Dia Mundial da Água - Ação 2005/2015

ONU pede reflexão sobre a água como fonte de vida

22 de março de 2005

2005 a 2015 – Começa o Decênio Internacional para Ação Água


A Semana da Água (21 a 24) foi aberta solenemente, no Parque da Água Mineral, em Brasília, com o tema Água, Fonte de Vida.  Na foto, da esquerda para direita: Sérgio Gonçalves, Secretário de Nacional do Saneamento, representando o Ministro das Cidades; Nelson Hubner, representando a ministra
Dilma Rousseff; Ricardo Morishita Wada, Diretor do Dpto. de Proteção e Defesa do Consumidor do MJ; a ministra Marina Silva; José Fritsch, Secretário Especial da Pesca; Jarbas Barbosa, Secretário de
Vigilância em Saúde, representando o ministro da Saúde; Almir Cirilo, Coordenador do CTHidro,
representando o Ministério da Ciência e Tecnologia; e o presidente do Ibama, Marcus Barros.


Algumas reflexões
· A década de 70 foi marcada pelo despertar das preocupações ambientais. Até o início dos anos 80, as questões relacionadas ao uso da água (geração de energia, abastecimento doméstico e industrial, coleta de esgoto, etc ) e seu manuseio não levaram em conta as conseqüências ambientais.


· Hoje não existe mais água no mundo do que havia há 21 séculos, quando a população era menor do que 3% do que é hoje. Se a água vai continuar tendo a mesma quantidade, é bom lembrar que a população continuará crescendo.


· O Brasil, no todo, é um país rico em água. Dispõe de 12% de água doce superficial do mundo, mas tem vivido uma ilusão de abundância a despeito das diferenças de da má distribuição pelo seu território.


· Mesmo nas regiões caracterizadas como de água abundante, a água está se tornando escassa por  sua qualidade que deteriora. Essa é uma questão ambiental grave e do momento.


· Tem-se disseminado a contaminação tanto da água superficial como subterrânea. Por essa razão, para abastecer,  por exemplo, a região metropolitana de São Paulo a água é buscada a mais de 150 km de distância.


· Foram grandes as agressões que os rios, riachos, córregos e arroios sofreram nos últimos anos. Os mais velhos podem se lembrar do rio de sua terra onde se podia tomar banho, pescar, ou simplesmente, desfrutar de sua beleza natural. Hoje a maioria deles não passa de um esgoto a céu aberto.
· Um dado bem moderno: é bom ver uma rua pavimentada e um grande estacionamento no shopping. Melhor do que ver é sentir esse conforto. Mas isso tem conseqüência: a pavimentação está diminuindo a capacidade de infiltração de água nos solos, provocando, na hora das chuvas, acúmulo muito rápido do escoamento das águas. Aí, então, fica superado a capacidade de condução de água daquele riacho que serve à nossa cidade. Agravado pelos lixo jogado nas ruas, nos bueiros e nas encostas, o resultado é certo: inundação, destruição de casas e  mortes.


· A verdade é que para utilização de forma sustentável, a água não pode ser retirada de suas fontes ou contaminada com esgotos, dejetos industriais e lixo em velocidade maior ao que pode ser reabastecido pelo ciclo hidrológico (evaporação, precipitação, escoamento e infiltração) e de sua capacidade de regeneração.


· A natureza é sábia e magnânima. Ela sabe que precisa absorver resíduos. Mas tem seus limites. Só um lembrete: todas às vezes que lavar suas mãos e utilizar 1 litro de água são necessários 10 outros no riacho para restabelecer suas condições naturais.


· Se no passado recente a crise da água era um pouco mais silenciosa, hoje ela está em evidência. Ela incomoda cidadãos, líderes políticos, governantes, empresários e todos aqueles que tem responsabilidade nos dias de hoje e de amanhã.


· A lei brasileira é considerada uma das mais avançadas do mundo contemplando as questões básicas da sustentabilidade do uso da água. Mas não se pode fazer a gestão dos recursos hídricos independente da gestão do uso do solo e sem que os usuários participem do processo decisório quanto ao planejamento dos usos.
Um outro dado importante: não se pode mais planejar um único uso sem considerar as múltiplas finalidades da água, como abastecimento, geração de energia, navegação, lazer, pesca, proteção ao ecossistema, etc.


· Sem regulação severa e sem educação ambiental quanto ao manejo efetivo sustentável, não há como promover ações de defesa dos recursos hídricos. Todas as ações inerentes a recursos hídricos são de longo prazo e requerem tempo e recursos para serem implementadas.