Madeira com FSC: experiência de Menino Deus de Curuçá chega a Itacoatiara
19 de abril de 2005A experiência e o exemplo que o governador Eduardo Braga fez na comunidade Menino Deus do Curuçá, localizada nos arredores do município de Boa Vista do Ramos, a 230km de Manaus, começa a se propagar. Menino Deus do Curuçá foi a primeira comunidade a receber o “selo verde” de certificação FSC de madeira e a… Ver artigo
A experiência e o exemplo que o governador Eduardo Braga fez na comunidade Menino Deus do Curuçá, localizada nos arredores do município de Boa Vista do Ramos, a 230km de Manaus, começa a se propagar. Menino Deus do Curuçá foi a primeira comunidade a receber o “selo verde” de certificação FSC de madeira e a iniciativa já está sendo absorvida por outras personagens que formam a cadeia produtiva da madeira no Amazonas. A marchetaria Lange Holz, situada em Itacoatira, está iniciando o processo de certificação FSC (sigla em inglês para Forest Stewardship Council, que significa Conselho de Manejo Florestal) da linha de produção de artesanatos em madeira. A empresa pretende agregar valor aos produtos e aumentar a linha fabril em cerca de 500% com o “selo verde”.
De acordo com artesão Everaldo Lange, proprietário da empresa, a marchetaria utiliza madeira e resíduos de madeira certificada na confecção das peças cujo design arrojado e moderno tem conquistado mercados nacionais e internacionais. Há três meses no setor comercial do estado, Lange explicou que a maior parte da produção, que hoje gira em torno de 20 peças por mês, é destinada aos grandes centros internacionais, daí a preocupação do artesão em adequar seus produtos às exigências de qualidade.
“Temos a marca mais forte do mundo que é o nome Amazônia e adequando a produção às normas ambientais do selo verde, os produtos ganham mais valor e reconhecimento no meio nacional e internacional”, explicou o artesão.
Para facilitar o processo de certificação, a marchetaria está recebendo o apoio da Agência de Florestas e Negócios Sustentáveis do Amazonas que deverá oferecer suporte também na abertura de mercado para estes produtos. “O papel da Agência é incentivar a produção florestal ordenada e dentro das diretrizes legais, como prevê o Programa Zona Franca Verde, mas também atua como interventora dos negócios gerados pelas comunidades, identificando mercados e impulsionando a marca Amazônia”, ressaltou Malvino Salvador, diretor-presidente da Agência.
Com o selo verde em mãos, Lange Holz pretende aumentar gradativamente a produção para 100 peças por mês. Como o procedimento de certificação já foi encaminhado para o Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal), órgão credenciado pelo FSC, o empresário acredita que no período de 6 meses a um ano a linha de produção já esteja totalmente certificada. “Hoje o mercado é mais justo com quem apresenta diferencial e o nosso é ter a maior floresta do mundo, gerar produtividade e saber conservá-la a partir do bom uso dela”, disse Lange.