Ornitologia

Turismo de observação no Nordeste

23 de maio de 2005

Gustavo Pacheco: temos um belo projeto para facilitar o levantamento de avifauna em propriedades destinadas ao ecoturismo e turismo rural


 


 


 


 


 


01 – Papagaio (Amazona Aestiva)
02 – Cravina (Coryphospingus pileatus)
03 – João-de-barro (Furnarius rufus)


Para Gustavo Pacheco, os turistas observadores de aves são em sua grande maioria estrangeiros europeus e norte-americanos. “Um fato curioso é que quando o motivo da vinda ao Brasil está ligado a outras atividades como eventos, convenções e reuniões de negócios, eles sempre procuram um tempo livre para observar aves em algum lugar interessante”, diz Gustavo Pacheco e acrescenta: “Apesar de o Brasil possuir boas oportunidades para absorver uma significante fatia deste mercado, há muito que ser feito principalmente na divulgação, capacitação de guias, conhecimento e interesse do trade turístico em fomentar a atividade”. Isso está bem explicado no levantamento feito pela EcoBrasil: de 296 anúncios de programas para observação de aves publicados nas edições do primeiro semestre de 1997 da revista especializada Birder’s World Magazine, o Brasil foi citado apenas 4 vezes, ou seja 1,4%.


Gustavo Pacheco, Secretário Geral da OAP, um entusiasta do turismo de observação, e que
gosta de gravar também o canto das aves


Projeto da OAP
Em outubro de 2002, a Associação dos Observadores de Aves de Pernambuco – OAP, desenvolveu o Projeto Aves e Ecoturismo, atendendo entre outras especificações, fornecer subsídios para avaliar, indicar e fomentar nos principais mercados emissores nacionais e internacionais, locais e propriedades para a prática do turismo de observação de Aves (Birding tour). “A Associação OAP não é uma agência de turismo, e sim uma ONG, sem fins lucrativos, que desde 1986, estuda, pesquisa e cataloga as aves silvestres que ocorrem em Pernambuco e estados vizinhos e promove o desenvolvimento da ornitologia”, lembra Gustavo Pacheco.
Para Pacheco, um dos autores do Projeto, uma das maiores dificuldades para realizar um levantamento de avifauna, era a quantidade pequena de profissionais capacitados e os elevados custos da pesquisa, o que inviabilizava o interesse de um empreendedor turístico em investir e acreditar na captação de turistas observadores de aves para suas propriedades. “Possuir uma lista de boas espécies de aves (check-list) é condição básica para justificar as visitas”, lembra ele.
Ciente destas dificuldades, a Associação OAP adotou no projeto o sistema de contrapartida com o solicitante, minimizando os custos. A equipe executora do Projeto tem experiências em observações e catalogações de aves, sendo um  técnico da área de biologia, outro de turismo e outro de marketing.
O Projeto Aves e Ecoturismo, além de fazer registros de campo e sonoro preliminares de aves silvestres, tem como objetivo diagnosticar a viabilidade de inclusão como destino para prática de observação de aves e avaliar a existência de infra-estrutura turística básica que atenda as necessidades do excursionista. “Para isso, explica Gustavo Pacheco, utilizamos os de técnicos e associados da OAP para colaborar com a divulgação de locais e propriedades em Pernambuco e no nordeste para a prática de observação de aves. Evidente que ainda tem muito o que fazer, mas são passos que nós brasileiros temos que dar para aproveitar esse imenso potencial que temos no campo de turismo de observação”. 
Mais informações: www.oap.org.br e
www.oap.org.br/avestour.htm