Petrobras Ambiental: energia e tecnologia

Diesel menos poluente

23 de maio de 2005

Petrobras lança no mercado diesel combustível com menos 75% de enxofre

Mas um produto destes não nasce da noite para o dia e nem é por acaso. Ele é fruto de muito pioneirismo em inovações tecnológicas. A companhia investiu, aproximadamente, US$ 750 milhões para tornar realidade o novo diesel. O produto atenderá às regiões urbanas onde são consumidos 70% do diesel metropolitano do País e onde existe a maior concentração de gases poluentes: Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas, Baixada Santista, São José dos Campos, Belo Horizonte e Vale do Aço, explicou Eduardo Dutra.
Segundo o presidente da Petrobras, a melhoria da qualidade do ar nos grandes centros urbanos é uma necessidade que não pode mais ser adiada. “Estamos cientes dessa urgência, estamos investindo grandes recursos em pesquisas tecnológicas e na modernização do nosso parque industrial”. Explica Dutra que na área do refino a  companhia trabalha para reduzir o consumo de energia e, em conseqüência, o número de emissões atmosféricas. “A Petrobras, que há vários anos vem contribuindo para o esforço global de preservação ambiental, foi uma das primeiras empresas de petróleo do mundo a retirar totalmente o chumbo das gasolinas que produz”, afirmou.
Para José Eduardo Dutra, o lançamento desse novo combustível reafirma a inserção do Brasil no seleto grupo dos países que investem em combustíveis menos poluentes. Também consolida a posição da Petrobras como exemplo de liderança nos setores empresarial e de energia. “Esse não é um diesel de última geração, mas sim um diesel para as próximas gerações”, lembrou o presidente da empresa.
 Mas o desafio continua. Segundo Dutra, até 2010, a Petrobras ainda investirá cerca de US$ 1,7 bilhão para reduzir ainda mais o teor de enxofre do diesel em todo o país, seguindo padrões internacionais rigorosos. “Os benefícios sociais e ambientais serão ainda mais expressivos para a sociedade brasileira, além de conferir maior competitividade para a companhia”.


A redenção dos manguezais de Marajó
Petrobras apoia projeto de cidadania e meio ambiente em manguezais da Ilha do Marajó


Edson Gillet, de Belém
A ONG Novos Curupiras inovou discutindo e colocando em prática  a busca pela cidadania e a luta ambiental na Ilha do Marajó, a maior ilha flúvio-maritíma do mundo com 14 municípios e área de 65 mil quilômetros quadrados. A ação idealizada pelo Curupiras atinge vinte mil pessoas da comunidade de Tucumanduba beneficIadas diretamente com o projeto “Povos dos Manguezais – um povo entre a Terra e o Mar (ajó)”, único no Norte do País,  selecionado pelo programa Petrobrás Ambiental 2004. “O projeto resgata a autoconfiança e o exercício pleno da cidadania aliada a preservação ambiental dos manguezais”, garante o engenheiro agrônomo Carlos Gondim, coordenador do Curupiras, que desde 1997 executa trabalhos na área social e ambiental no município de Soure, ilha do Marajó, região Norte, a 300km de Belém.


As visitas dos técnicos e trabalhadores às áreas de mangue são constantes


O professor Carlos Gondim assegura que a origem de tudo foi quando “Resolvi fazer  pesquisas  na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) com meus alunos sobre os caranguejos vendidos na capital. Foram avaliados os preços, qualidade e tamanho do crustáceo. Surgiu a Petrobras Ambiental, concorremos com mais de 1.700 projetos. O ‘Povos dos Manguezais’ é a nossa consagração”, comemora  Gondim.


O projeto
Lançado dia 23 de abril, no bairro do Tucumanduba, área rural de Soure, o projeto terá desembolso em dois anos, de 1,2 milhões de reais  para implementação de projetos sócio-ambientais incluso a construção de uma indústria de beneficiamento de frutos do mangue como: caranguejo, tutu, mexilhão, entre outros. Esses produtos extraídos vão gerar emprego e renda as comunidades rurais que sobrevivem do mangue e dar suporte as ações de conservação de recursos naturais dos manguezais na busca de melhoria da qualidade de vida. O local escolhido não foi aleatório é o Tucumunduba onde residem as famílias que vivem da coleta do caranguejo em Soure.  “Foi uma estratégia para estabelecermos um espaço de convivência com a maioria dos catadores de caranguejo da cidade, pois são pessoas discriminadas e até rejeitadas em função da profissão”, explicou o professor Gondim.


Petrobras Ambiental: cidadania no Marajó


Nos manguezais de Marajó


O projeto busca garantir a exploração racional do mangue e a gerar benefícios a seis mil pessoas que vivem de atividades extrativistas


O objetivo do projeto é bem amplo. Garantir a exploração racional do mangue, gerar benefícios a seis mil pessoas que vivem diretamente das atividades extrativistas e outras 14 mil que vivem indiretamente e estimular a consciência ecológica em relação ao manguezal, além de promover o fortalecimento institucional e gerar ações de educação ambiental em 27.4 mil hectares de manguezais, pertencente a Resex – Reserva Extrativista  Marinha de “Maruanazes” em Soure. Criada em 2001 pelo Ibama a Resex tem 400 famílias que vivem do mangue.


MULHERES
As mulheres extrativistas são essenciais no processo de criação de qualquer projeto no mangue, diz orgulhosa Patrícia Farias Ribeiro, presidente da Associação dos Moradores do Pesqueiro. Patrícia é uma das 120 mulheres presente a I Seminário das Mulheres Extrativistas de Soure. Segundo ela, a preocupação é com os caranguejeiros do continente que atravessam a baía do Marajó para explorar os recursos pesqueiros nos mangues da Ilha de Soure. “A nossa luta junto com os Novos Curupiras é no sentido de buscar o  ordenamento dos nossos recursos naturais para que eles não desapareçam”, desabafa.


CRIANÇAS
Fátima Kouri,  voluntária da ONG e coordenadora do projeto Alternavida, afirma que “os homens saem para catar caranguejos e turus, e as mulheres ficam em casa, sendo responsáveis pelo beneficiamento dos produtos. Desde o ano passado essa realidade foi alterada pois as mulheres resolveram ir ao mangue”.
O Alternavida é responsável por cursos para aproveitamento do caju, por exemplo, e de ervas medicinais.  “Ao invés de gastar dinheiro para comprar açúcar, é possível fazê-lo do caju, o que é melhor em termos nutricionais. As mulheres extrativistas também produzem sabonetes com produtos naturais, pomadas de andiroba, óleos medicinais como o de copaíba, entre outros”, explica Koury.
Segundo Fátima Koury o projeto, com 28 mulheres, vai até 2007. É possível prorrogação até 2009. Todo o lucro auferido com a venda dos produtos extrativistas é investido na própria produção.
O caranguejeiro Antônio Carlos Dias (28) membro da Associação dos Caranguejeiros e há 16 anos vivendo da extração do caranguejo é um dos beneficiados. Dias, garante o sustento família com caranguejo. “Acordo às 4 da madrugada e vou para o mangue. Coleto o caranguejo e depois vou vender na feira da cidade”. Essa rotina mudou depois que conheceu o Curupiras. Há quatro anos na Ong, diz que a maior lição foi aprender “outras atividades para sustentar a família, e a aproveitar mais o caranguejo, como fazer adubo da casca, ganhar dinheiro e até mesmo economizar. Aprendi a fazer horta. A gente come o que planta.  É uma saída para a época do defeso, quando a pesca é proibida e  ficamos sem a renda diária”, explicou.