Educação Ambiental

Goiás realiza V Fórum de educação ambiental

10 de dezembro de 2004

O encontro teve mais de 900 painéis, 76 minicursos, dezenas de oficinas além de inúmeras conferências e mesas redondas

Palavras de ordem
Responsabilidade social,  justiça ambiental e democratizar foram   palavras de ordem no V Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, no segundo dia, quando de fato começaram as conferências, mesas redondas, painéis, dezenas de oficinas e minicursos, além dos Grupos de Trabalho centro das deliberações do encontro. O empenho  na reconstrução do saber ambiental transformador e de uma educação ambiental não separada do processo social lembravam as esperanças semeadas na ECO-92, quando foi aprovado o “Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global”.


Moema Viezze
Durante o V Fórum foi criado o GT Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, coordenado por Moema Viezzer para  avaliar o Tratado e promover mudanças,  a fim de adequar aos avanços  da Educação Ambiental no mundo.
Moema Viezzer foi quem coordenou o processo de produção coletiva internacional desse Tratado. Por isso, as primeiras homenagens do evento foram para ela. O grande esteio do encontro em Goiânia foi a Diretoria de Educação Ambiental do MMA e a Coordenação de Educação Ambiental do Ministério de Educação. O V Fórum foi realizado sete anos depois do IV Fórum, que aconteceu em Guarapari-ES, em 1997.


Importância das contribuições
Destacar a importância das contribuições desse V Fórum seria difícil e ocuparia muito espaço em virtude do número de temas apresentados: cerca de 900 painéis, 76 minicursos, dezenas de oficinas além de inúmeras conferências e mesas redondas.  Para não cometer injustiças e nem fazer juízo de valor do que era mais importante, optamos por registrar apenas os dois Grupos de Trabalho coordenados pelos representantes do Órgão Gestor de Educação Ambiental do MMA – GT/ProNEA e GT/SIBEA, considerados estratégicos.
Todos os outros 11 GTs foram coordenados pelas “redes elos” da Rede Brasileira de Educação Ambiental.


Democratizar
a informação
O SIBEA- Sistema Brasileiro de Informação sobre Educação Ambiental tem por meta  a democratização da informação, disponibilizando dados a todos que necessitam ou tenham interesse em obter  informações atuais e qualificadas. Os recursos do Sistema são: Banco de dados; Documentos em Destaque; Atualidades e as Salas Virtuais Durante o GT, os participantes puderam fazer o cadastramento para facilitar o acesso de forma fácil e ágil.
Quem quiser acessá-lo, poderá fazer através do endereço eletrônico:http://www.mma.gov.br/educambiental/ .


 Ângela  Schmidt
Nesse sistema pode-se encontrar informações sobre especialistas, instituições, legislação, publicações e notícias relacionadas  à educação ambiental. Ele foi desenvolvido pela Diretoria de Educação Ambiental do MMA em parceria com as redes e instituições governamentais e não governamentais que atuam em Educação Ambiental.
Aperfeiçoar esse sistema foi uma das metas desse Grupo de Trabalho,  coordenado  por Ângela  Schmidt, graduada  em Ciências da Computação e pós- graduada em Educação.
“O Programa Nacional de Educação Ambiental é tão abrangente que deveria ser  permanente, pois na realidade ele começou muito antes do V Fórum e não vai terminar tão cedo, porque  é uma proposta continuada”, explicou Ângela Schmidt.


ABI presente
Antes da  abertura do V Fórum, 13 entidades que compõe o Comitê Assessor do Órgão da Política Nacional se reuniram. Entre elas a Associação Brasileira de Imprensa-ABI, que defendeu a inclusão do Ministério Público, das Universidades Federais e principal mente dos trabalhadores rurais  e dos movimentos sociais.
Essa proposta  foi apresentada depois  da discussão da pauta da Reunião, onde analisaram a competência e papeis do Comitê  Assessor do Órgão Gestor da PNEA e da Câmara  Técnica de EA do Conama e a Consulta Pública do ProNEA.
A Diretoria de Educação Ambiental do MMA e a Coordenação Geral de Educação Ambiental do MEC, componentes do Órgão Gestor,  não ofereceram resistência à proposta da  ABI.  
Marcos Sorrentino, diretor de Educação Ambiental do MMA, argumentou que era preciso ouvir o departamento  jurídico do MMA, uma vez que teria que mudar o Decreto 4281/2002, que regulamentou a Lei de Educação Ambiental.


Rachel Trajber
Durante essa reunião, a coordenadora Ambiental do MEC, Rachel Trajber, informou que o V Congresso Ibero-Americano será realizado no mês de agosto de 2005, na cidade de Joinvile/SC, conforme deliberado no IV Congresso que ocorreu em Cuba, que por unanimidade foi deliberado que o Brasil sediasse o encontro.
Marcos Sorrentino fez questão de lembrar que no dia primeiro de janeiro de 2005 começa a Década da Educação para o Desenvolvimento  Sustentável.
O V Congresso Ibero-Americano no Brasil será uma excelente oportunidade para reivindicar uma educação ambiental integrada no Continente.
No do encerramento do V Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, uma surpresa: um diagnóstico inédito da educação ambiental constata que em sete Estados brasileiros são os órgãos públicos que mais desenvolvem a Educação Ambiental. Esse levantamento foi feito pela especialista Isabel  Carvalho, da Universidade Luterama Brasileira (ULBRA). Sem dúvida, esse estudo, o maior já realizado no país, foi uma  alerta ao Governo para investir mais na educação pública.


Dia primeiro de janeiro de 2005 começa a Década da Educação
para o Desenvolvimento  Sustentável Marcos Sorrentino,
diretor de Educação Ambiental do MMA


O conceito de educação ambiental
O esforço para se conseguir o equilíbrio entre o homem e natureza


Silvestre Gorgulho, de Brasília
Meio Ambiente é um conceito que vem evoluindo no decorrer dos anos. No início do século passado, ele assumia um caráter naturalista, contrapondo duramente ao desenvolvimento. Com muito destaque para a denúncia, para o radicalismo. Mas foi um conceito em evolução. Na primeira grande conferência de desenvolvimento sustentável, em 1972, em Estocolmo, o conceito era um; quando fizemos a primeira edição da Folha do Meio, junho de 1989, o conceito era outro. Depois da Conferência do Rio de Janeiro, em 1992, era um; depois da RIO+10, em Joanesburgo, era outro. O fato é que o conceito meio ambiente teve uma evolução tão significativa que acabou por incorporar uma verdadeira revolução. E essa evolução, como não poderia deixar de ser, acompanha também o conceito de educação ambiental. E o que é educação ambiental hoje?
Como meio ambiente é o lugar onde se vive, onde acontecem todas as relações entre os seres vivos e os aspectos naturais, a educação ambiental é justamente o estudo destas relações em todos os níveis entre o homem e a natureza: sociais, econômicas e culturais. E tem mais: por ser relações que preservam o ambiente, racionaliza o uso de recursos naturais, protege o homem e a própria vida, a educação ambiental acabou por ser um
exercício de cidadania. Nesse sentido, o conceito de educação ambiental não se restringe apenas à preservação de paisagens naturais, dos seres vivos, à disposição final do lixo, ao desmatamento, à não poluição do ar, do solo e das águas. O tema se reveste de um caráter holístico que busca o equilíbrio entre o homem e o ambiente, com vista à construção de um mundo mais justo, sobrenatural no sentido de que não é a Terra que pertence ao homem, mas o homem que pertence à Terra.


Atitudes de quem tem consciência ambiental


NA FAMÍLIA          NA ESCOLA


1. Evite o desperdício (água, luz e papel).
2. Compre produtos de empresas que investem em ações sociais.
3. Jogue no lixo só o que não puder ser aproveitado e separe para reciclagem.
4. Recuse embalagens desnecessárias.
5. Compre alimentos a granel (não levam embalagens dispensáveis).
6. Compre refil para seus produtos de higiene e limpeza.
7. Só compre embalagens recicladas.
8. Use detergente biodegradável.
9. Use panos ao invés de toalhas de papel.
10. Reduza o tempo do banho.
11. Feche as torneiras direitinho.
12. Não jogue lixo no vaso sanitário.
13. Não use água tratada para lavar carros e calçadas.
14. Leve pilhas e baterias usadas aos postos de coleta.


NA FAMÍLIA          NA ESCOLA


1. Informação – Proporcionar a leitura de jornais, livros e sites que tem boa informação sobre a questão ambiental. Sem conhecer, não há como preservar. Conscientização ambiental – Chamar a atenção do aluno no sentido de sensibilizá-lo para as questões que envolvem respeito e defesa aos recursos naturais; sensibilizá-los e fazer de cada aluno um eficiente vetor da boa prática ambiental junto à família e círculo de amizades; alertar para os comportamentos errôneos e estimular seu envolvimento e participação com as causas públicas.
2. Debates – Promover discussões de teorias e práticas completas e atualizadas sobre o envolvimento de cada um na qualidade de vida da escola, da família e da comunidade.
3. Atitudes – Orientar no sentido de cooperar, transformar e construir situações desejáveis de melhoria na qualidade de vida da comunidade e do país.
4. Voluntariado – Promover ações de voluntariado que beneficiem a comunidade e o meio ambiente.
5. Ação responsável – Discutir, definir e unificar a linguagem e os procedimentos de cada aluno no sentido de que todos assumem a responsabilidade como cidadão que tem direitos e deveres.


Para os tomadores de
decisão no município

1. Aprovar um plano diretor competente e permanente para o município.
2. Levar o debate das questões ambientais para as escolas do município.
3. Fazer sinalização eficiente na cidade e estradas.
5. Promover a coleta seletiva do lixo.
6. Fiscalizar e multar quem joga lixo em terrenos baldios.
7. Fazer a arborização urbana.
8. Promover o saneamento, construindo estação de tratamento de esgoto.
9. Coibir a poluição sonora.
10. Coibir a poluição visual de faixas, painéis e outdoors.
11. Coibir a poluição do ar por carros e fábricas.
12. Coibir a poluição de rios, lagos e mananciais.
13. Cuidar das praças, parques e áreas de lazer.
12. Promover campanhas de utilidade pública como combate à dengue, anti-tabagismo.


CONFIRA O SEU RANKING…
1. Jogar lixo na rua – 50 pontos
2. Jogar binga de cigarro na rua – 90 pontos
3. Deixar lixo na praia – 130 pontos
4. Participar de briga de galo ou canários – 60 pontos
5. Desperdiçar água – 40 pontos
6. Desperdiçar energia elétrica – 40 pontos
7. Caçar passarinho – 150 pontos
8. Pegar animais na natureza – 200 pontos
9. Negociar animais silvestres – 150 pontos
10. Colocar fogo no mato – 100 pontos
11. Escrever o nome em árvores – 120 pontos
12. Escrever o nome em monumentos públicos – 120 pontos


Confira sua pontuação:
0 a 40 – Tem consciência ambiental
41 a 99 – Tem pouca preocupação ambiental
100 a 500 – Poluidor ambiental
Acima de 501 – Poluidor ambiental militante