando, do alto de seus 84 anos, os crimes ambientais praticados pelo homem no sul da Bahia.


Ambiente e as torres de celular 1


 O debate em torno da instalação das torres de telefonia celular e a retirada das ERBs (Estações Rádio-Base) instaladas em áreas de escolas promete continuar.
 A verdade é que o Ministério Público está muito atento ao problema e, segundo alguns procuradores, tem encontrado um certo corpo mole das empresas.
 A questão fica cada vez mais grave por vários motivos:
1 – Hoje, no Distrito Federal e em grande parte do Brasil, já são cinco empresas atuando com serviços de telefonia celular;
2 – As torres se multiplicam nas cidades – são torres de celular, de televisão, de rádio – que acabam por agredir o espaço urbanístico, aumentando a poluição visual;
3 – É certo que a fiscalização, desde a implantação de celular no Brasil, há mais de 10 anos, não foi eficiente;
4 – A cada dia aumenta muito o número de usuários e o serviço celular vai se transformando em item de primeira necessidade;
5 – Cresce muito a disputa por usuários e aumenta a concorrência entre as empresas. Esses fatos parecem justificar o não compartilhamento de uma mesma torre por várias empresas.


Ambiente e as torres de celular 2


 O erro inicial da Anatel, segundo um técnico do setor, foi o governo não assumir a construção das torres, colocando-as no lugar correto. Depois era só alugar o espaço para cada operadora de celular.
 Sem fiscalização e o governo lavando as mãos para o problema, as torres se proliferaram, viraram monstrengos tecnológicos em parques, avenidas, jardins e até em pátios de escolas, uma ao lado das outras, poluindo o ambiente visual das cidades do mundo inteiro.
 Brasília, que é uma cidade de Plano Diretor rígido, tombada pela Unesco, poderia ter dado o exemplo e regulamentado a construção de torres, de acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan. Seria um exemplo para o mundo.
 A verdade é que a guerra da privatização atropelou o bom senso!


Áreas de risco


 Os rios brasileiros são famosos no mundo inteiro por serem o lixão e o esgoto da maioria de nossas cidades.
 Mas não são apenas os rios os pontos de contaminação. O Ministério da Saúde criou um grupo de trabalho especial para mapear também o solo brasileiro que está contaminado.
 E já foram identificados 15 mil áreas afetadas pela poluição química. Mais grave ainda: 7 milhões de brasileiros vivem nestes locais e estão expostos ao perigo.
 Algumas áreas contaminadas: Santo Amaro da Purificação-BA, por chumbo; Cidade dos Meninos – Duque de Caxias-RJ, por BHC; Mauá-ABC paulista, por lixo industrial; Cubatão-SP, por produtos químicos; Campinas-SP, lençol freático contaminado por solventes; Bauru-SP, por ácido de bateria de automóvel; Goiânia-GO, por césio.
 E a lista de áreas de risco continua com outros 14.493 pontos contaminados.


 


ADOÇÃO – O programa Adote uma Nascente, da Secretaria de Meio Ambiente do DF, foi apresentado à Câmara Técnica de Ciência e Tecnologia, do CNRH. Segundo a coordenadora do projeto, Vandete Maldaner, o programa visa à melhoria da qualidade e disponibilidade dos recursos hídricos do DF, recuperando e preservando nascentes, com o apoio voluntário da comunidade. O programa, que tem apoio do WWF, possui 112 nascentes cadastradas e cerca de 60 voluntários da natureza.
SEGURO – O Projeto de Lei 4038/04 torna obrigatória a contratação de seguro contra o rompimento de barragens, para cobertura de prejuízos materiais às pessoas físicas e jurídicas domiciliadas a jusantes. A proposta é da deputada Ann Pontes (PMDB/PA). O projeto, que foi motivado pelo rompimento das barragens de Cataguazes-MG, em 2003, e, mais recentemente, Camará-PB, tramita na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.