Coleta seletiva sem força no Brasil
18 de agosto de 2005Cuidar da educação, do lixo e promover um consumo sustentável é o primeiro passo da civilidade
A pesquisa do IBGE mostrou que apenas 2% do lixo produzido no país é coletado seletivamente, enquanto somente 6% das residências são atendidas por serviços de coleta seletiva, que existem em 8,2% dos municípios brasileiros. Segundo o levantamento do Akatu, 31,4% dos internautas encaminham o lixo para serviços municipais de coleta, enquanto 16,9% dirigem-se às cooperativas de catadores e 9,3%, a projetos sociais.
A falta de coleta seletiva na maior parte das cidades brasileiras representa, além de impacto negativo para o meio ambiente, perda de recursos financeiros. Segundo cálculos do economista Sabetai Calderoni, autor de “Os Bilhões Perdidos no Lixo” (Ed. Humanitas, USP, 1997), só no ano de 1996 foram desperdiçados R$4,6 bilhões em lixo não reciclado, o que, na época, correspondia a dinheiro suficiente para construir cerca de 460 mil casas populares.
Ainda de acordo com Calderoni, a implantação e a ampliação de programas de coleta seletiva nos municípios podem render até R$135 por tonelada de lixo, dinheiro que cobriria gastos operacionais e remuneração dos funcionários envolvidos. Isso significaria também a diminuição dos gastos das prefeituras com coleta, transporte, transbordo e disposição final do lixo domiciliar não separado. Além de tudo, a adesão da população à coleta seletiva proporcionaria a obtenção de produtos recicláveis com menor grau de impurezas, o que elevaria seu valor de mercado.
Instituto Akatu
Criado em 15 de março de 2001 (Dia Mundial do Consumidor) no âmbito do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, é uma organização não-governamental sem fins lucrativos, que mobiliza a sociedade para o consumo consciente. A palavra “Akatu” vem do tupi e significa, ao mesmo tempo, “semente boa” e “mundo melhor”. Traduz a idéia de que o mundo melhor está contido nas ações de cada indivíduo. O ato de consumo deve ser um ato de cidadania, por meio do qual qualquer consumidor pode contribuir para um mundo melhor. O consumidor consciente busca o equilíbrio entre a sua satisfação pessoal, a preservação do meio ambiente e o bem-estar da sociedade, refletindo sobre o que consome e prestigiando empresas comprometidas com a responsabilidade social.