Aventura norueguesa na Amazônia
10 de dezembro de 2004Família percorre durante um ano toda a região Norte do Brasil e ainda planejou ter o terceiro filho na Amazônia
A família Johansen da Silva deixou a Noruega para escrever, fotografar, estudar e viver a amazônia brasileira por um ano
O casal de cientistas Carlos Caju e Jeanette Johansen acaba de provar na prática que fazer uma expedição científica numa das áreas mais complexas do mundo, com dois filhos de três e cinco anos, e um bebê que foi planejado para nascer na Amazônia durante a viagem, não é loucura. É, sim, um sonho antigo que passou a ser um projeto de vida bem planejado. Como se isso não fosse aventura o suficiente, o casal de cientistas trouxe consigo o adolescente norueguês Tommy Bah, de 16 anos, nascido na Noruega e parte da nova geração multiracial daquele país. Após três meses na Amazônia, Tommy voltou para a Noruega 10 kg mais forte, mais alegre e querendo influenciar seus amigos a também deixarem as drogas e aproveitar melhor a natureza.
Amazônia cada
vez mais urbana
Para os Johansen da Silva, as comunidades da Amazônia de hoje e o Brasil em geral estão bem mais urbanos. Em alguns aspectos, isso significa mais desenvolvimento e mais impactos.
Ao contrário do que muita gente no Brasil e no exterior imagina, é possível encontrar locais com acesso à internet por todos os nove estados da Amazônia legal brasileira. É possível viajar de ônibus, micro ônibus ou vans com ar-condicionado, inclusive em viagens interesstaduais e mesmo na transamazônia. De outro lado, o problema de frequentes assaltos nas estradas e a pirataria nos rios da região não devem ser subestimados, principalmente por estrangeiros.
Entendendo o Projeto
AmaZoen Expedition é um projeto educativo, ambiental e cultural planejado pela família Johansen da Silva.
O projeto foi planejado para ser realizado de 2003 a 2006, em duas fases. A primeira sendo um ano de expedição científica pelos nove estados da amazônia legal brasileira (2003-2004); e a segunda sendo dois anos para a produção de livros e uma série de documentários para televisões da Europa e do Brasil (2005 e 2006).
Todo acervo documentado virou fonte de estudo
O nome AmaZoen
A família consiste do casal de cientistas socioambientais Carlos Caju e Jeanette Johnasen – residente em Oslo, capital norueguesa – e os três filhos Ama, Zoe e Zen, cuja combinação dos nomes faz o nome da expedição “AmaZoen”. Ama Luna completou um ano no dia 10 de setembro e nasceu na Amazônia num dia de lua cheia durante a viagem e seu nome foi dado em homenagem ao povo da Amazônia; Zoe Amber tem seis anos e Leo Zen tem quatro. Ambos nasceram na Noruega.
Trajeto da Expedição
A expedição começou em Oslo, a capital Norueguesa, no dia 13 de agosto de 2003 e de lá partiu para o Amazonas, Pará e Amapá, Maranhão, Tocantins, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiânia, Mato Grosso, Rondônia, Acre, Roraima e parte da amazônia venezuelana. De lá, a família voltou para Belém, onde participou de programas de televisão, passou alguns dias em Brasília, antes de voltar para a Noruega.
Objetivo do Projeto
Segundo Carlos Caju e Jeanette, o objetivo principal foi conhecer melhor a região, entender e documentar parte de suas realidades, mitos e percepções do povo local sobre desenvolvimento, pobreza, riqueza e meio ambiente; analisar a biodiversidade, as infraestruturas de turismo na região, desenvolver um banco de dados e uma rede de contatos para possíveis parcerias internacionais em diversas áreas e níveis – pessoais e institucionais, governamentais ou não – a curto, médio e longo prazos; valorizar os temas criança, família e sociedades indígenas.
Transporte da Expedição
Para conseguir visitar o maior número possível de comunidades independente das dificuldades de acesso, e poder interagir com o povo da Amazônia e desenvolver uma visão mais realista de como esse povo vive e pensa, a família Johansen da Silva fez uso de todos os meios de transportes possíveis: aviões, carros, helicópteros, barcos grandes e pequenos.
Perfil do Casal
A mãe, Jeanette Johansen, é antropóloga norueguesa formada pela Universidade de Oslo com parte de seus estudos na Universidade de Sophia, no Japão. Ela é mestre em Antropologia do Desenvolvimento pela Universidade de Londres, com tese de mestrado baseada em pesquisas feitas na Amazônia em viagens anteriores. Ela morou em vários países e é consultora internacional na área de educação internacional e desenvolvimento.
O pai, Carlos Caju, nasceu em Fortaleza-CE e morou em Belém, no Rio, em São Paulo e com índios na Amazônia. Mora em Oslo desde 1997. É cientista social com mestrado em Assuntos Ambientais da América Latina pela Universidade de Londres. Sua história na Amazônia também está ligada aos oito anos que serviu à Força Aérea Brasileira, pois foi membro do PARA-SAR, o esquadrão elite de pára-quedista de busca e resgate da FAB. Carlos Caju é jornalista e correspondente da Folha do Meio Ambiente na Noruega.
Financiamento e parceria
O projeto foi financiado com recursos próprios do casal de cientistas e teve apoio da Associação Mundial de Protetores do Meio Ambiente – WEPA. Durante a expedição, a família contou com vários apoios, como o da Fundação Ambiental José Rebelo do Xingu.
Segunda fase: 2005 -2006
Para a realização da segunda fase do projeto – os dois próximos anos 2005 e 2006, escrevendo livros e editando mais de 80 horas de filmagens sobre diversas realidades da Amazônia, os cientistas estão procurando apoio de pessoas físicas, iniciativas privadas, instituições governamentais e não-governamentais que tenham interesse pelo tema amazônia e parceria internacional.
Contatos pelo email: [email protected]
summary
Norwegian adventure in the Amazon
Norwegian family journeys for a year through the northern region of Brazil and planned to have their third child in the Amazon
After an entire year on a study expedition into the Amazonian reality – the AmaZoen Expedition – the Brazilian Norwegian family Johansen da Silva returned to Norway certain of one thing: that they had made their dream of traveling throughout the Brazilian Amazon with their small children a reality. Although there were no serious accidents along the way, the trip was an emotional roller coaster including interesting facts, the birth of the couple’s child in Belém, Pará and documentation by the Brazilian and international media. The conclusion of the scientist and journalist Carlos Caju, who is a correspondent for the Folha do Meio Ambiente in Oslo, and his wife, Jeanette Johansen at the end of their journey was “We were able to see and show the world the enormous treasure of the Amazon, its inhabitants.” The secret of success to this type of adventure is, according to Jeanette Johansen, simple: “Planning, prevention, determination and a lot of work.”
The couple, Carlos Caju and Jeanette Johansen who are also scientists has just proven in the flesh that a scientific expedition in one of the most complex areas of the world with two children, three and five years of age and a baby who was planned to be born in the Amazon during the trip, is not crazy. It is rather a long time dream, which became a well-planned life project.
A MORE URBAN AMAZON
For the Johansen da Silva family, the Amazon today in particular and Brazil in general are much more urban. In some aspects this means greater development and more impact. Contrary to what many people in Brazil and abroad imagine, it is possible to find locations with Internet access throughout all of the nine states of the legal Brazilian Amazon. It is possible to travel by air-conditioned buses, mini buses and vans including interstate trips and even trans-Amazon jaunts. On the other hand there are frequent problems with highway robbery and piracy on the rivers of the regions, which cannot be taken too lightly, especially by foreigners.
PURPOSE
According to Carlos Caju and Jeanette, the main objective of the trip was to become better acquainted with the region, understand and document its realities, myths and the perceptions of the local inhabitants concerning, development, poverty, wealth and the environment; study the biodiversity, the tourism infrastructure of the region, develop a data bank and a network of contacts for possible international partnerships in a number of areas and on a number of levels with people, governmental and non governmental institutions over the short, medium and long term and learn to appreciate the role of children, family and the indigenous people.