Dia Mundial da Água - Ação 2005/2015

Brasil precisa garantir qualidade da água

23 de março de 2005

DF é a primeira Unidade da Federação a ter 100% do esgoto


O mais interessante da pesquisa do Ibope, é que a preocupação com o desperdício de água é maior entre os jovens de 16 a 24 anos. 94% deles vêem risco em desabastecimento e 73% acreditam que podem reduzir o consumo doméstico. Essa mentalidade entre os jovens pode ser creditada às campanhas educativas voltadas contra o desperdício, que hoje têm apoio do setor públicos, das escolas, dos meios de comunicação e da sociedade civil.
O desperdício foi citado por 44% dos entrevistados como principal motivo de futuros problemas com a falta de água. Para 13%, o problema está na poluição e nas agressões aos recursos hídricos. O fato da maioria da população brasileira está alerta para o problema já é uma grande vitória.
Entretanto, gostaria de enfocar os dados da pesquisa na questão da poluição e nas agressões aos recursos hídricos. Ainda é pequeno o número de brasileiros que está atento para esses problemas. Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, 80% dos cursos d’água estão poluídos por esgotos ou resíduos sólidos. Mas o que isso tem haver com a falta de água? Tem muito.
É a falta de saneamento, tratamento de esgotos e destinação adequada do lixo que irá tornar a nossas águas sem qualidade para consumo humano. O Brasil detém a maior reserva de água doce do mundo. Então, a questão não é de quantidade de água e sim de qualidade. E neste ponto, a população do Distrito Federal e as futuras gerações, têm uma dívida de gratidão com governador Joaquim Roriz.
No governo passado, ele elegeu duas obras de suma importância para cidade: a construção das Estações de Tratamento de Esgotos do Gama e Melchior, beneficiando uma população de mais de 1,2 milhão de habitantes, do Gama, Taguatinga, Ceilândia e de Samambaia, com investimentos aproximados de R$ 100 milhões. Em 2003, a ETE Gama entrou em operação e em 2004, a ETE Melchior foi inaugurada, inicialmente, tratando os esgotos de Samambaia e Ceilândia. Ainda neste primeiro semestre incluirá, também, os esgotos de Taguatinga.
O Distrito Federal passará a ser a primeira unidade da Federação a ter 100% de tratamento do esgoto coletado. Além de um feito extraordinário, isso significa, também, iniciamos a uma verdadeira cruzada na recuperação dos mananciais e cursos d’água, que hoje, que até bem pouco tempo recebiam esgotos in natura. O Cortado, o Taguatinga, o Melchior, o Alagado, o Ponte Alta, entre outros, estão sendo despoluídos, a exemplo do Lago Paranoá.
Para garantir a qualidade e a oferta de água para essa e as futuras gerações, os governantes e a sociedade precisam acabar com as fontes de poluição. Os esgotos e os resíduos sólidos são os principais vilões. A Caesb mudou de nome neste ano para melhor atacar esse quadro. Passou a denominar-se “Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal”. Não se pode falar em qualidade e oferta de água se não envolvermos as questões dos esgotos e do lixo, numa abordagem única.