Coluna do Meio

16 anos da FMA

9 de junho de 2005

Gostaria, ao iniciar esta coluna, de levantar um brinde com cada leitor e cada patrocinador da Folha do Meio Ambiente. O motivo é simples, mas enche de orgulho toda nossa redação e todos os colaboradores do jornal. Com esta edição de junho de 2005, a FMA completa 16 anos. Só mesmo usando mais o coração… Ver artigo

Gostaria, ao iniciar esta coluna, de levantar um brinde com cada leitor e cada patrocinador da Folha do Meio Ambiente. O motivo é simples, mas enche de orgulho toda nossa redação e todos os
colaboradores do jornal. Com esta edição de junho de 2005, a FMA completa 16 anos. Só mesmo
usando mais o coração do que a inteligência e a força para chegar nesta marca. Costumo dizer que, mais do que um lance de ousadia, esses 16 anos significam um lance, por assim dizer, de crença e de  esperança. De quem, na aspereza do hoje, ainda tem tempo para se preocupar com o amanhã. E,
diante do pesadelo da destruição, acredita no valor da cidadania e da educação, como única fórmula capaz de embalar os sonhos de um bem-viver. Muito Obrigado!


Operação Curupira


 A Operação Curupira, da Polícia Federal, fechou uma das portas da destruição da Mata Amazônica: prendeu 102 pessoas, entre madeireiros, um diretor, um gerente e fiscais do Ibama, o secretário de Meio Ambiente de Mato Grosso e outros funcionários públicos.
 Todos são acusados de arrumar artifícios jurídicos e administrativos para derrubar quase 2 milhões de metros cúbicos de madeira em troca de propina.
 É como a Folha do Meio denunciou na edição de maio: a “lavagem” da madeira tem suporte oficial.
 O grave disto tudo é que pelo menos três pessoas detidas são petistas e foram nomeadas pelo governo. Entre elas, segundo a revista VEJA, está Hugo Werle, que era Gerente executivo do Ibama, e é membro do conselho fiscal do PT em MT. Werle foi o arrecadador de fundos de campanha do PT nas últimas eleições em Cuiabá.
 Nos mais de mil diálogos gravados pela Polícia Federal, aparece ainda Marcos César Antoniassi e Ana Lúcia da Riva. Marcos era Gerente do Ibama na cidade de Juara e presidente do diretório municipal do partido em Novo Horizonte do Norte. Acusação: emitia falsos laudos de vistoria.
 Ana Lúcia da Riva, gerente do Ibama na cidade de Sinop, é filiada ao PT e casada com o presidente do diretório municipal do PT.
 O MPF determinou, ainda, a prisão de Antônio Hummel, diretor do Ibama e de Moacir Pires, braço direito do governador Blairo Maggi. Após ficar sete dias preso, Hummel foi solto e, segundo o MPF, nem deveria ter sido indiciado.
  A ministra Marina Silva quer fazer uma parceria com a Polícia Federal para fiscalizar a floresta.


Cupim ou Curupira?


 A Polícia Federal sempre dá um nome correlato às suas operações. Todos se lembram da Operação Vampiro, por exemplo, que desvendou as negociatas com sangue e remédios no Ministério da Saúde.
 De certa forma, dar nomes às operações policiais é interessante. Além de manter um tipo de segredo estratégico, é didática, chama a atenção da mídia e carimba para sempre a testa dos envolvidos.
 Apenas um senão, no caso da Operação Curupira. Acho que ela deveria se chamar Operação Cupim. Afinal, enquanto o cupim destrói a madeira para se alimentar dela, o Curupira é um protetor da floresta e de seus habitantes.
 Descrito como um menino de estatura baixa, cabelos cor de fogo e pés com calcanhares para frente, o Curupira confunde os caçadores.
 Diz a lenda que o Curupira gosta de sentar na sombra das árvores para comer os frutos. Mas se percebe que é observado, o Curupira logo sai correndo numa velocidade tão grande que a visão humana não consegue acompanhar.
 Além de proteger as matas, o Curupira pune quem agride as florestas.


“Corrupção também é degradação ambiental”
 Mensagem de um leitor inconformado que se recusou a usar os serviços da ECT e deixou a carta na portaria do prédio



As libélulas da Serra São José


 O Brasil está prestes a ganhar o primeiro refúgio de libélulas.
 O IEF-MG pretende ampliar a área de refúgio da vida silvestre da Serra São José, em Tiradentes, para transformá-la em Parque Estadual.
 Aliás, esse primeiro refúgio do País dedicado à fauna de libélulas abrangeria cinco municípios: Tiradentes, Santa Cruz de Minas, São João Del-Rei, Coronel Xavier Chaves e Prados.
 A área é de fato abençoada. Um levantamento feito pelo Instituto Terra Brasilis identificou nada menos de 120 espécies de libélulas.
 Isso significa que o refúgio da Serra São José abriga quase 50% de todas as espécies de libélulas de Minas e cerca de 18% de todo o Brasil.
 Por não existir nada igual no mundo, ambientalistas e ecoturistas vão agradecer muito a criação do Parque Estadual da Serra São José.